Limites e desatenções de Raquel Dodge, a PGR. Por Luis Nassif
Não se deve culpar a Procuradora Geral da República (PGR) por todos os pecados da Lava Jato. Por exemplo:
1, Livrou o governador paulista Geraldo Alckmin de uma denúncia por escutas ilegais nos presídios. Alckmin foi envolvido por ser o chefe maior, o governador do Estado. Forçaram a barra, obviamente.
2. Não endossou o pedido da Polícia Federal de quebra de sigilo bancário de Michel Temer.
Está certa, ela. Golpista, chefe de organização criminosa, ou qualquer outra qualificação que se lhe dê, o fato é que Temer é presidente da República. Permitir a quebra de sigilo bancário de um presidente da República é conferir um poder abusivo à PF.
E fica-se nisso.
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Nenhuma atitude contra vazamentos que continuam ocorrendo.
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Nenhuma atitude mais drástica contra políticos tucanos. É vergonhoso que as informações sobre Paulo Preto tenham vindo espontaneamente da Suíça e até hoje ele não tenha sido incomodado.
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Nenhuma medida contra outros operadores públicos do PSDB, como Márcio Fortes e Ronaldo César Coelho.
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Nenhuma tentativa de abrir as contas de Verônica Serra, sabendo que um dos MO do pai consistia em lavar dinheiro através de seu fundo de investimento.
Está certo que a maior blindagem aos tucanos seja do seu principal amigo no STF (Supremo Tribunal Federal), o tal algoritmo, que joga todas seus casos para o mesmo Ministro Gilmar Mendes. Foram premiados sucessivamente Aécio Neves, Aloysio Nunes, José Serra e Cássio Cunha Lima.
De qualquer modo, Dodge comporta-se como seu antecessor, Rodrigo Janot, como caudatária da Lava Jato, o grupo constituído por juízes, procuradores, delegados e jornalistas.
Em um momento único na redemocratização, com intervenção militar, abusos de toda ordem, parcialidade, justiçamento, Raquel Dodge caminha para se tornar uma PGR irrelevante.
Artigo publicado originalmente em https://jornalggn.com.br/noticia/limites-e-desatencoes-de-raquel-dodge-a-pgr