Aldeia Nagô
Facebook Facebook Instagram WhatsApp

Não pague por um erro que não cometeu! Por Rosana Braga

5 - 6 minutos de leituraModo Leitura

O outro vive dando mancadas, mudando repentinamente de humor e sempre
termina
acusando você de ser responsável pelas brigas e desentendimentos? 


E
ainda te
acusa de não ser confiável e você acaba sempre se sentindo culpado?
Rosana Braga
garante: tem algum desencontro nisso tudo! Abra seus olhos e cuide de
sua
autoestima!

Sou a primeira a defender a ideia de
que é preciso pedir desculpas e rever seu comportamento quando se comete um
erro, mas também rapidamente me levanto para defender uma acusação injusta. E se
é mera coincidência ou recorrência de enganos, eu não sei. Mas o fato é que
tenho ouvido histórias parecidas de pessoas que se sentem culpadas pelo fim de
um relacionamento sem terem, na verdade, essa responsabilidade.  

Veja
bem! Todo relacionamento é feito de duas pessoas, e isso é reconhecido e aceito
por todos. Mas por que será que a tendência é de que só um seja responsabilizado
pelo que saiu errado? Por que, em geral, um ocupa o lugar de certo, sabichão e o
outro aceita o lugar de culpado? Explico: em geral, os espertos fazem o que
querem, saem com os amigos sem dar a menor satisfação e sem considerar a opinião
e a vontade do outro, contam mentirinhas com a cara mais deslavada do mundo, mas
sempre encontram justificativas para fazer valer cada um de seus
argumentos. 

O outro, por sua vez, em geral se submete, faz o que o
"manipulador" quer, na hora que ele quer e, no final das contas, ainda sai como
culpado, responsável pelas brigas e desentendimentos. Sua fama é de ser
intransigente, cobrador, briguento e, diante do menor deslize, do menor revide,
será acusado, julgado e condenado sem nenhuma chance de defesa. 

Ainda
que a relação continue, ouvirá ‘todo-santo-dia’ o quanto merece ser punido por
aquele tal erro cometido, num fatídico dia em que se cansou dos desaforos do
outro. Perde todo e qualquer direito de expressar o que sente, especialmente se
seu sentimento for contrário ao que o espertinho quer fazer. 

Bem,
verdade seja dita: tá tudo errado! Tanto o que sacaneia impiedosamente,
responsabilizando o outro de forma sutil e extremamente eficiente pela relação
ter chegado a este ponto; quanto o que se deixa acusar, aceitando as torturas e
punições dia após dia, vestindo a carapuça de culpado e se lamentando o tempo
todo! Resumindo: juntou a fome com a vontade de comer, e deu nesse exagero e
descompasso! 

Agora, enquanto um bate e o outro apanha, resta-nos
descobrir quem vai reclamar da brincadeira primeiro. Em geral, é quem está
apanhando, obviamente. E a situação é mais ou menos assim: o bom de lábia
apronta várias, mente, em geral trai, aparece e desaparece quando bem entende.
Hoje, está uma seda, todo gentil, carinhoso, cheio de promessas e declarações de
amor. Amanhã, sem motivo que o justifique, é grosseiro, frio, não aceita
perguntas e se faz de ofendido à menor desconfiança ou pedido de explicação do
outro. O culpado, por sua vez, termina se deixando convencer de que realmente
não deveria ter dito o que disse, que pegou pesado e que nem tem provas para
estar tão desconfiado ou ter ousado culpar o outro do que quer que
seja. 

E o pior é quando o espertinho termina a relação justificando que
não aguenta mais ser alvo de tantas acusações, e que ele sim tem motivos para
desconfiar do outro, afinal teve aquele dia, aquele deslize que ele julga fatal,
do qual ele jamais vai se esquecer e muito menos perdoar. Daí, tá armada a cama
de torturas! O culpado vai sofrer desesperadamente, acreditando que tudo
terminou dessa maneira porque ele foi ansioso, impaciente e injusto! Vai se
lamentar dia e noite por tudo o que disse e, certamente, também vai pedir perdão
pelo que fez, pelo que não fez e pelo que jamais sequer pensou em fazer. Vai
pedir perdão por tudo, sem ter feito – de fato – absolutamente nada que
realmente justificasse o comportamento do outro e o final da relação. 

Se
você está passando por isso, sendo responsabilizado constantemente pelo desgaste
do relacionamento, pelo enredo torto que ele tem seguido ou até por ter chegado
ao fim, preste atenção: quem ama respeita, conversa, interessa-se pelos
sentimentos do outro, tenta chegar a um consenso e, acima de tudo, tem o mínimo
de constância em suas atitudes. 

Quem ama não termina sem antes tentar de
outro jeito, ceder um pouco mais, colocar-se no lugar do outro. Quem ama não age
de modo dissimulado, sempre dando um jeito de reverter a situação e fazer o
outro se sentir mal, culpado pelo que disse! 

E sendo assim, se o
espertinho da sua vida terminou o namoro ou o casamento e agora só quer ficar
com você, argumentando que não dá para voltar a ficar junto porque você não é
confiável, mas também não te deixa em paz, especialmente quando você arrisca
outra relação ou quando ameaça nunca mais ficar com ele, abra os olhos! Esse
pilantra tá tentando minar sua autoestima, acabar com suas convicções e fazer
você acreditar que realmente não é uma pessoa sensata.

Lembre-se que a
decisão sobre o que vai ser da sua vida é, em última instância, sempre sua.
Portanto, saia dessa cama de torturas e vá à luta, em busca de sua felicidade e,
sobretudo, de um amor de verdade, porque esse é mais falso que CD pirata vendido
no camelô de feira de rua! 

E pode apostar: se for amor de verdade, se o
danado apenas bobeou, certamente vai rever seu comportamento, vai mudar sua
postura e vai assumir você! 

Rosana
Braga
www.rosanabraga.com.br
Reconhecida como uma das maiores
especialistas em relacionamentos interpessoais do país, pesquisadora da área há
mais de 10 anos, Rosana Braga é conferencista, escritora, jornalista e
consultora em relacionamentos. Autora de 5 livros e DVDs de Treinamento, tais
como ‘O Poder da Gentileza’, ‘Faça o Amor Valer a Pena’, ‘Inteligência Afetiva –
2 volumes’, entre outros.

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