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IPAC apoia criação de museu na Fortaleza de Morro de São Paulo

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A Fortaleza de Morro de São Paulo vai contar com um Museu formado por peças que fizeram parte da história da fortificação tão importante para a defesa do Brasil colônia, como canhões, balas e diversos outros achados arqueológicos. Ao chegar em Morro de São Paulo, o visitante vai se deparar com a entrada da fortificação com roteiro para percorrer os 680 metros de muralha até o forte, com paineis expositivos contextualizando o processo de restauro e a história do local.

O núcleo inicial do Museu de Território do Complexo Fortificado da Fortaleza de Morro de São Paulo tem previsão de abertura em março de 2017. O projeto museológico está sob os cuidados de uma equipe do Instituto do Patrimônio Artístico e Cultural (IPAC), um orgão da SecultBA, e uma equipe de consultoria museológica do Instituto de Desenvolvimento Sustentável do Baixo Sul da Bahia (IDES), que gere os recursos de R$ 9,2 milhões, via Lei Rouanet/BNDES,  para renovação do forte, que está localizado na Ilha de Tinharé, no município de Cairu.

“Desde que iniciamos a gestão do IPAC, tivemos a preocupação de que seríamos responsáveis pelas políticas públicas na recuperação cultural e patrimonial da Bahia. Nessa obra específica, o apoio da prefeitura, Iphan e Ides foram fundamentais, por se tratarem de braços que ajudam na cooperação técnica e nos permite trazer a presença institucional e expertise técnica. Portanto, construir com o restante da Bahia relações institucionais, adentrar mais no território e conhecer as demandas e estar próximo da população são nossos objetivos”, aponta o diretor do IPAC, João Carlos de Oliveira.

 EDUCAÇÃO PATRIMONIAL – As ações de musealização e educação patrimonial estão sendo discutidas em reuniões quinzenais em um comitê de governança formado pela Secretaria do Patrimônio da União (SPU), Iphan, IDES, IPAC, Sebrae, Secretaria de Turismo do Estado da Bahia (SETUR) e associações de comerciantes e moradores de Morro.

Dentre as ações programadas para a comunidade, a coordenadora de Educação Patrimonial do IPAC, Daiana Sacramento, fez palestra sobre conceitos relacionados ao tema na sede do projeto Amigos Morro Esperança (AME), em Morro de São Paulo. O coordenador de Articulação e Difusão do IPAC, Ackermann Yeddo, também participou do evento.

De acordo com a diretora executiva do IDES, Liliana Leite, a reconstrução da fortaleza partiu do princípio da governança, através de uma união geral entre setores públicos e privados. “Essa obra nasceu através de um anseio da população. A implantação do projeto museológico ajudou a trilhar o caminho, a construção da cidadania e a identificação com o patrimônio, pois age na transformação da sociedade, pois o museu de território atua também nas cidades vizinhas, expandindo o seu alcance até o recôncavo”, diz.

“O trabalho de sensibilização tem sido forte com ampla participação da população local. Esse trabalho da fortaleza reflete na prática a política de preservação que o IPAC vem implantando, mais especificamente no Baixo Sul, com a visita de técnicos. Ressalto também a parceria com o IDES, que já foi realizada anteriormente no dossiê do Zabiapunga, que ganhou o título de patrimônio imaterial”, afirma a museóloga do IPAC, Ana Coelho.

ÍCONE PARA O TURISMO – “O monumento representa um importante ícone para o turismo da região, devido à história para o Brasil. E essa fortaleza trabalha nessa consolidação, valorizando os negócios e gerando empregos com esse empreendimento cultural”, afirma o coordenador de Projetos da SETUR, Reinaldo Moreira Dantas.

“O convênio é estratégico regional e nacionalmente, pois sabemos da importância dessa fortaleza e de como ela traz para Morro de São Paulo uma movimentação e crescimento. Para o âmbito de educação patrimonial, a escola vai trabalhar em conjunto com o IPAC, com o objetivo de fazer os moradores e turistas valorizarem e se conscientizarem da importância do patrimônio. A fortaleza faz parte da cultura local, então, queremos que nossa cidade seja aproveitada também pela comunidade e não só o turista”, afirma Ariana Coutinho, secretária de Governo do Município de Cairu.

“Era um sonho de todos nós termos um espaço fixo nosso para realizar as nossas vendas, pois estamos atuando desde 1997, sendo 68 artesãos com 166 sócios. Portanto, para nós é um grande progresso, pois o turista vai além de comprar. Interagir conosco é uma sensação ímpar”, comemora Josemeire Nascimento de Souza, representante da Associação de Artesãos e Artistas Moradores de Morro de São Paulo (Amospe). , facebook ‘Ipacba Patrimônio’, twitter ‘@ipac_ba’ e instagram ‘@ipac.patrimonio’.

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Com parceria no projeto de revitalização do Forte do Morro de São Paulo que tem investimento de R$ 9,2 milhões, via Lei Rouanet/BNDES, o diretor geral do Instituto do Patrimônio Artístico e Cultural (IPAC), João Carlos de Oliveira, assinou no final de dezembro, na Ilha de Tinharé, município de Cairu, cooperação técnica com Prefeitura local, Associação Empresarial de Cairu e Instituto de Desenvolvimento Sustentável do Baixo Sul (IDES). “Já estamos fazendo modelos de parcerias como essa em vários municípios baianos, com prefeituras, universidades, organizações não-governamentais, paróquias de igrejas, comunidades e representantes diversos da sociedade civil; estamos abertos para parcerias em toda a Bahia”, afirmou ele durante a solenidade.

Os R$ 9,2 milhões obtidos pelo IDES foram aplicados em arqueologia e consolidação da muralha, prédios e acessos do forte para transformá-lo num grande centro de visitação local, nacional e internacional. Pelo convênio, o IPAC disponibiliza especialistas nas áreas de arquitetura, museologia, patrimônio material e imaterial. Além disso, vai realizar cursos, oficinas e palestras para capacitação técnica de agentes municipais e da comunidade. Elaboração de material técnico para uso didático serão outras atribuições do instituto que é vinculado à secretaria estadual de Cultura (SecultBA).

O complexo fortificado é originário do século XVII e a sua muralha tem cerca de 680 metros, além do portal, edificações à beira-mar, bateria de Santo Antônio, fortes Zimbeiro e São Luiz, dos séculos XVI, XVII ou XVIII, e o farol no cume do morro, construído no Segundo Império, já no século XIX, entre 1850 e 1855. O forte é protegido como Monumento Nacional (1939) pelo governo federal através do IPHAN/MinC.

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