Aldeia Nagô
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Impressões de um carnaval (do bom e do ruim). Por Roberto Sant’Ana Sant’Ana

4 - 5 minutos de leituraModo Leitura
Roberto_SantAna

Comecei o meu recesso após a visita prazeirosa do velho amigo TUZÉ DE ABREU. Uma mistura de médico e músico. Foi no sábado passado e daqui seguimos para o Rio Vermelho para uma cervejinha e uma deliciosa acarajé. Dalí Tuzé voltou para sua casa para ficar nos b raços da sua mulher.

Eu que não aguento fazer longas caminhadas peguei um taxi e voltei para a antiga Coca-Cola ou Plano 100.

Em casa liguei a televisão para saber o que estava acontecendo. Aí me deparei com minha primeira impressão:

1 – Bailinho de Quinta + Luiz Caldas + Osba
Uma revisão vigorosa de sucessos de outros tempos. Sucesso de carnaval e não. Nunca entendí porque intitularam o Bailinho de Quinta. Tenho certeza que não são “quintas coluna” ou tem a sua qualidade de “quinta categoria”. Muito pelo contrário. Uma turma animada e bem formada. Especialmente a
linda cantora, filha do Maestro Zeca Freitas, com um barrigão enorme. Já deve estar parindo. O Luiz Caldas com toda sua experiencia cantando com muito charme e precisão. A Osba sob a batuta do seu Maestro, um jóvem e dinâmico criador, perfeitamente entrosado e entrosando o derudito e o popular. Um programa que deveria percorrer algumas cidades do interior e outras capitais do nosso Brasil. Se faz necessário esse passeio, essa turnée para mostrar ao Brasil que na Bahia se faz outra música.

2 – Uma coisa que muito me impressionou ou vem me impres-
sionando foi a baianidade e africanidade do Cacique Carlinhos Brown.
No chão, no trio ou no palco a mesma força criativa com arranjos que vestem muito bem suas meninas músicas. A notícia que ela irá se afastar do carnaval por um período me deixa ansioso, preocupado, desesperado. Hoje o Cacique é um elo forte e indispensável para o nosso carnaval. Ele, a Ivete e um pouco a Daniela serão sempre imprescindíveis para o desenvolvimento desta parte da nossa cultura carnavalesca.

3 – Não entendo parte da imprensa baiana ficar aplaudindo o 
Marcio Vitor quando deixa de cantar para ficar gritando no microfone palavrões e sugestões sexuais. O sucesso dele não foi calcado nesta bobagem. Enquanto for a Prefeitura ou o Estado a bancar suas exibições tá tudo resolvido. Também procedendo assim ele jamais irá receber um patrocínio de um Banco ou de uma grande Indústria. Democracia sem limite é perigosa.

4 – Outra coisa muito positiva foi a homenagem ao insuperável
MORAES MOREIRA. Juntaram-se os artistas: Davi Moraes 
(filho do homenabgeado), Alexandre Leão e Moreno Veloso que trouxe a participação do seu Pai Caetano Veloso. Mais do que importante sempre é essencial a presença e as músicas dele. Em particular as músicas criadas no período da sua ligação com a família Macêdo e os Trios. Aconteceu no Pelourinho. Assisti todo o show pela televisão. Fiquei todo o tempo muito emocionado.

5 – Também do Pelourinho veio outro marco histórico para nossa cultura e nossa música em particular. Foi o show do velho e essencial RIACHÃO. Aos 96 anos tev e folêgo para mais de uma hora cantando e fazendo o público numeroso cantar junto.

6 – A BAND tem sido muito generosa com o nosso carnaval faz
bastante tempo. Hoje faz um bom investimento na Avenida para maior e melhor divulgação. O que a BAND erra é na insistencia de deixar a condução deste carnaval nas mãos de um ante-carnavalesco. Não sabe dançar, nem cantar e as perguntas são as mesmas a cada ano. E neste ano trouxe uma moça muito bonita e bem vestida para assistir um show de guitarra do nosso Armandinho e simplesmente disse-lhe: “continue, vc toca bem!”. Atenção gente não era eu que estava empunhando a guitarra baiana. Simplesmente ela estava em frente ao máximo neste instrumento e na história do nosso carnaval. Mais respeito por favor.

7 – A notícia da parição da Ivete com suas gêmeas. Parabens à
cantora e ao seu marido. E que sejam bem vindas as garotas. Uma bela notícia para um sábado carnavalesco. Parabens à artista e sua família. Viva Jesus!

8 – Vibrei com crescimento dos Carnavais por todo o País. 
Especialmente aqui em Salvador, Recife e Olinda, Belo Horizonte, Rio de Janeiro e São Paulo. Do Rio e de São Paulo falo do carnaval de blocos. Excluo ou ponho à parte os desfiles das Escolas de Samba.

9 – Foi emocionante a apuração do desfile das Escolas no Rio.
Foi um sobe e desce danado. Um troca-troca de posições e no final diferenças de décimos entre uma Escola e outra. No próximo sábado teremos na Sapucaí a campeã Beija Flor,, a segunda colocada e grande surpresa Paraiso do Tuiuti, veio na terceira colocação o Salgueiro, em quarto a Portela em quinto a velha Mangueira e em sexto a minha querida Mocidade Independente de Padre Miguel. Por muito pouco não pude publicar aqui um verso de um samba do carnavalesco e compositor Fernando Pinto (pernambucano):

“Quem vem lá levantando poeira que nem ventania
Que vem??
É a bateria da Mocidade
E do povo da Vila Vintém”

(assistí e ouví outras coisas que não valem à pena de ser publicado).

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