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A energia do magma e a força transformadora do tempo unidas através da música de um artista baiano, com raízes que atravessaram o oceano na diáspora negra. O músico Tiganá Santana apresenta o álbum “Tempo & Magma” (2015) em formato inédito em Salvador, nos dias 12 e 13 de dezembro, no Espaço Cultural da Barroquinha. No concerto conversa, que marca o encerramento da turnê 2015, ele irá compartilhar com o público a experiência de cinco meses de conversas, composições e experiências musicais durante a gravação do disco, no Senegal.
O artista é reconhecido como o primeiro compositor brasileiro a apresentar canções autorais em línguas africanas em um álbum. O novo trabalho é parte integrante do patrocínio obtido através da seleção pública do Petrobras Cultural, que incluiu o lançamento do disco e apresentações do artista em diversas cidades de oito estados brasileiros: Bahia, Ceará, Minas Gerais, Paraíba, Pernambuco, Rio de Janeiro, São Paulo e Distrito Federal. O projeto foi gravado em Dacar, no Senegal, após uma residência artística promovida pela UNESCO, e tem um repertório marcado por 14 faixas em português, inglês e quatro outros idiomas africanos: kikongo, kibundo, wolof e mandinka.
“É uma oportunidade de dialogar sobre como foi conceber esse álbum, trazendo não apenas o resultado artístico, mas o relato da experiência desses cinco meses no Senegal. O álbum está contextualizado em questões relacionadas à existência, à sociedade e à própria concepção de mundo”, explica Tiganá Santana. O percussionista Sebastien Notini, um dos produtores musicais do disco, também participa do concerto conversa. Foi da cidade senegalesa de Toubab Dialow, construída sobre rochas magmáticas, que veio a inspiração para o nome do disco. “Numa erupção, não há nada mais novo que o magma, mas a ação do tempo sobre ele é transformadora. É o próprio movimento de fluxo e refluxo”, acrescenta.
O álbum conta com a participação de músicos africanos, da cantora Céu, da nonagenária sacerdotisa Mãe Stella de Oxóssi (primeira líder espiritual de uma religião de matriz africana a tomar posse na Academia de Letras da Bahia) e dos produtores suecos Sebastian Notini e Andreas Unge.
Reconhecido internacionalmente pelo fortalecimento da cultura africana na diáspora, Tiganá vem conquistando a admiração dos críticos e do público da Europa, Japão e África, mas garante que se apresentar na Bahia tem um sentido especial.
“É o meu lugar, é a minha formação como pessoa e é sempre especial me apresentar em casa. É uma combinação entre o que está cá, o que este lugar me deu e o que foi me dado em outras aldeias. É deparar-se consigo mesmo”, afirma. O músico será acompanhado pelo percussionista e diretor musical do CD Tempo & Magma, Sebastian Notini.
Tiganá Santana - Nascido em Salvador/BA, o músico é formado em filosofia e funde a criação instrumental altamente refinada com canções em idiomas africanos e europeus. Já desenvolveu projetos com diversos artistas, tais como Fabiana Cozza, Virginia Rodrigues, Mayra Andrade (Cabo Verde), Roberto Mendes, Mariana Aydar, Ane Brun (Noruega), Joakim Milder (Suécia), Maher Cissoko (Senegal), dentre tantos outros.
Seu segundo disco, “The Invention Of Colour”, foi eleito pela principal revista européia de “música do mundo” (Songlines) um dos 10 melhores discos lançados, em todo o planeta.
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