O diretor do Museu de Arte da Bahia, Pedro Arcanjo, convidou o artista plástico Juraci Dórea para inaugurar as Celebrações do Centenário do MAB no próximo dia 26 a partir das 18h com exposição “Crônica Sertaneja”.

A obra do artista materializa-se em um discurso estético elaborado na angústia, delírio e resistência do povo sertanejo, construindo uma poética que dialoga com o experimentalismo através do desenho, objeto , fotografia e instalação, o que lhe permite conversas com o universo contemporâneo.”

Segundo Arcanjo “poderíamos inaugurar as celebrações do centenário do MAB nos mantendo confortavèlmente nos limites do discurso artístico aristocrático. Entretanto convidamos Juraci Dórea como uma tomada de posição, evidenciando que o desafio da nossa gestão será transformar o MAB em um lugar de inquietações e diálogos constantes com a diversidade do nosso momento histórico. Para isso, desenvolvemos projetos que nos têm permitido estabelecer relações dialéticas entre a memória clássica do Museu e práticas museais na contemporaneidade”.

Para dialogar com Dórea- prossegue- convidamos o cineartista Caio Araújo, que ocupa o LEE – Laboratório de Experimentações Estéticas do MAB- , com o projeto “ O Tratado das Fusões”, apoiando-se em mídias digitais e realidades virtuais , em contraposição à materialidade da obra de Juraci . O LEE funciona em um galpão anexo a edificação principal do MAB e foi pensado para abrigar projetos experimentais em diferentes linguagens e poéticas, Convidamos Ayrson Heráclito para realizar a curadoria do projeto “ Crônica Sertaneja” e Ludmila Pimentel , a curadoria de “ O Tratado das Fusões”, Washington Queiróz para apresentar a pesquisa sobre os vaqueiros com a presença dos Encourados de Pedrão e o professor Celso Benedito, que regerá a Filarmônica da UFBA, inquietantes parceiros do MAB, que nos estimulam a tensionar os limites da prática museológica”.

Ainda no dia 26 será lançada a marca do Centenário do MAB elaborada pelo programador visual João Taboada , vencedor do Concurso de Marcas do MAB. Todas as atividades serão abertas ao público gratuitamente.

100 Anos de História e Arte

O Museu de Arte da Bahia , foi inaugurado em 23 de julho de 1918 mas só ocupou a atual sede em 1981. Possui um acervo de 13.686 peças, representadas nas coleções de artes plásticas e artes decorativas, mobiliário, jóias, documentos, imagens religiosas, porcelanas etc., e uma importante coleção de pintura, composta fundamentalmente pelos precursores da Escola Baíana de Pintura, os quais constituem, na avaliação de Pedro Arcanjo, ” as bases estruturais do processo pictórico brasileiro, como José Joaquim  da Rocha, autor do painel do forro da Igreja da Conceição da Praia; José Teófilo de Jesus, além de Franco Velasco, José e João Rodrigues Nunes, Manoel Lopes Rodrigues, Canizares, Alberto Valença, Mendonça Filho, Presciliano Silva e Rescala .

O belo casarão neo-colonial que abriga o Museu de Arte da Bahia foi erguido no início do século XIX como palacete do rico comerciante de escravos, José de Cerqueira Lima. Segundo o historiador Pedro Calmon, o proprietário “o construiu com equilibrada grandeza das mansões nobres desse tempo” e destaca que ” ficaram famosos os bailes ali realizados”. Em 1858 foi vendido ao professor Francisco Pereira de Almeida Sebrão , que ali instalou o Colégio São José, que teve importante papel na vida cultural da Bahia. Em 1879 o imóvel foi adquirido pelo Governo do Estado e após ampla restauração, transformado em residência oficial dos Presidentes da Província da Bahia, e a partir de 1889, com a Proclamação da República, em Palácio dos Governadores.

O MAB é um museu do Instituto do Patrimônio Artístico e Cultural, orgão da Secretaria de Cultura do Estado da Bahia.

SERVIÇO

O QUE: Abertura Centenário do MAB

QUANDO: 26.7 ( QUARTA-FEIRA) A PARTIR DAS 18H

PROGRAMA: LANÇAMENTO DA MARCA DO CENTENÁRIO

ABERTURA DAS EXPOSIÇÕES DE JURACI DÓREA E MOSTRA DE CAIO ARAUJO

APRESENTAÇÃO DA FILARMÔNICA DA UFBA E CAMINHADA DOS ENCOURADOS DO SERTÃO

ENTRADA GRATUITA

DISPONIBILIZAMOS DE ESTACIONAMENTO