O Malandro. Por Claudio Guedes
Sérgio Moro mostrou ontem no Senado Federal que além de não ter sido um juiz ético, honesto e digno, transformou-se em um político malandro.
Pego em flagrante delito, manipulando a justiça contra os direitos constitucionais de réus, articulando estratégias com a procuradoria, o ex-juiz tenta criar uma cortina de fumaça para encobrir o seu comportamento.
Busca apontar a denúncia contra ele como obra dos que seriam contrários à luta contra a corrupção e, no mesmo tom dos procuradores que agiram como delinquentes, tenta associar as denúncias com um suposto ataque à Lava-Jato.
Apenas malandragem.
Sérgio Moro, como os indícios indicavam, foi o chefe da acusação contra o ex-presidente Lula. Não agiu como seu cargo de magistrado exigia: com respeito ao réu, à defesa, e com a imparcialidade que é a garantia maior da justiça republicana e democrática.
Como juiz federal desqualificou a justiça.
Não pode um juiz aconselhar a acusação, participar no dia-a-dia das ações da procuradoria e, ao mesmo tempo, julgar. A lei não permite. O código de ética da magistratura não permite.
Buscar a capa protetora da Lava-Jato é apenas uma saída de efeito, buscando a proteção de parcela expressiva da opinião pública que apoia a luta contra a corrupção. Vai funcionar por pouco tempo.
A sequência que virá, do extenso material entregue a The Intercept pela fonte da denúncia, acabará por demonstrar o grau de envolvimento do então juiz com a procuradoria, seu comportamento parcial anti-ético e suas ações ilegais.
Será desmascarado de forma implacável.
Claudio Guedes é empresário