Inspiração está além do parlamento. Por José Carlos Capinan
Parece que haverá um retrocesso político de grandes proporções no Brasil. A quebra das regras em vigor vai gerar um desconforto muito grande para as instituições republicanas e democráticas, com agravo ao voto popular e ao
protagonismo da razão e da inteligência, que pareciam estar em processo em nosso país, com amplo diálogo e apelos contra o preconceito e a discriminação de quaisquer naturezas.
Se as eleições não garantem ao eleito os poderes que lhe foram conferidos pela escolha da maioria, como será daqui para frente? O que estará valendo: o vale tudo?
Não é para deixar tranquilos os vencedores do impedimento o que está por vir, uma vez quebrada a lógica do respeito à nação, encurtando o caminho para chegar ao poder, ignorando o debate e o diálogo – pois temos condições de pensar o melhor para o país, a começar pela ação parlamentar de representar o que a sociedade quer, sem estar pressionada por uma manobra que fere as regras da convivência política e pode gerar reações imprevisíveis.
Grande parte dos parlamentares tem antecedentes criminais e estão destemidamente no comando do movimento para depor a presidente. Foi vergonhoso o teatro da votação que encaminhou o processo ao senado
Há uma pesquisa sobre o QI da população brasileira, que não nos dá conforto em acreditar que o coro reacionário e conservador que vigora esteja pensando corretamente e tenha consciência do que faz.
Massificaram o que a educação não soube contrapor. De repente é a bala, é o boi, é a religião mal pregada que tomaram as rédeas, com a mídia manipuladora, e nos usurparam a razão. Mas o tempo é rei e maiores são os poderes do povo (glauberiana bandeira). Vamos deixar o tempo tirar o manto dessa história farsesca, para conhecer sua verdadeira face ainda oculta. Que se revelem os interesses que levam ao poder.
A conspiração está além do parlamento, a CIA e grupos da direita americana agem no continente, com nova modalidade, sem os militares, mas apoiados sobretudo na mídia conservadora. É o modelo neocapitalista, preparando uma nova banca de negócios e lucros pós crise.