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Aldeia Nagô
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MARLEY, Morte e Vida aos 30 anos por Antonio Godi

3 minutos de leituraModo Leitura
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“Tempo, tempo, tempo”: 30 anos após a passagem gloriosa de Bob Marley, Rei do Reggae, é preciso pensar no movimento cíclico do nascer e morrer. Em Salvador a cada 11 de maio, “Dia do Reggae” tudo se resignifica. Vida, morte e, a continuidade reconstruída de uma cultura contemporânea plural e inusitada revitaliza-se.

Marley é como um cometa que por aqui passou destinando para a humanidade um legado filosófico e estético inigualável. Messias da paz e do amor, amante do outro e das diferenças. Militante da sustentabilidade de nós e do planeta ele apontou suas balas musicais na direção de tantos corações. Através da batida cardíaca do reggae roots ele sacou que ritmo e tempo dão conta do movimento de nosso corpo e do mistério do planeta. Talvez por isso tenha viajado tão rapidamente no feminino mês de maio.

O conhecimento temporal é uma conquista determinante da humanidade plural. Através dele buscamos acompanhar o movimento de nossas andanças existenciais. É certo que a cultura ideológica eurocêntrica e colonizadora utilizou a lógica dos calendários como instrumento de dominação. Os calendários da colonização e do capitalismo imprimiram ações ideológicas de dominação e poder sobre os aparentemente submetidos. Os calendários gregoriano e litúrgico são exemplos cruciais dessa estratégia. Que desde o início da modernidade capitalista insiste em administrar o movimento de nossas vidas e subjetividades.

Ao curso de cada ano vivemos imersos em dias e meses datados por símbolos históricos dos pretensamente poderosos. Datas cívicas e religiosas como fantasmas no decorrer de cada ciclo anual em nossa existência. Eis que no século XX com mudanças políticas, tecnológicas e comunicacionais desenham-se novas datas. E o mês de maio na Bahia e no Brasil contextualiza-se de forma inusitada. Maio, mês das Marias católicas e das mães do capitalismo comercial. Um mês diferenciado para todos que ao longo do tempo luta por igualdade e liberdade. O primeiro dia de maio, longe de ser o dia do trabalho, é o dia de luta do trabalhador. Assim como 13 de maio é a datação ideológica de uma libertação fantasmagórica.

Já o dia 11 de maio é uma datação diferenciada de nossa contemporaneidade. Conquista simbólica de história recente nas comemorações e rememorações das nossas lutas étnicas e culturais. É como o 20 de novembro, dia da morte de Zumbi. Datado hoje como o Dia da Consciência Negra no Brasil. O 11 de maio reverencia a morte do Rei do Reggae, Bob Marley que através do rápido mercado eletrônico do rádio, do disco e, ultimamente das redes de informática. Influência e continua contaminando novas gerações reafirmando a cristalização de uma Diáspora Afro-Cultural para além das fronteiras do capitalismo babilônico. Com o decreto do “Dia do Reggae”, o Rei passa a ser cidadão soteropolitano, baiano e brasileiro. Um monarca de uma atualidade cultural e estética longe da verticalidade, geografia e prepotência da Babilônia. Um Rei igual aos seus iguais: “I and I” é a soma de nós. Viva o Rei que não teme ser visto nú.

Antonio Jorge Victor dos Santos Godi (Ator, antropólogo e Prof. UEFS/DCHF/NUC)

Email:antoniogodi@hotmail.com

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