Aldeia Nagô
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O discurso de Lula para a Aliança Progressista

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Hoje (25), o ex-presidente Lula deveria discursar na abertura do seminário “Democracia e Justiça Social”, da Aliança Progressista, organizado pelo PT e realizado em São Paulo com a participação de autoridades da África, Ásia, Europa e América Latina.

Presente no evento, Lula estava sem voz. Por isso, coube ao ex-ministro-chefe da Secretaria Geral da Presidência da República, Luiz Dulci, ler o discurso em seu nome.

Ele agradeceu o apoio à presidente Dilma Rousseff e disse que o que está em jogo no Brasil é mais do que o seu mandato legítimo. “É o voto soberano de 54 milhões de mulheres e homens, que a escolheram livremente para governar o país”.

“O que está em jogo é o risco de interromper um processo histórico, que passou pela conquista da democracia e nos levou a avanços extraordinários do ponto de vista social, político e econômico. Um processo histórico que levou à eleição de governos democráticos e populares na ampla maioria dos países da América Latina. E que resultou na melhoria das condições de vida dos trabalhadores e da população mais humilde em quase todos os países dessa região, com mais de 600 milhões de habitantes”, afirmou Dulci.

Ele falou sobre as políticas capitaneadas pelos governos petistas que tiraram o Brasil do Mapa da Fome e reduziram a pobreza extrema, criando empregos, valorizando o salário mínimo e ampliando o acesso ao ensino superior.

Dulci disse que a população brasileira sofre com os impactos da crise internacional e com “falhas do governo que precisam ser corrigidas”. Mas questionou se isso justifica a derrubada da presidente eleita. “A oposição, derrotada nas urnas pela quarta vez consecutiva, optou pela estratégia golpista para voltar ao poder. Para implantar, por caminhos autoritários, a agenda neoliberal derrotada nas urnas; a agenda de desconstrução das conquistas sociais e de entrega do patrimônio nacional”.

De acordo com ele, ao invés de trabalhar para reverter a situação, a oposição fez de tudo para agravar a crise. “Foram 18 meses de sabotagem no Legislativo, com a cumplicidade dos grandes meios de comunicação, que difundem o pessimismo e a incerteza 24 horas por dia. Uma aliança oportunista entre a grande imprensa, os partidos de oposição e uma verdadeira quadrilha legislativa, que implantou a agenda do caos”.

O porta-voz de Lula deu, então, as credenciais de Eduardo Cunha, “presidente da Câmara dos Deputados, réu em dois processos por corrupção, investigado em quatro inquéritos e apanhado em flagrante ao mentir sobre suas contas escondidas no exterior”.

E disse que a abertura do processo de impeachment foi um ato de vingança por deputados do PT se recusarem a acobertá-lo no Conselho de Ética da Câmara. “Não havia e não há, absolutamente, nem fatos nem sustentação jurídica para esse processo. Foi um gesto claro de vingança, ao qual se juntaram, sem nenhum pudor, os chefes da oposição derrotada nas urnas”.

Dulci lembrou que os governos do PT que propuseram as leis de combate ao crime organizado, lavagem de dinheiro, tráfico de influência e corrupção empresarial.  E que foram eles que reconheceram na prática a autonomia do Ministério Público e da Polícia Federal.

O discurso terminou com um alerta e um aviso. “Governos progressistas são acossados por novas formas de golpe, disfarçadas de intervenções legislativas ou judiciárias, acobertadas por operações de propaganda opressiva nos grandes meios de comunicação. E sempre com a cumplicidade de poderosos interesses econômicos, que pretendem retomar a espoliação das riquezas naturais e o controle do imenso mercado de consumo da América Latina. É hora de perguntar se vamos permitir um retorno ao passado, ao tempos da Guerra Fria, em que o mundo se dividia entre dominados e dominadores.Se vamos restaurar a velha ordem das ditaduras e de regimes servis a determiados interesses econômicos. Se vamos ativar novamente a bomba-relógio da  fome, da espoliação e da injustiça. Estas são as questões que se colocam para a comunidade mundial neste momento. Por isso, peço a todos que levem a seus países a mensagem de que a sociedade brasileira vai resistir ao golpe do impeachment. A sociedade brasileira não reconhecerá um governo que não venha da única fonte legítima: o voto popular”.

Publicado originalmente em http://jornalggn.com.br/noticia/o-discurso-de-lula-para-a-alianca-progressista

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