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Tropical Selvagem é um encontro de múltiplas linguagens; mistura de ritmos, elementos visuais e texturas sonoras criada a partir da união do compositor e músico Ronei Jorge; do produtor musical, arranjador e compositor João Meirelles e da artista visual e diretora de arte Lia Cunha. Em show no Cabaré dos Novos do Teatro Vila Velha, que acontece em 9 de abril, quinta-feira, 20h, o grupo apresenta a materialização deste encontro multilinguístico que se iniciou há dois anos: um EP que reúne cinco canções de Ronei com arranjos de João e arte assinada por Lia. O produto marca também a estreia de selo próprio do trio, o Agricultura Celeste.
O EP tem tiragem de apenas 200 exemplares enumerados, cada um com encarte feito artesanalmente por Lia Cunha, com ilustrações impressas em serigrafia. Entre as faixas presentes no disco estão Eu não sei de nada, Encabulando os Convidados e Quem dera um dia fosse - a última delas tem participação da cantora Rebeca Matta. Todo o disco conta com as guitarras - gravadas e arranjadas - de Junix (Juninho Costa). Os dois artistas participam também do show de lançamento, que conta a ainda com a presença de Manuela Rodrigues e Carla Suzart. Quem ficou curioso já pode escutar e fazer download gratuito das faixas do EP através do endereço www.soundcloud.com/tropicalselvagem
Cada show do Tropical Selvagem é um acontecimento novo. A partir das ideias visuais de Lia, com a contribuição do iluminador Marcio Nonato, o grupo busca criar uma atmosfera que dialogue com o espaço e com os espectadores, em uma espécie de instalação site specific. "Pensamos muito na experiência do público. Em como ele vai se movimentar, o que ele vai sentir, o que vai ver, qual será a sua relação com o espaço e a nossa relação com ele", explica Lia Cunha, que não entrega a surpresa para o show de lançamento.
Encontros
O Tropical Selvagem é um grupo formado e sempre reinventado a partir de encontros. O primeiro deles aconteceu em 2013, quando Ronei Jorge e João Meirelles viajavam no mesmo carro a Alagoinhas para uma apresentação de Borboletas, espetáculo teatral de Paula Lice - João fotografava e Ronei fazia a trilha sonora da peça. "Eu tinha umas canções e convidei João para fazer os arranjos. Quando ele me mandou as músicas eu fiquei impressionado. Os arranjos eram autorais, tinham assinatura". A dupla se formou e, logo em seguida, veio o encontro com Lia Cunha, que passou a desempenhar a função de diretora de arte, cuidando do conceito, dos cenários, ambientação e criando o material gráfico do grupo. Foi dela, também, que veio o nome. Ao ouvir a música Eu não sei de nada, ela disparou: "Isso é Tropical Selvagem". O nome ficou.
Outros encontros tornam o Tropical Selvagem um espaço de constante experimentação. A cada ação, novos shows, formatos e arranjos surgem a partir das participações de outros artistas, como Junix, Marcio Nonato, Gabriel Franco, Tiago Lima, Andrea Martins, Rebeca Matta, Carla Suzart, Iansã Negrão, Leonardo França e Edson Rosa. "Os colaboradores vão deixando marcas na música", conta João. "Tem uma característica do Tropical que difere do pensamento geral de bandas. O trabalho é processual, muito pode mudar de uma apresentação para outra", comenta o produtor Camilo Fróes.
Música
Com referências e influências artísticas diversas, a música feita pelo Tropical Selvagem talvez seja o pop que se localiza entre a canção brasileira e a música eletrônica. "O Tropical é muito resultado dessas combinações. É música brasileira como um registro mais pop, coisas de samba e ijexá com elementos trazidos por João. A gente coloca o pop em um nível conceitual que tem mais a ver com a relação do produtor com a canção, que com a sonoridade” diz Ronei. “Absorvemos a sonoridade do pop contemporâneo internacional, e ao mesmo tempo estamos ligados à sonoridade experimental de minha formação e ao ambiente da canção brasileira de Ronei”, completa João.
Parte do novo cenário musical baiano ao lado de artistas como A.MA.SSA, Baiana System, Rumpilezz e Lucas Santanna, o grupo reverencia o passado, o popular e a indústria sem, contudo, repetí-los. É música baiana com a sonoridade local processada por múltiplas influências. "É tropical porque é sensorial, brasileiro e antropofágico. É selvagem porque é orgânico pelo modo como os arranjos encontram as canções e isso de funde no pensamento visual e conceitual", define Lia.
Versatilidade
Além de grupo musical, o Tropical Selvagem é um trio de criação de trilhas para espetáculos, curtas-metragens, intervenções visuais e performances. No currículo, está a participação em festivais voltados para diferentes linguagens, como o XVI Festival Nacional 5 Minutos Expandido, o Festival Interação e Conectividade 8 e o Festival Zona Mundi – Circuito Eletrônico de Som e Imagem. O grupo foi responsável ainda pela identidade visual e trilha sonora de Jango: Uma Tragedya - peça de Glauber Rocha que celebrou os 50 anos do Teatro Vila Velha - e pela trilha de Para o Menino Bolha, espetáculo infanto-juvenil dirigido por Paula Lice. Criou ainda estampas para os espetáculos Hamlet e Macbeth, versões do diretor Marcio Meirelles para os clássicos de William Shakespeare.
SOBRE OS ARTISTAS
João Meirelles é músico e fotógrafo. Com um gosto maior pela composição, se dedica à pesquisa do som com uma atenção especial para as texturas e timbres. Foi diretor musical e compôs trilha sonora para espetáculos de dança e teatro, como Arlequim Servidor de Dois Patrões, Muvuca, Drácula, Olho de Deus e Ouriço. É também um dos integrantes do grupo Baiana System.
Ronei Jorge é compositor, cantor e formou-se em cinema. Gravou dois discos com o grupo Ladrões de Bicicleta, foi integrante da banda Saci Tric e é autor de canções gravadas por alguns artistas como Maria Alcina e a banda Penélope. Fez trilha para espetáculos de teatro e dirigiu o filme Jessy em parceira com dois outros diretores.
Lia Cunha é artista visual, diretora de arte e produtora. Sua pesquisa transita entre as artes visuais, gráficas e performáticas. Desenvolve investigações em arte postal, colaborativa e interferência ambiental explorando o corpo, a cidade, a comunicação e a ritualização de atividades cotidianas. Participou da Terceira Bienal da Bahia, já expôs no Museu de Arte Moderna da Bahia, Solar do Ferrão, Bienal do Recôcavo, Galeria Mônica Filgueiras (São Paulo), entre outras.
FICHA TÉCNICA SHOW DE LANÇAMENTO:
João Milet Meirelles: desenho de som, programação eletrônica
Gabriel Franco: técnico de som
Marcio Nonato: desenho de luz/operação
Ronei Jorge Martins: voz e violão
Carla Suzart: voz
Manuela Rodrigues: voz
Rebeca Matta: voz
Junix: guitarra
Camilo Fróes: produção
Lia Cunha: direção de arte |