IPAC assina cooperação para projeto ‘Terreiro Criativo’ amanhã (10), às 18h, em Maragojipe
O Instituto do Patrimônio Artístico e Cultural da Bahia (IPAC), assina amanhã, às 18h, no Terreiro Ilê Asé Alabasé, em Maragojipe, um termo de cooperação técnica para desenvolver o Projeto ‘Terreiro Criativo’.
A iniciativa propõe valorizar os terreiros de candomblé no município com foco nos patrimônios culturais – materiais e imateriais – da região através da Economia Criativa. O terreiro é tombado como Patrimônio da Bahia via IPAC pelo Decreto nº9.744/05. A assinatura entre o IPAC e o Alabasé se dá no mesmo dia da Festa de Tempo que tradicionalmente acontece sempre a 10 de agosto em muitos terreiros baianos.
Assinam a cooperação, a Associação Edson dos Santos do Ilé Alabasé de São Miguel Arcanjo e o diretor geral do IPAC, João Carlos de Oliveira. “A política pública de proteção aos bens culturais deve ser construída em parceria efetiva com a sociedade e os fazedores culturais”, diz. Segundo ele, existem as associações, irmandades e responsáveis por matrizes culturais, podem se organizar, receber treinamentos e orientações na busca pelo incremento financeiro das suas atividades e da sua autossustentabilidade.
AÇÕES ESTRUTURANTES – “A proposta do IPAC junto aos terreiros é construir ações estruturantes com média de um semestre de duração, realizando ações de educação patrimonial, implantação de políticas públicas para preservação dos terreiros e vistorias técnicas nos terreiros”, afirma João Carlos. Ele lembra que criatividade, inovação, criação e ideias bem articuladas são premissas da Economia Criativa, nesse caso, sempre respeitando os modos de ser e fazer cultural dos terreiros.
Para o assessor de Relações Institucionais do IPAC, Andre Reis, é fundamental ainda o trabalho em rede e a troca de conhecimentos entre os terreiros e segmentos de interesse. Segundo dados da Conferência das Nações Unidas sobre Comércio e Desenvolvimento (Unctad), órgão da ONU, os setores da economia criativa são os que mais crescem e geram emprego no mundo. Foram os únicos setores que cresceram na crise mundial de 2008/2009. “E a Cultura é considerada um dos segmentos mais importantes nesse crescimento econômico”, lembra Andre Reis.
SALVAGUARDA, CARNAVAL e LIVROS – No último dia 4 (agosto/2017) o IPAC promoveu, também no Alabasé, discussão sobre a Salvaguarda de Terreiros. No mesmo dia, na cidade de Maragojipe, a audiência pública na Fundação Vovó do Mangue, para atendimento de demandas sobre patrimônios culturais. “Também solicitamos que o IPAC iniciem os estudos para patrimonialização da Festa de São Bartolomeu”, ressalta Rutiléia Campos, uma das organizadoras. Ainda no município, o IPAC registrou o Carnaval de Maragojipe como Bem Imaterial. O diretor de Preservação do IPAC, Roberto Pellegrino, diz que o IPAC vai reavaliar a festa carnavalesca em 2018. “Trata-se de obediência legal”, comenta Pellegrino.