Neste domingo, dia 8, às 17 horas, o Largo Pedro Arcanjo, no Pelourinho, vai receber a banda baiana que provou que o ócio criativo pode dar e deu muito certo. A Vivendo do Ócio lança em Salvador seu terceiro álbum, "Selva Mundo", comemorando o fato de o CD ser 100% independente, lançado com o apoio de milhares de admiradores que, através de um financiamento coletivo, bancaram toda a produção do trabalho.

Formada pelos soteropolitanos Jajá Cardoso (vocal e guitarra), Luca Bori (baixo e vocal), Davide Bori (guitarra) e Dieguito Reis (bateria), a Vivendo do Ócio é uma bandas mais expressivas no atual cenário rock brasileiro. Desde o lançamento do seu primeiro disco "Nem sempre tão normal", em 2009, o grupo arrasta jovens de todas as idades pelo Brasil com seu rock empolgante e versátil, com influências que vão de Raul Seixas a João Gilberto, de Sabotage a Luiz Gonzaga.

SELVA MUNDO – Sobre o novo trabalho, Diego (bateria) realça que não é só essa questão do financiamento que faz o disco ser coletivo. "Ele é todo assim, do encarte às músicas. Nos outros dois, a gente fazia tudo, a foto, o projeto gráfico, além de todas as músicas, que eram 100% de nossa autoria. Nesse já tem inúmeras parcerias, em todas essas esferas".

Algumas das parcerias são com Fabio Trummer da banda Eddie - com quem Luca e Diego gravaram o empolgante projeto paralelo intitulado Trummer SSA -, Lirinha (Cordel do Fogo Encantado), Martin Mendonça (Pitty) e Pepeu Gomes, que rende um capítulo a ser contado à parte.

Os músicos da VDO ficaram amigos do guitarrista dos Novos Baianos num camarim, quando Pepeu começou a falar de detalhes das músicas da banda, mostrando que conhecia bem o trabalho deles. "Ele disse que ouvia nosso disco no carro, o papo então rolou fácil e, com toda essa afinidade, ele soltou um 'vamos fazer uma música juntos' e nos mandou uma melodia", conta, empolgado, Jajá.

A melodia de Pepeu ficou na geladeira por quatro meses, pois queriam que tivesse uma letra à altura, missão para a qual convidaram Trummer. "No processo de composição, Tiago Mago, que assim como Trummer é de Pernambuco, também colou e acabou que "Amor em construção" ficou ainda mais especial, pois tem duas gerações de Pernambuco com duas gerações da Bahia dialogando nela", salienta Diego, reforçando o conceito que o disco todo pode ser ouvido como uma grande viagem pelo Brasil.

Está tudo lá: a correria da cidade grande com "Prisioneiro do Futuro"; a beleza do litoral com "Beira Mar"; o sofrimento do sertão com "A espera"; a volta pra Salvador com "Salva", a grandeza do rio São Francisco com "Carranca", levando o público para cada pedacinho dos lugares que a banda passou nesses oito anos de estrada.

Para pilotar esse passeio, escolheram, literalmente a dedo, dois produtores musicais. Fizeram uma enorme lista com diversos nomes que iam pensando para depois fazer uma peneira até chegarem aos cultuados e experientes Curumin e Fernando Sanchez.

Curumin, por toda a autoridade que tem com os ritmos brasileiros, que a banda assumidamente busca cada vez mais, e Sanchez, com toda a história no rock and roll, da qual a banda faz questão de não se separar. A escolha acaba por resumir um pouco o disco, que fala do Brasil, produzido por milhares de brasileiros.