Organizada pelo Ilê Aiyê, 2ª edição da FEIRAIYÊ reuniu cerca de 700 pessoas
Com abordagem acolhedora focada na troca de experiências e fortalecimento do empreendedorismo de mulheres negras, indígenas e ciganas, a 2ª edição da Feira de Empreendedoras Criativas – FEIRAIYÊ, promovida pelo Ilê Aiyê, encerrou as atividades nesta quinta-feira (1º), reunindo um público de cerca de 700 pessoas em sua programação diversa
composta por mentorias, oficinas e painéis, no formato online.
Iniciada no dia 28 de junho, a programação abordou temas que vão desde a presença digital até gestão financeira, passando por gestão do tempo e sustentabilidade, com um olhar atento a questões profundas, como sobrecarga de trabalho e falta de oportunidades.
A 2ª FEIRAIYÊ foi realizada pelo Ilê Aiyê, junto com a Caderno 2 Produções, com produção da Multi Planejamento Cultural e patrocínio do Governo do Estado da Bahia.
A programação para as mulheres inscritas na 2ª FEIRAIYÊ incluiu as oficinas “Jornada de Acolhimento às Empreendedoras” com Nara Peixoto e “Gestão Financeira” com Ludmyla Oliveira e a mentoria “Presença Digital”, que aconteceu durante todos os dias do evento com o objetivo de orientar mulheres empreendedoras a fortalecer a sua comunicação nas plataformas digitais, a partir de um acolhimento personalizado e suas vivências individuais. Para a mentora Juliana Almeida, ações como estas são importantes para ajudar a descentralizar e desmistificar informações, tornando o universo digital mais acessível a todas as gerações.
“Nós, mulheres negras e empreendedoras, somos a camada da sociedade mais atingida pelos impactos socioeconômicos da pandemia. Olhar para isso e refletir juntas exige muito cuidado e muita escuta. Ações como essa são importantes e necessárias para ajudar a pensar em novos caminhos dentro de nossos projetos e também refletir nossos corpos e os espaços para se cultivar uma comunicação eficiente”, afirmou.
A 2ª FEIRAIYÊ contou também com quatro painéis gratuitos ao público sobre empreendedorismo feminino, com o objetivo de apresentar diferentes empreendimentos e oportunidades de negócios para mulheres negras, indígenas e ciganas. As apresentações dos painéis estão disponíveis no canal oficial do Ilê Aiyê no YouTube.
Durante o painel “Empreendedorismo e Identidade – Transformando sonhos”, apresentado no dia 28/6, a empreendedora paraense Luakam Anambé, 53 anos, contou a sua história de vida, marcada pelo trabalho infantil e, também, pela superação. Inspirada pela neta e pelo seu povo da etnia Anambé, ela ressignificou suas dores através das Bonecas Anaty, um empreendimento de bonecas artesanais que hoje ajuda as crianças de sua aldeia a terem o direito de brincar.
“As bonecas Anaty são um grito de força, contra o preconceito e a violência e também uma superação. O empreendedorismo e o trabalho social ajudam a empoderar as mulheres de comunidades indígenas, quilombolas e outras etnias. Nesse projeto, ajudamos a resolver problemas da comunidade indígena provocando autoestima das mulheres que já são guerreiras por natureza”, afirmou.
A programação também incluiu os painéis gratuitos “Empreendendo na Pandemia – Case Kit Glossy” com Iajima Silena e Jennifer Bomfim, “Autocuidado e Gestão do Tempo” com Hundira Cunha e “Empreendedorismo e Sustentabilidade” com Hellen Nzinga. Os painéis encerram com uma apresentação musical da rapper Kainná Tawá e DJ Pat Manoese.