Aldeia Nagô
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LAB Território lança EP “Novas Vozes na Bahia” com trabalho autoral de seis jovens artistas

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Seis novos artistas baianos apresentam seus trabalhos e identidades musicais únicas no lançamento da coletânea “Nova Vozes na Bahia”, realizado pelo projeto  LAB Território.

O EP conta com a participação dos artistas Dani d’ Bêla, Quilombola OG, Iná Tupinambá, Nayri, Victor e Viik Amazi, e chega às plataformas digitais dia 02 de outubro (quarta). O pré-save pode ser realizado aqui.

Os artistas que foram selecionados pelo projeto passaram por um processo de formação laboral, intercâmbio, residência artística e apresentaram suas músicas autorais pela primeira vez em um show no Teatro Eliete Teles, em Lauro de Freitas. Agora as canções chegam ao público através do EP que contempla diversos estilos musicais como MPB, rap, samba, afrobeat, entre outros.

Bisneta do eterno Mestre de samba chula “Ruxinho´´, Dani d’ Bêla apresenta sua voz singular e marcante  na música “Nego bom”, em uma mistura dançante com influências da mpb, axé music e afrobeat. Partindo do rap em uma mistura com mpb, o artista Quilombola OG canta o amor, a resistência preta e empoderamento na música “África”, em uma mensagem contra o colonialismo e celebrando a ancestralidade.

 Iná Tupinambá traz suas referências indígenas e baianas para compartilhar histórias através da música. Em  “Rua da Glória, 20”, Iná nos mostra uma canção envolvente e suingada com influências do afrobeat e pagotrap, trazendo símbolos da cultura periférica de Salvador.

Ganhadora do Prêmio Luiz Melodia de Canções Afro Brasileiras da Fundação Cultural Palmares, Nayri chama para uma reflexão à pausa, ao amor e a ancestralidade com a canção “Convite”, em ritmo suave que contempla influências do Jazz, R&B e o Neo Soul.

O cantor, compositor e produtor Victor parte de sua experiência pessoal para transmitir as emoções e falar da conexão entre uma relação amorosa na música “Vem comigo“, em uma balada romântica com toques do axé music. Fechando a coletânea, Viik dá continuidade ao clima de romance e paquera com a música “Clima”, em uma composição de ritmos afrobeats e dancehall, que nasce a partir de uma conversa sobre afetos no metrô de Salvador.

O LAB Território – Profissionalização de Novas Vozes na Bahia é uma iniciativa entre a Yguá Produções Culturais e o Cartel que tem como objetivo ser um espaço de aprendizado e crescimento para jovens artistas iniciantes no setor musical, focado em fortalecer e capacitar talentos emergentes. 

As músicas do EP também ganharão uma versão em vídeo, gravada durante a apresentação do show no Teatro Eliete Teles, que contará com recursos de acessibilidade, incluindo audiodescrição e libras.

Este projeto foi contemplado nos Editais da Paulo Gustavo Bahia e tem apoio financeiro do Governo do Estado da Bahia através da Secretaria de Cultura via Lei Paulo Gustavo, direcionada pelo Ministério da Cultura, Governo Federal. Paulo Gustavo Bahia (PGBA) foi criada para a efetivação das ações emergenciais de apoio ao setor cultural, visando cumprir a Lei Complementar no 195, de 8 de julho de 2022

> Faixa a Faixa

Nego Bom – por Dani d’ Bêla

A música surgiu em um momento de descontração após a artista chegar do trabalho e tocar seu violão. O refrão “Meu pretinho, nego bom” nasceu e através do LAB Território a música ganhou uma nova roupagem, um novo arranjo e swing, trazendo toda a contemporaneidade da música brasileira. 

África – por  Quilombola OG

O artista criou a música em freestyle com um beet no estúdio de um amigo. Sua ideia foi trazer a ideia de amor, resistência preta e de uma vida luxuosa e sofisticada. Após o processo de residência artística no LAB Território, a música ganhou um tom mais sereno e calmo, misturando Rap com MPB.

Mesa na Calçada – por Iná Tupinambá

A música surgiu quando a artista visitava uma amiga na Saúde, bairro boêmio de Salvador. Entre conversas, sorrisos e muita música, as amigas decidiram levar mesa e cadeira para o passeio da casa e se divertiram noite adentro enquanto tocavam e cantavam. Daí surgiu a canção que mistura afrobeat e pagotrap:”Bota a mesa na calçada / Que vamos fazer samba até o amanhecer / Deixa a viola tocar que ela vai te dizer…”. 

Convite – por Nayri

A artista compôs a música durante uma caminhada na região do Comércio, em Salvador, enquanto se protegia da chuva debaixo de uma árvore. A reflexão sobre as encruzilhadas da vida, o amor e a ancestralidade dão o tom da canção que tem influências do Jazz, R&B e o Neo Soul.

Vem comigo – por Victor

Inspirado na sua relação amorosa, o artista apresenta a conexão e a intensidade de um relacionamento que ressoa em tantas pessoas, já que fala de sentimentos que muitos podem se identificar. É uma balada romântica com ritmos afrobaianos.

Clima – por Viik

A música surgiu enquanto a artista estudava os ritmos afrobeat e dancehall. A letra partiu de uma conversa que a artista ouviu no metrô e que falava sobre paixões/afetos em comum. Daí o refrão: “Eu só quero que entenda, esse nosso clima esquenta, baby por mais que eu te queira, a cidade é pequena”. 

> Conheça os artistas

1. Dani d’ Bêla ( Daniela Evangelista dos Santos )
Dani d`Bêla é uma cantora baiana, independente, preta, de um timbre singular e marcante, que vem alcançando seu espaço no cenário artístico musical. A cantora traz consigo as músicas populares brasileiras, tais como a mpb, a bossa nova, o samba e o axé music. Possui formação técnica, em técnica vocal, além de outras  habilidades na música. Já participou de diversos eventos e festivais de música regionais, incluindo o FACE, realizado no teatro Dona Canô, onde foi a vencedora. Também traz consigo o swing e sua irreverência. A cantora participou de oficinas e apresentações de canto lírico no CUCA UEFS. Ela não mostra apenas uma voz, mas todo um coletivo negro de representatividade. A artista é bisneta do eterno Mestre de Samba chula “Ruxinho´´ , daí vem o sangue pela arte e música .

2. Quilombola OG (Tiago Almir )

Tiago Almir, ou Quilombola OG, é um artista que compõe a partir de seus personagens e de suas perspectivas. Aos 12 anos, na escola Península, criou, junto aos seus colegas, um rap sobre a importância da reciclagem. Com essa primeira experiência, ganhou uma bicicleta em um edital escolar. Com o passar dos anos, Tiago dedicou-se ainda mais à composição. Com a chegada do trap, deu início ao personagem Lil TH. Esse heterônimo produzia músicas com temáticas criminais e violentas para atrair o público-alvo (Jovens). Após lançar seus primeiros vídeos no YouTube, realizou pockets shows em sua comunidade e em Lauro de Freitas. A partir daí, decidiu refinar as letras e reformular a abordagem no trap. Assim, nasceu o Quilombola OG, que traz uma mensagem contra o colonialismo e de empoderamento. Inspirado em Zumbi dos Palmares, busca reerguer Palmares de uma maneira nova, exaltando e honrando o continente africano e ressignificando a história.

3. Iná Tupinambá (Mariana Rebouças da Silva Ody)

Nascida e criada na Cidade Baixa do Uruguai, desde criança Iná Tupinambá já demonstrava uma profunda paixão pela música. Aos 10 anos, foi presenteada por sua mãe com um violão. Entusiasmada, aprendeu a tocar o instrumento com a ajuda de um vizinho. Com o tempo, desenvolveu habilidades no violão, na voz e na composição. Durante o ensino fundamental, participou de diversos projetos artísticos, expressando seus sentimentos e experiências através da música. Em 2017, aos 13 anos, Iná perdeu sua mãe para o câncer e também para o racismo. Esse evento levou ela e sua família ao processo de retomada indígena. Desde então, sua conexão com as raízes culturais foi fortalecida, influenciando em sua música e visão de mundo. Ao longo dos anos, Iná participou de diversos projetos, desenvolvendo-se como artista e apostando na música tradicional e popular brasileira. Ao lado de amigos artistas, sonhadores e criativos, ela explora formas de expressão e colaboração.”A reação emocionada de um amigo ao ouvir meu single solidificou meu propósito: compartilhar histórias como a minha, trazendo cura e crítica através da arte.”

4. Nayri (Uyara Nayri Batista de Almeida )
Nayri é uma multiartista baiana que vê na arte das palavras uma forma de nomear os sentidos.Cantora, compositora, escritora, poeta, multi-instrumentista, modelo e atriz. É ainda curadora, pesquisadora das ciências sociais, arte-educadora e produtora cultural. Nayri gravou a sua primeira composição intitulada “Mergulho” em 2023 e com ela foi premiada no Prêmio Luiz Melodia de Canções Afro-Brasileiras, proposto pela Fundação Cultural Palmares. A partir disto, Nayri vem se assumindo como artista e investindo cada vez mais na música.

5.  Victor Cauã Correia Santos – Victor

Victor Cauã, apaixonado por música desde a infância, recorda-se dos ensaios de axé dos seus tios, que o fascinavam. Aos dez anos, seu tio o ensinou a tocar teclado, aumentando o amor pela música. Filmes como “Escola de Rock” e a biografia de Carlinhos Brown inspiraram-no, mostrando que sonhos são alcançáveis. Inscrito em uma associação local, teve sua primeira experiência tocando para um grande público, confirmando que a música era sua vocação. Decidiu seguir uma carreira como cantor, compositor e produtor, sempre lembrando de seus humildes começos. Cada acorde e letra que cria refletem sua jornada musical. A música moldou sua visão de mundo, permitindo-lhe expressar emoções e conectar-se com as pessoas. Aprendeu sobre disciplina, paciência e perseverança, habilidades que aplica em todas as áreas da vida. Determinado, busca constantemente novos desafios e oportunidades para crescer como músico e indivíduo.

6. Victoria Caroline Franco  – Viik Amazi

Aos 15 anos conhecia o CRIA – Centro de Referência Integral para Adolescentes. Através desta iniciativa, entendeu-se enquanto artista e que era possível seguir os próprios sonhos. Viik seguiu os estudos na música, com foco no repertório de composição. Sem músicas lançadas, participou do projeto Salvador Capital Afro onde apresentou pela primeira vez os seus trabalhos a diversos produtores nacionais e internacionais, com retornos animadores. Desde então, demonstra motivação para potencializar seus trabalhos. “Me encontro nesta energia até os dias de hoje, dando os passos necessários e que estão dentro das minhas possibilidades para fazer tudo acontecer. Hoje consigo me enxergar em um futuro bem próximo prosperando com a minha música. Passar por certas experiências fez com que hoje nada me parasse e nada vai me parar!”

Sobre o LAB Território:

O LAB é um projeto que discute a cultura enquanto segurança cidadã. Visa o desenvolvimento artístico cultural de novos criadores das periferias baianas. A proposta de formação laboral, intercâmbio, residência, show e lançamento de coletânea, promove incentivo e apresenta ferramentas de produção para que os atingidos olhem seus potenciais, talentos e recursos disponíveis enquanto pontos de partida ao desenvolvimento de projetos de impacto artístico e social em seus municípios.

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