A vereadora Maria Marighella (PT) participou, na manhã de hoje (25), do II Ato Salvador É Indígena, na Pedra de Xangô. A movimentação é uma articulação de povos indígenas contra o Projeto de Lei (PL) 490, em defesa do meio ambiente e da democracia. O PL 490 cria um marco temporal, considerando terras indígenas os territórios ocupados por povos indígenas até o dia 5 de outubro de 1988, data de

promulgação da Constituição. Novos pedidos de demarcação que não tiverem essa comprovação serão negados, caso a lei seja aprovada. Há alteração ainda no processo de aprovação, cabendo ao Congresso, e não ao Executivo, como é hoje. Além disso, fica proibida a ampliação das reservas indígenas já existentes.

“Estivemos na Pedra de Xangô, marco de ancestralidade e luta, por cultura, memória. Hoje na defesa de direitos dos povos originários. Em ato contra o PL 490, e, sobretudo, pela sociedade e país que precisamos construir. Estivemos em defesa daquelas e daqueles que são donas e donos da terra. Donos não porque têm propriedade, mas sim porque são aqueles que cuidam, que podem fazer a terra nascer e brotar para todas as pessoas. O amanhã depende da demarcação das terras indígenas. A Mãe Terra depende desse ato hoje em justiça. E, por justiça, chamamos Xangô. Não ao marco temporal”, defendeu a vereadora.

Sobre a Pedra de Xangô:

A Pedra de Xangô é símbolo da luta contra a escravidão. Durante o século XIX, o monumento era usado por pessoas escravizadas que fugiam das fazendas localizadas na região. Conhecida antigamente como Pedra do Buraco da Onça, ficava escondida por um matagal. Hoje é considerada sagrada por povos indígenas e adeptos de religiões de matriz africana. Protegida pela Lei de Preservação do Patrimônio Cultural do Município (8.550/2014), a Pedra de Xangô foi tombada pela prefeitura em maio de 2017, através da Fundação Cultural Gregório de Matos (FGM), que oficializou o tombamento da pedra e da área considerada sítio histórico do antigo Quilombo Buraco do Tatu.