Dois artistas pernambucanos dos mais proeminentes da música contemporânea brasileira homenageiam um dos grandes legados musicais do país: Amaro Freitas e Zé Manoel se reúnem em show com repertório do lendário álbum “Clube da Esquina” (1972) e chegam à CAIXA Cultural Salvador para uma temporada de apresentações.

De 6 a 9 de junho (quinta a domingo), serão cinco sessões: diariamente às 20h e no sábado com horário extra às 17h.

Ingressos custam R$ 30 (inteira) e R$ 15 (meia), com vendas exclusivamente pela plataforma Sympla, a partir do meio-dia de 4 de junho.

A interpretação tem caráter intimista, apenas com o piano singular de Amaro Freitas e a voz doce de Zé Manoel, passeando por canções do disco lançado há mais de 50 anos pelo grupo mineiro homônimo que tinha nomes como Milton Nascimento, Lô Borges, Beto Guedes, Ronaldo Bastos, Toninho Horta e Fernando Brandt. Misturando MPB, bossa nova, rock progressivo e psicodélico, jazz e música tradicional, “Clube da Esquina” figura entre os melhores álbuns brasileiros da história em todas as listas especializadas. Em 2022, foi eleito como o Melhor Disco Brasileiro de Todos os Tempos em pesquisa realizada pelo podcast Discoteca Básica para o livro “Os 500 Maiores Álbuns Brasileiros de Todos os Tempos”. A escolha foi feita por 162 especialistas de áreas ligadas à produção musical, entre eles jornalistas, podcasters, músicos e produtores.

Clássicos como “Tudo que Você Podia Ser”, “Cais”, “O Trem Azul” e “Um Girassol da Cor do Seu Cabelo” ganham uma nova roupagem no encontro de Amaro e Zé. “Cantar o repertório do ‘Clube da Esquina’, além de um grande desafio, é uma oportunidade ímpar de visitar e reverenciar artistas que fizeram e fazem parte da minha formação como músico e compositor. Assim como o projeto nasce do encontro de (grandes) músicos e amigos, tenho a honra de estar com um grande artista e amigo, Amaro Freitas, para reviver esse repertório de 1972, mas que continua vivo, atual e arrebatador”, afirma Zé Manoel.

“Quando recebi o convite para fazer esta homenagem, foi uma surpresa. Me pediram para escolher um cantor, e minha escolha foi por Zé Manoel, que, para mim, é uma das vozes mais delicadas do Brasil. Meu piano está ali para abraçar a voz dele”, completa Amaro Freitas.

SOBRE AMARO FREITAS – Amaro Freitas traz no jazz a linha condutora da sua carreira artística. “Sangue negro” (2016), “Rasif” (2018) e o mais recente “Sankofa” (2021), todos gravados com seu trio que se completa com o baixista Jean Elton e o baterista Hugo Medeiros, narram a sua trajetória artística da periferia do Recife, onde nasceu em 1991, ao reconhecimento no jazz mundial. Amaro é um desses singulares casos de aclamação da crítica desde seu álbum de estreia: um feito de quem tem a revolução na ponta dos dedos. Em seu caso, fazendo o jazz dançar com frevo, baião, maracatu, coco, ciranda e outras riquezas dos ritmos nordestinos. Na sua formação, está também a origem nos cantos líricos da igreja evangélica, mas tudo resulta em criar uma música fundamentalmente contemporânea. Influenciado pelo mestre do frevo Capiba, por Moacir Santos, Hermeto Pascoal e Egberto Gismonti, e também pelas grandes referências do piano jazz, como Thelonious Monk, Keith Jarrett ou Chick Corea, Amaro Freitas traduz o Nordeste para a linguagem do jazz. Para além de sua obra autoral, em 2019, participou de projeto do cantor Lenine. Em 2020, colaborou com Milton Nascimento e Criolo no EP “Existe Amor”. Ao lado de Sandy, gravou o single “Amor não testado”, que faz parte do EP “Nós, Voz, Eles 2”, lançado pela cantora em 2022. No ano passado, o músico concorreu ao Prêmio Multishow na categoria instrumentista do ano.

SOBRE ZÉ MANOEL – Compositor, cantor e pianista, Zé Manoel nasceu em 1980 em Petrolina, à beira do Rio São Francisco, entre Bahia e Pernambuco, onde foi criado. É conhecido e reverenciado pela crítica e pelo público mais atento à música independente brasileira. Tem três discos e um DVD lançados no Brasil, sendo dois editados no Japão. “Zé Manoel” (2012) e “Canção e silêncio” (2015) foram os primeiros. O songbook “Delírio de um romance a céu aberto” (2016), organizado pelo DJ Zé Pedro, traz 11 músicas da poesia arrebatadora de Zé cantadas por outras vozes e venceu o Prêmio da Música Brasileira na categoria Projeto Especial. Completando a discografia, com sonoridade delicada e uma narrativa necessária sobre negritudes, dores e curas, da perspectiva de quem precisa e quer contar sua própria história, “Do Meu Coração Nu” (2020) foi indicado ao Grammy Latino de Melhor Álbum de Música Popular Brasileira. Composições de Zé Manoel foram gravadas por artistas como Ana Carolina, Elza Soares, Fafá de Belém, Vanessa da Mata, Ná Ozzetti, Juçara Marçal, Elba Ramalho, Amelinha e Filipe Catto. Nos últimos anos, lançou feats como “Nas Asas do Mangangá” (2019), com Virgínia Rodrigues; “A Toada Vem É pelo Vento” (2022), com Luiza Brina e Bumba Boi de Maracanã; “Oluayê” (2023), com Iará Rennó; “Se Lembra Coração” (2023), com Isadora Melo; “Como as Ondas” (2023), com Fatel; “Salgando o Pranto” (2023), com Marcondes Sávio; e “Frase Única” (2023), com Marissol Mwaba e Chico César.

Amaro Freitas e Zé Manoel apresentam “Clube da Esquina”

Onde: CAIXA Cultural Salvador (Rua Carlos Gomes, 57 – Centro)

Quando: 6 a 9 de junho (quinta a domingo), 20h + sessão extra no sábado às 17h

Quanto: R$ 30 (inteira) e R$ 15 (meia)

Vendas: Plataforma Sympla a partir do meio-dia de 4 de junho

Classificação indicativa: Livre