O Encontro Metropolitano de Filarmônicas será uma grande novidade do Festival da Primavera de Salvador em 2022, e acontecerá no Campo Grande, dia 17 de setembro, sábado, de forma gratuita, a partir das 16h. Participam a Filarmônica Ambiental de Barra do Pojuca, de Camaçari, a Filarmônica União dos Artistas da Ilha de Bom Jesus dos Passos, de Salvador, Filarmônica Lyra Santamarense, de Jiribatuba, Vera Cruz e a Oficina de Frevos e Dobrados, de Salvador. A coordenação é do maestro Fred Dantas.

Além da apresentação musical, onde cada filarmônicas terá a oportunidade de oferecer ao público o melhor do seu repertório, a ênfase do Encontro será a de chamara a atenção do público para o papel pedagógico que as filarmônicas realizam, promovendo inclusão social de crianças e adolescentes através da teoria e leitura da música, junto com a prática instrumental profissionalizante.

As bandas de música há mais de 200 anos, antes da Independência do Brasil, promovem a inclusão de crianças e adolescentes, meninos e meninas em geral da população mais humilde, e os preparam inicialmente para o trabalho com a própria instituição, em seguida, muitos desses jovens estarão aptos a prestar concurso para bandas militares, orquestras sinfônicas e a fazer parte de naipes de sopro de cantores da música comercial.

Nas apresentações públicas as bandas filarmônicas realizam as músicas de deslocamento, onde a principal forma é o dobrado, as músicas de concerto, onde se destacam a polaca (música com solista) e as fantasias (música com vários andamentos) e finalmente as chamadas “músicas ligeiras” que são arranjos de música de rádio, maxixes, sambas e marchinhas populares. No Encontro Metropolitano de Filarmônicas o público vai poder ouvir de tudo um pouco, ao acompanhar as apresentações das quatro filarmônicas.

As filarmônicas participantes:

Filarmônica Ambiental – Desde o ano de 1997 a Filarmônica Ambiental realiza na zona rural de Barra do Pojuca, Camaçari, um trabalho de formação de músicos e de construção de um novo repertório com base na cultura popular da região, com a técnica e instrumentação própria das bandas filarmônicas. Muito recentemente, ao ser  contemplada pela Lei Aldir Blanc, realizou cinco vídeos exemplares nessa linha: o Dobrado Esperança, o Reisado do Guará, o Samba do Guará, o Samba de Roda do Litoral Norte e o Zé de Vale, um teatro musical popular. Junto com a Filarmônica Ambiental virá para o Encontro o coral do projeto Música das Nascentes, onde 30 alunos se iniciam em música enquanto aprendem a valorizar e proteger as quatro nascentes no entorno de Barra do Pojuca.

Filarmônica União dos Artistas – Estando na Ilha de Bom Jesus dos Passos, é a filarmônica mais antiga de Salvador em atividade. Foi fundada em 27 de julho de 2014, tendo 47 músicos no seu corpo musical (a banda em si) e mais 110 alunos na escolinha de música vinculada à filarmônica. A União dos Artistas promove um notável Encontro de Filarmônicas da Ilha de Bom Jesus, que já está em sua 4ª edição. Além de ser a principal atividade artística da ilha, que é parte de Salvador, ainda congrega várias outras bandas para valorizar a atividade.

Filarmônica Lyra Santamarense – A Sociedade Filarmônica Lyra Santamarense foi fundada em 20 de abril de 1936 em Jiribatuba, antiga freguesia de Santo Amaro do Catu, daí o nome da corporação. Atualmente o corpo musical é integrado por 47 músicos, enquanto a escolinha musical prepara 32 alunos para a futura vida musical. Durante a pandemia, pela Lei Aldir Blanc, a Lyra Santamarense realizou uma série de vídeos onde, além da excelência musical e a ancestralidade dos seus arquivos musicais, levou ao público belas imagens da Ilha de Itaparica.

Filarmônica Oficina de Frevos e Dobrados – A Oficina é considerada a banda de Salvador, pela sua frequente atuação em tudo que diz respeito à vida social da nossa cidade. Irá abrir a sua apresentação com o Hino da Cidade do Salvador, composto por Oswaldo Leal, oficializado pelo decreto 2.658, em 1965. A Oficina de Frevos e Dobrados participa regularmente de eventos como o Encontro de Filarmônicas do 2 de Julho, Carnaval do Pelourinho, Fuzuê e Furdunço, além de eventos religiosos como a procissão do Bonfim. Do ponto de vista pedagógico tem sido um local de aperfeiçoamento de músicos de diversas origens além de manter sua própria filarmônica de crianças.