O show “Carnavalizar”, sob a regência de Ricardo Markis, é uma síntese musical da história do Trio Elétrico, evocando todos os gêneros que se tornaram sucessos carnavalescos na voz e sonoridade vigorosa deste incomum instrumento chamado da guitarra baiana, desde o frevo instrumental até a axé music e atualidade.

Dodô e Osmar, os criadores dessa sonoridade, foram, na verdade, tropicalistas precoces, trazendo o avanço tecnológico das guitarras num palco ambulante, alegrando indiscriminadamente a população soteropolitana, com um repertório que não tinha fronteiras culturais. Instituíram assim, o verbo “carnavalizar” sobre o alicerce binário do Frevo pernambucano e a nossa “baianidade nagô”, que é um sinônimo da “antropofagia” do tropicalismo. A guitarra baiana nasceu aqui, e merecerá sempre um lugar de destaque na história da música brasileira, por sua importância cultural e identitária. Os limites de utilização deste instrumento, que nasceu para e com o trio elétrico, não param de se ampliar desde os frevos, tangos e choros instrumentais de Osmar Macedo, até sucessos carnavalescos e da axé music, da mpb, além de músicas internacionais consagradas, enfim, tudo que possa ser baianamente carnavalizado.

Ricardo Markis atua com a guitarra baiana desde 1985 nos blocos de trio – participou da 1ª banda Crocodillo em 1987, e nos palcos do pelourinho desde o carnaval 1997, ao lado do cantor e compositor Carlos Pita, de quem é diretor musical, quando a Guitarra Baiana estava praticamente esquecida. Em 2013 criou o projeto “LIGAÇÃO 70” em homenagem aos 70 anos da guitarra baiana, inventada pelos ilustres baianos, DODÔ E OSMAR, ousando um show como solista, no qual demonstra sua maestria como instrumentista e também canta sucessos dos carnavais. Com esse projeto, Ricardo já foi contemplado em cinco editais do Carnaval do Pelourinho desde 2013. Em 2015, Ricardo Markis foi homenageado com o TROFÉU DODÔ&OSMAR, por sua atuação com a guitarra baiana. Na sua trajetória residiu na Itália, onde trabalhou entre 1990-94, justamente por tocar guitarra baiana e por ser um guitarrista versátil, capaz de tocar diversos gêneros musicais brasileiros, usando também o violão e o bandolim. Em mais de trinta anos de estrada já colaborou com Vânia Abreu, Daniela Mercury, Elza Soares, Jussara Silveira, Paulinho Boca, André Macedo, dentre outros. Já se apresentou, na Suíça, Alemanha e EUA, em grandes festivais (Montreux, Tubbinghan, Lisboa); em trilhas e em musicais do teatro baiano (“Vapor Barato” – 1998; “Do Outro Lado do Mundo” – 2000; “A Pedra Do Meio-Dia” – 2006) e na TV: (Camerata Popular do Recôncavo – 2003/2004/2006; Carlos Pita – 2005 e 2013) e Sambatrônica (2006) Recebeu o prêmio de melhor música instrumental do V Festival de Música EducadoraFM, com o samba-choro “Caminho de Casa”; nas edições 2010 e 2013 foi classificado entre as 7 melhores, com inclusão nas publicações dos CDs e livro do festival. Sua composição “Passárgada 45” foi uma das selecionadas no Mapa Musical da Bahia.