Aldeia Nagô
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Nosso futuro está secando? Por Juliana Lopes

17 - 24 minutos de leituraModo Leitura





O acesso à água tem sido alvo de conflitos desde
que o mundo é mundo, ou mais precisamente, desde 8.000 A.C, quando a humanidade
começou a cultivar alimentos.






A
disputa por este recurso, escasso em muitas regiões do planeta, é tão antiga
que está na origem de uma palavra utilizada ainda hoje para designar a
intolerância e a ausência de convivência pacífica entre homens. Rivalidade
deriva do Latim ‘rivalis’ e significa "aquele que usa o mesmo rio que outrem".

 Sobre a água, vale lembrar o que afirmou, em documento de 2005, a
organização Sustainable Development International: "Há fontes alternativas de
energias. Não existem alternativas à água". Mesmo tendo este elemento uma
fórmula química simples, nunca foi possível desenvolvê-lo
artificialmente.    

Com as mudanças climáticas, a escassez de água pode se tornar ainda mais grave.
O Painel Intergovernamental de Mudanças Climáticas (IPCC), das Nações Unidas,
prevê que, se for mantido o atual ritmo de emissões de gases de efeito
estufa,  a Terra corre o risco de ficar até 4°C mais quente em 2100. Como
conseqüência dessa alteração, dois bilhões de seres humanos sofrerão com a
falta de água, multiplicando o número de refugiados ambientais, que hoje já
atinge 25 milhões, segundo estimativas da ONU.

A problemática da água também deverá contornar as discussões na Conferência do
Clima, a ser realizada em Copenhague, para definição do acordo que substituirá
o Protocolo de Kyoto.
 Produzir cada vez mais com menos recursos hídricos, permitir a
universalização do acesso à água potável e serviços de saneamento, criar
mecanismos políticos e de mercado que proporcionem a governança compartilhada
dos recursos hídricos são alguns dos desafios para assegurar a plena
disponibilidade da água e, consequentemente, a vida na Terra.

De acordo com o consultor Maurício Waldman, geógrafo da USP, apesar de
preocupante, a questão da água tem sido negligenciada. "A escassez de recursos
hídricos é uma discussão muito recente. Para se ter uma idéia, o relatório
Meadows, divulgado pelo Clube de Roma na década de 60, não cita a água em
termos de escassez. Ninguém supunha que essa questão teria o aspecto crítico
verificado hoje. Só depois de 40 anos, a discussão do problema ganhou corpo.
Ainda assim, persiste a falsa idéia de que água é um recurso inesgotável",
ressalta.

Conflitos
pela água

Essencial
para a vida, a água tem usos variados e muitas vezes politicamente
conflitantes. Segundo Waldman, as disputas por esse recurso já ocorrem, ainda
que não sejam muito debatidas. "Conflitos vêm sendo travados pelo acesso à água
em todo o mundo. Um dos elementos que determinaram a guerra dos seis dias,
entre Israel e Palestina, foi o controle das águas do rio Jordão. O acesso à água
também é uma das motivações das brigas entre a Turquia e a Síria e até mesmo da
Guerra do Iraque. A Turquia represou as águas do rio Tigre e Eufrates. Ao
alterar o fluxo dos rios, que corriam naturalmente para a Síria e Iraque,
acabou por prejudicar o abastecimento nesses países", ressalta Waldman.

O especialista lembra ainda de revoltas urbanas, como a ocorrida em Cochabamba,
na Bolívia, em 2000, a partir da privatização da água que levou ao aumento de
até 300% nos preços do serviço de abastecimento. No Brasil, a polêmica em torno
da transposição das águas do rio São Franscisco é um exemplo dos múltiplos
interesses envolvendo a gestão dos recursos hídricos.

Cerca de 70% da água consumida mundialmente, incluindo a que decorre de desvios
e de bombeamento do subsolo, é utilizada para irrigação. Aproximadamente, 20%
abastece a indústria e 10%, as residências.
A tomar como medida os padrões atuais, segundo os quais a produção de uma
tonelada de grãos requer 1.000 toneladas de água, até 2050 estima-se que poderá
não haver mais água suficiente para produção da comida necessária para atender
a população mundial que, segundo projeções, será de cerca de nove bilhões de
habitantes, três bilhões a mais do que hoje.

Em seu famoso livro "Ecoeconomia", uma das mais importantes obras sobre
desenvolvimento sustentável, Lester Brown aponta que o déficit hídrico mundial,
medido pela extração excessiva de aqüíferos, cresce a cada ano, tornando cada
vez mais difícil de ser administrado. Segundo o pesquisador, se todos os países
decidissem acabar hoje com a extração excessiva e estabilizar os lençóis
freáticos, a colheita mundial de grãos sofreria uma redução de aproximadamente
160 milhões de toneladas, algo em torno de 8%. Os preços, por essa razão,
disparariam. Quanto mais os países demorarem a enfrentar essa questão, mais
elevado será o déficit hídrico e mais custoso o ajuste final.

Para Waldman, conciliar os diferentes usos da água, tal como estão hoje
distribuídos, sem riscos de escassez, é uma tarefa impossível. "O modelo de
consumo de água precisa ser revisto. Ele está relacionado ao padrão de vida da
civilização moderna, com uma alimentação baseada na proteína animal e consumo
intenso de materiais. Hoje, desperdiça-se mais água, jogando comida fora. Para
se ter uma ideia, são gastos 100 mil litros de água para produzir um quilo de
carne. Com esse volume, uma pessoa pode tomar banho por quatro anos e meio",
alerta o consultor.

Em tese, o volume de água existente na Terra é farto o bastante para suprir
todas as necessidades humanas. No entanto, ainda segundo o especialista, o uso
dos recursos hídricos precisa ser otimizado a partir de tecnologias mais
eficientes.
Na análise de Waldman, a gestão mais eficiente dos recursos hídricos utilizados
pelas atividades agrícolas e pecuárias proporcionaria uma disponibilidade maior
de água para consumo humano. "A agricultura ainda usa métodos perdulários. Se a
atividade agrícola demandasse 10% a menos de água, dobraríamos a quantidade do
recurso para uso humano", explica.

Essa não é, no entanto, uma questão meramente técnica. A problemática do acesso
à água envolve aspectos culturais e sociais. "Israel tem o melhor sistema de
abastecimento, mas precisa da água da Cisjordânia. Um marroquino ou argelino
necessita de 60% menos água do que um norte-americano. Em algumas áreas do
nordeste brasileiro, o acesso à água é interditado por aqueles que têm poder.
Portanto, a gestão dos recursos hídricos depende de instrumentos técnicos,
econômicos e políticos para que atenda às suas diversas finalidades sociais",
ressalta.

Água
virtual

A
água utilizada na produção de um artigo agrícola ou industrial tem sido
modernamente conceituada como ‘água virtual’. Em um processo produtivo, parte
dos recursos hídricos empregados se perde nos esgotos e mananciais. Outra
parcela é reciclada pela natureza por meio da evaporação e transpiração das
plantas. Porém, uma quantidade significativa permanece no produto e acaba sendo
exportada para outras regiões do mundo. Esta é a água virtual.

O Brasil é hoje o 10º maior exportador de "água virtual" do mundo em lista
encabeçada pelos Estados Unidos, que anualmente vendem ao exterior em média 164
milhões de metros cúbicos de água. Entre 1995 e 1999, os EUA foram responsáveis
pela comercialização no mercado internacional, de algo entre 10 e 100 milhões de
m³ de água embutida em produtos. A maior parte deles teve como destino a
Europa.     

Como o sistema econômico não considera os serviços do ecossistema, o preço dos
produtos exportados pode não compensar os gastos, no longo-prazo, para a
recuperação dos mananciais e de ambientes locais. Dessa forma, as nações
exportadoras acabam mais perdendo do que ganhando, especialmente se os artigos
agrícolas são produzidos de forma insustentável, com danos para os ecossistemas
locais, a exemplo da poluição do solo e exploração demasiada dos recursos
hídricos. 

Um país que sofre com escassez de água, por exemplo, pode importar produtos que
demandam muita água para sua produção ao invés de produzi-los internamente.
Fazendo isso, ele não só economiza volumes expressivos de água, como alivia a
pressão sobre os seus recursos hídricos, tornando-o acessível para outros usos.

Segundo o Conselho Mundial de Água (World Water Council – WWC),  o
comércio de água virtual tem implicações geopolíticas e induz à dependência
entre países. Sendo assim, pode, ao mesmo tempo, ser um estímulo para a
cooperação e a paz ou um motivo para potenciais conflitos.

Água
e saúde

O
relatório de 2006 do Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD)
alerta que a falta de água e saneamento mata uma criança a cada 19 segundos no
mundo, em decorrência de diarréia.
Nos países em desenvolvimento, a situação tem se mostrado ainda mais crítica:
por falta de água potável e saneamento, são registrados cinco bilhões de casos
de diarréia por ano. Desses, cerca de 1,8 milhão correspondem a crianças 
menores de 5 anos, que morrem da doença, uma desconcertante média de 4.900 por
dia.

"A diarréia é a segunda principal causa de morte na infância, atrás somente das
infecções respiratórias. Ainda que possa ser evitada com medidas simples, a
doença mata mais do que a tuberculose e a malária;  seis vezes mais que os
conflitos armados e, entre as crianças, cinco vezes mais do que a Aids",
ressalta Lineu Andrade de Almeida, presidente da ABES.

Segundo relatório da Organização Mundial de Saúde (OMS), 10% dos problemas
gerados por doenças no mundo todo poderiam ser evitados a partir de melhor
gerenciamento da água – com melhorias no sistema de fornecimento de água
potável, mais saneamento e higiene.

Cerca de 60 milhões de brasileiros (9,6 milhões de domicílios), não dispõem de
coleta de esgoto. Outros 15 milhões (3,4 milhões de domicílios) não têm
esgotamento sanitário, nem acesso à água encanada. Além disso, apenas 25,6% dos
esgotos coletados são tratados, sendo o restante lançados in natura em corpos
d’água, o que contribui — segundo dados da Conferência Nacional das Cidades —
para contaminar o solo, as águas subterrâneas e os oceanos.

Segundo o levantamento feito pela OMS em 192 países, no Brasil as mortes causadas
por problemas relacionados à água, saneamento e higiene chegaram, em
2002,  a 28,7 a cada mil, 2,3% do total de mortes registradas no país.
Andrade lembra que o custo financeiro para reduzir pela metade a proporção de
pessoas sem acesso a água potável e saneamento – como prevê um dos Objetivos de
Desenvolvimento do Milênio – seria de US$ 10 bilhões ao ano, utilizando-se
tecnologia de baixo preço. Para universalizar o acesso seriam necessários de
US$ 20 bilhões a US$ 30 bilhões ao ano, dependendo da tecnologia. "O valor de
US$ 10 bilhões, porém, é menos do que o mundo gasta com armas em cinco dias e
menos da metade do que os países ricos desembolsam com garrafas e copos de água
mineral", ressalta.

No Brasil, o investimento de 10 bilhões de reais ao ano, por 20 anos
consecutivos, seria suficiente para universalizar o serviço de saneamento. Esse
montante corresponde hoje a aproximadamente 0,6% a 0,7% do PIB brasileiro.

De acordo com importante relatório do PNUD, manter o déficit de água e
saneamento custa nove vezes mais do que resolvê-lo. Só os sistemas de saúde dos
países em desenvolvimento economizariam US$ 1,6 bilhão ao ano. O custo total do
déficit chega a US$ 170 bilhões, ou seja, mais do que o Produto Interno Bruto
(PIB) da Argentina, ou 2,6% do PIB de todos os países em desenvolvimento
juntos. 

"Se os benefícios sociais por si não são motivadores, vamos universalizar o
saneamento só para economizar. É muito mais inteligente", provoca Andrade.





Segundo o relatório "As empresas no mundo da
água" do Conselho
Empresarial Mundial para o Desenvolvimento Sustentável
(World Business Council for Sustainable
Development
), a água deveria ser um tema prioritário na agenda das
empresas, tendo em vista que todos os negócios, de uma forma ou de outra,
dependem do recurso.
           
"A continuidade e o sucesso futuro de qualquer companhia são afetados pela
disponibilidade, custo e qualidade da água em diversas fases da cadeia de
valor", ressalta o documento do WBCSD.
           
O aprimoramento dos processos produtivos de modo a reduzir o consumo de água
proporciona ganhos não só ambientais e sociais, mas também econômicos.

"Primeiramente, a gestão dos recursos hídricos requer a redução do desperdício
de água, a implementação de tecnologias mais eficientes, a melhoria dos
processos produtivos e tratamento da água utilizada. Em uma abordagem mais
profunda, a gestão da água não pode deixar de considerar a preservação das
fontes desse recurso e trabalhar com as comunidades para melhorar as práticas
de seu uso", explica o documento.

As ações para atingir as etapas acima descritas variam de acordo com o segmento
em que a empresa atua. Mas já podem ser observadas em várias corporações.

Na Coca Cola Brasil – onde a água é um elemento vital não só no processo
industrial, mas principalmente para o produto em si – reduzir o consumo, evitar
o desperdício e promover a reutilização não foi o bastante. A empresa decidiu
buscar fontes alternativas de captação, como a água da chuva.

Todas essas medidas integram o Programa Água Limpa, criado em 1995, com o
objetivo de melhorar a gestão da água no Sistema Coca-Cola Brasil. "A água é a
matéria prima mais importante no processo de fabricação de bebidas. Ela está
presente em todos os nossos produtos, logo, o uso eficiente e racional desse
recurso é uma prioridade para a Coca-Cola Brasil", afirma José Mauro de Moraes,
diretor de Meio Ambiente da Coca-Cola Brasil.

Para Moraes, a grande meta da companhia é atingir um estágio de empresa
"neutra" no consumo de água, a partir de ações afinadas com as diretrizes dos
três Rs: reciclar a água (estação de tratamento de efluentes), reduzir o
consumo (com aumento de eficiência e fontes alternativas) e repor a água
consumida por meio de ações compensatórias.

Em 2007, a Coca-Cola
Brasil
superou a meta de 2,19 litros de água por litro de
bebida produzida. O consumo médio das 37 plantas brasileiras foi de 2,10 litros
de água/litro de bebida, um volume 5% inferior ao de 2006. "Com essa redução o
Sistema Coca-Cola Brasil deixou de captar o equivalente a 960 milhões de
litros, volume de água suficiente para abastecer 3.100 famílias de quatro
pessoas por um ano. A meta é chegar, até 2012, a 1,7 litro de água consumida
por litro de bebida produzido", afirma José Mauro de Moraes, diretor de meio
ambiente da Coca-Cola Brasil.

A Ambev,
por sua vez, alcançou a média de 1,71 litros de água para cada litro de
refrigerante produzido em 2007. Em algumas unidades da empresa, o consumo de
água é ainda menor. A filial de Jundiaí, por exemplo, reduziu de 1,78 para 1,63
litros a água usada na produção de cada litro de refrigerantes, tornando-se
referência entre todas as unidades da companhia.  Em 2006, a filial de
Contagem, em Minas Gerais, atingiu a média de 1,25 litros de água para cada
litro de bebida fabricada.
           
O processo de fabricação de cerveja demanda mais água. Ainda assim, houve uma
economia do consumo de 2006 para 2007. A companhia reduziu de 4,30 para 4,19
litros a água usada na produção de cada litro de cerveja. No total, a AmBev
aumentou em 22% o índice geral de economia de água em cinco anos.

Conciliar a redução do consumo de água com o aumento da produção é um dos
grandes desafios das empresas. Este é o caso da Unilever. Nos últimos cinco anos, a
empresa diminuiu o consumo de água em 32% mesmo diante do crescimento de sua
produção de 27%, no mesmo período. Na prática, essa redução foi de mais de
1.000.000 metros cúbicos / tonelada, o equivalente a mais de 400 piscinas
olímpicas ao ano.

Fazer mais com menos

Mesmo nas empresas em que a água não é matéria-prima dos produtos, o recurso
tem um papel importante nos processos industriais e requer, portanto, atenção
especial.

Na Holcim,
por exemplo, a principal finalidade da água é o resfriamento dos equipamentos.
Segundo Valéria Pereira, gerente corporativa de meio ambiente da empresa, a
água só entra no processo produtivo, propriamente dito, nos moinhos de cimento
e também nas torres e fornos para resfriamento.

"A água utilizada pela empresa é 100% recirculada. É uma forma de evitar o
consumo e descarte, pois captamos a água e a consumimos novamente", ressalta
Valéria.

A matriz da Bosch,
em Campinas (SP), por sua vez, implementou um processo de tratamento de
efluentes galvânicos que permite a reutilização de 60% do total da água
utilizada. Anualmente, esse sistema possibilita o reaproveitamento de 240
milhões de litros de água/ano, volume equivalente ao consumo anual de uma
comunidade com, aproximadamente, 5.500 pessoas – considerando uma média de água
gasta, por pessoa, de 120 litros/dia ou 43.200litros/ano.


"Como a Bosch é uma empresa do segmento metalúrgico, a água é matéria-prima
básica para os seus processos produtivos. Utilizamos as fontes de obtenção
pública de água tratada, recursos hídricos de superfície e subsolos. Há um
tratamento específico para cada etapa da produção, sendo que os efluentes
também são tratados e utilizados em outros processos", afirma Theóphilo Arruda,
gerente de Engenharia Civil, Preservação do Meio Ambiente e Segurança
Empresarial Corporativa da Robert Bosch América Latina.

A Bosch utiliza,  aproximadamente, 9 m³ de água por hora, sendo que 70%
desse recurso provém de reuso, o que equivale a aproximadamente 6,3 m³ por
hora.

Na
unidade da Amanco
localizada em Suape, Pernambuco, a forma como a fábrica foi projetada tem
proporcionado o uso mais eficiente dos recursos naturais, entre eles a
água. 

O sistema compacto e integrado de tratamento de efluentes sanitários permite a
reutilização da água, que normalmente seria desperdiçada, nas descargas de
vasos sanitários, rega de jardins, limpeza de pisos e equipamentos.


Como o resfriamento dos tubos fabricados em Suape ocorre em circuito fechado, o
processo de produção de uma tonelada consome apenas 40 litros de água, enquanto
que pelo método tradicional seriam necessários 1.500 litros. A redução de 97%
ganha relevância quando se considera que a fábrica de Pernambuco produz 1,4 mil
toneladas de tubos por mês.

Box:
Soluções globais para a água

Soluções
técnicas

– Utilização da água do mar na indústria e na
agricultura.

 – Desvios de água das zonas com
abundância para zonas de escassez de recursos hídricos.

 – Reciclagem de águas residuais.

 – Aproveitamento do potencial
calorífico das águas residuais como fonte de energia.

 – Utilização das águas residuais na
rega para aumentar a produção.

 – Novas técnicas de exploração de águas
subterrâneas.

 – Combinação de técnicas de tratamento
microbiológico de águas residuais com novas técnicas de separação por
membranas.

 – Nanotecnologia, técnicas de
dessalinização inovadoras.

 – Técnicas de cristalização.

 – Desenvolvimento de membranas;

– Sistemas de tratamento de baixo custo nos
pontos de utilização.

 – Produtos de consumo destinados à
eliminação de bactérias, vírus, parasitas e metais pesados.

Aumento
da produtividade agrícola da água

– Abordagens agrícolas mais eficientes.

–  Agricultura à base de água salgada.

 – Maior eficiência da utilização da
água nas práticas agrícolas.

Soluções
de redistribuição

– Reestruturação e recolocação da indústria
em áreas de menor pressão sobre os recursos hídricos.

 – Proibição de emissão de licenças
ambientais a indústrias que consumam recursos hídricos significativos.

Instrumentos
e regulação econômica

– Aumento do preço da água.

–  Maior regulação para o uso industrial
da água.

Proteção
do ambiente e respectiva regulação

– Preservação e restauração de ecossistemas
que otimizem a captação de água e a mitigação das cheias.

–  Incentivos a programas de economia de
água.

Soluções
de sensibilização


Patrocínio de campanhas públicas de educação para a utilização da água.

 –
Definição de objetivos ambiciosos de redução do consumo de água per capita.

Fonte: Relatório "As empresas no mundo
da água", WBCSD –
World Business Council for Sustainable Development.

Box:
O que as empresas podem fazer

As empresas podem agir de muitas formas –
individualmente, coletivamente e em parceria com outras – para enfrentar os
desafios da água:

-Reduzindo a utilização da água, bem como das
descargas poluidoras/ fluxos de águas residuais ao longo da cadeia de
abastecimento.

-Criando produtos e serviços que reduzam a
utilização de água e as descargas por parte do cliente final

-Ajudando a desenvolver e promover soluções
adequadas que levem em conta diferentes realidades contextuais, como a cultura,
poder de compra, escassez de água, variações climáticas e diversificação
econômica

– Reduzir o consumo e poupando dinheiro, a
partir do reconhecimento de que os custos vão aumentar e a água disponível
diminuir;

-Olhando para além da fronteira da fábrica,
escritório, cadeia de abastecimento.

-Contribuindo para uma maior conscientização
dos desafios da água.

-Atuando proativamente na comunidade local,
reconhecendo a oportunidade de criar novos mercados.

-Fazendo chegar mensagens claras aos
dirigentes políticos sobre a importância das políticas da água e de uma
aplicação eqüitativa e coerente desse recurso

-Tentando, com outras partes interessadas,
criar um conjunto bem definido de princípios para o setor da água.

Fonte: Relatório "As empresas no mundo
da água", WBCSD –
World Business Council for Sustainable
Development.

Box:
Água nos processos produtivos

Produto

Água gasta na produção

1 kg de pão

150 litros

1 kg de batata 

entre 100 e 200 litros

1 kg de arroz 

1.500 litros

Cinco mil chips de 32MB, cada um pesando 2g

16 mil litros de água

Fonte: Conselho Mundial da Água
Artigo publicdo originalmente em:



http://www.ideiasocioambiental.com.br/revista_conteudo.php?codConteudoRevista=283

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