Aldeia Nagô
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Obama e o bloqueio a Cuba por Bruno Rodríguez

4 - 6 minutos de leituraModo Leitura

O presidente Barack Obama tem a oportunidade histórica de liderar a mudança política a respeito de Cuba





Cuba
enfatizou na Assembleia Geral da ONU que o bloqueio dos EUA à Ilha não mudou e
constitui uma violação absoluta, flagrante e sistemática dos direitos humanos.

Esse cerco "continua sendo
uma política absurda que provoca carências e sofrimentos" e na Convenção
de Genebra de 1948 aparece classificado como um ato de genocídio e é eticamente
inaceitável, afirmou o chanceler cubano, Bruno Rodríguez.

O Ministro das Relações
Exteriores cubano falou na reunião plenária da Assembleia Geral das Nações
Unidas na debate do tema intitulado "Necessidade de pôr fim ao bloqueio
econômico, comercial e financeiro imposto pelos Estados Unidos da América a
Cuba".

Rodríguez declarou que esse
assédio norte-americano é um ato soberbo e inculto e assinalou que os
representantes de Washington mentem quando afirmam que se trata de um assunto
bilateral.

A respeito disso, explicou que a
aplicação extraterritorial das leis do bloqueio, como a Helms-Burton e a
Torricelli, também atinge os demais Estados-membros da ONU e salientou que 56
países foram alvo de medidas no último período.

"Essas proibições, desumanas
e impróprias desta época, são aplicadas não só a Cuba, mas também aos países
que vocês representam", ressaltou.

O chanceler cubano pôs numerosos
exemplos sobre o impacto do bloqueio na população cubana, especialmente nas
crianças, em matéria de medicina, saúde, comunicações, internet, alimentação,
cultura, ciências, e outros.

Também se referiu à recente
proibição do governo norte-americano de que a Orquestra Filarmônica de Nova
Iorque se apresentasse em Cuba.

"Entre julho de 2008 e
julho de 2009, 1.941 navios ancorados em Cuba foram proibidos de entrarem nos
portos dos EUA durante 180 dias", acrescentou.

Rodríguez destacou que, segundo
pesquisas recentes, 76% dos cidadãos norte-americanos se opõem ao bloqueio e
precisou que "ignorar a decisão de mudar e mantê-lo é
antidemocrático".

"Os empresários
estadunidenses são proibidos de comerciarem com o mercado cubano. Também são
proibidos de investirem em Cuba. As companhias do mundo não têm concorrência
norte-americana em Cuba porque o governo dos Estados Unidos o proíbe",
acrescentou o chanceler cubano.

Ao se referir à prorrogação da
aplicação do assédio em setembro passado, Bruno Rodríguez rejeitou o pretexto
do interesse nacional dos EUA utilizado pelo presidente Barack Obama.

Nenhuma pessoa séria pode dizer
que Cuba representa uma ameaça para a segurança nacional da única
superpotência. Nossa força é a força do direito, da verdade e da razão,
afirmou.

Além disso, também exigiu que se
ponha fim à inclusão de Cuba nas listas espúrias de supostos Estados
patrocinadores do terrorismo e exigiu a libertação dos Cinco lutadores
antiterroristas cubanos, presos injustamente nos cárceres norte-americanos
desde 1998.

"O presidente Barack Obama
tem a oportunidade histórica de liderar a mudança política a respeito de Cuba e
a eliminação do bloqueio. Inclusive, tem faculdades executivas que lhe
permitiriam, agora e por si próprio, modificar substancialmente a aplicação das
medidas do bloqueio", disse.

A seguir, Bruno Rodríguez
qualificou de "positivos, porém extremamente limitados e
insuficientes" diversos passos dados pela Casa Branca para eliminar as
brutais restrições aplicadas pelo ex-presidente George W. Bush.

"A realidade é que nem
sequer se retornou à situação existente no início de 2004, quando os EUA
permitiam certo nível de intercâmbio com contrapartes cubanas, que atualmente
continua proibido", precisou.

Assegurou que algumas propostas
feitas na área das telecomunicações são simplesmente inaplicáveis, enquanto não
sejam eliminadas outras restrições em vigor.

"Também será necessário pôr
fim à prática de roubar fundos cubanos procedentes de operações nesse setor,
congelados em bancos norte-americanos", indicou.

Bruno Rodríguez assinalou que
Cuba respondeu conforme sua disposição histórica para conversar diretamente com
os Estados Unidos.

"O presidente Raúl Castro
Ruz, como fez antes Fidel, reiterou sua disposição para dialogar sobre todos os
assuntos e para negociar todos os problemas bilaterais, com base no respeito e
na igualdade soberana e sem menosprezar nossa independência e
autodeterminação", destacou.

Além disso, sublinhou:
"Estamos à espera de respostas do governo dos EUA à proposta da agenda,
apresentada por Cuba em julho passado, para iniciar um diálogo blilateral"

Quanto à resolução apresentada
na Assembleia Geral, o ministro cubano explicou que "apoiá-la é um ato
contra a agressão e o uso da força. É um ato a favor da paz, do direito e da
esperança".


um ato de justiça com o heroico povo de Cuba que hoje presta homenagem a Camilo
Cienfuegos, jovem e alegre comandante da Serra Maestra, com quem aprendemos que
a lealdade a nossas conquistas sagradas e a nossas convicções profundas é o
único caminho para a vitória", concluiu. •

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