Originalidade, dicção, fluência verbal e fidelidade ao texto são analisados nos festivais de declamação de poemas de Castro Alves
Originalidade (criatividade utilizada para a apresentação do poema), dicção (clareza das palavras pronunciadas na declamação), fluência verbal (correção e a pronúncia das palavras) e fidelidade ao texto (exatidão e o respeito a todos os versos e palavras do poema) são os itens analisados pelos jurados no 16ª edição do Festival de Declamação de Poemas de Antônio de Castro Alves e no 3º Festival Infantil de Declamação de Poemas de Castro Alves. Os concursos acontecem em 11/03, a partir das 13h, no Parque Histórico Castro Alves (PHCA), localizado na Fazenda Cabaceiras, município de Cabaceiras do Paraguaçu, local onde nasceu o poeta.
Os jurados serão: Eliene Diniz (socióloga e funcionária da Diretoria de Museus), Eliete Teles (professora de teatro), Lorena Santana (bibliotecária e funcionária da Diretoria de Museus), Rubenval Meneses (professor e diretor teatral) e Vanina Cruz (psicóloga e escritora).
Os festivais fazem parte das comemorações pelos 170 Anos de Aniversário de Nascimento do Poeta Castro Alves. No dia do nascimento do poeta, dia 14 de março, as comemorações ganham as ruas do município e também se estendem no PHCA, com programação mais intensa: premiações dos concursos (quando os cinco primeiros colocados de cada categoria se apresentam novamente), abertura da exposição ‘Imagens dos Vaqueiros da Bahia’, ferinha com artesanato e comida local e atrações diversas (veja programação completa abaixo).
O evento – uma iniciativa da Diretoria de Museus do Instituto do Patrimônio Artístico e Cultural da Bahia (DIMUS/IPAC) – já é tradição na cidade e reúne pessoas de diversas regiões e de todas as idades que prestam homenagem ao grande poeta baiano, autor de Espumas Flutuantes, Vozes D’África e O Navio Negreiro. A diretora da DIMUS, Fátima Santos, explica que o festival foi criado para homenagear o poeta Castro Alves e incentivar a juventude a usar a poesia para manifestar seus sentimentos. “Os poemas do grande poeta expressam o seu romantismo, o seu amor à pátria, além do intenso sentimento libertário”, acrescenta.
A coordenadora do PHCA, Diogenisa Oliva acrescenta que, além de toda a programação especial, o público pode aproveitar para conhecer o museu que conta a história de Castro Alves e que vem realizando atividades em sintonia com os ideais do poeta. “O público pode usufruir dos projetos socioeducativos permanentes do Parque e ainda de projetos, como uma típica casa de farinha nordestina que foi construída no local e agora da nova exposição de vaqueiros, que dialogam com este ideal e de valorização da comunidade”, explica.
Programação:
11.03.17 – Sábado
13h – 3º Festival Infantil de Declamação de Poemas de Castro Alves
16º Festival de Declamação de Poemas de Castro Alves
17h – Apresentação cultural – Priscila Sales
14.03.17 – Terça
5h – Alvorada
8h – Missa Festiva em homenagem ao poeta (Igreja São João Batista)
9h30 – Apresentação dos grupos culturais Boinho de Painho (Cabaceiras do Paraguaçu) e Mascarados de Maragogipe
10h – Abertura da exposição ‘Imagens dos Vaqueiros da Bahia’
10h30 – Sessão Solene em Tributo ao Poeta da Câmara de Vereadores da Cidade de Cabaceiras do Paraguaçu
11h – Premiação dos vencedores do 3º Festival Infantil de Declamação de poemas e do 16º Festival de Declamação de Poemas de Castro Alves
14h – Homenagens ao Poeta – Auditório Pedro Calmon (PHCA)
15h – Apresentação cultural do grupo Samba de Roda de Maragogipe – ASSAMA (com participação dos Mascarados de Maragogipe)
16h – Maratona Castro Alves
20h – Apresentação musical (Praça Castro Alves)
Mostra ‘Imagens dos Vaqueiros da Bahia’
O estado da Bahia foi o primeiro no Brasil a reconhecer o ofício do vaqueiro como patrimônio cultural (em agosto de 2011), através do Conselho e da Secretaria Estadual de Cultura. Como parte das ações para reforçar esse reconhecimento, o Parque Histórico Castro Alves (PHCA) recebe a exposição fotográfica “Imagens dos Vaqueiros da Bahia”. Com seu gibão e chapéu de couro, alpercatas, alforjes, surrões e facão sempre amolado, o vaqueiro é uma figura emblemática do sertão baiano, do nordeste e de outras regiões do país.
A exposição é composta por imagens resultantes do projeto “Histórias de Vaqueiros: Vivências e Mitologias”, reunindo 16 fotografias de Josué Ribeiro, Bauer Sá e Elias Mascarenhas, com curadoria de Washington Queiroz. Além das fotografias, a exposição traz ainda reproduções de falas de vaqueiros, com textos que tratam sobre o seu dia a dia, sua relação com o trabalho, com os animais, com o meio ambiente, além de reflexões sobre a vida, o amor e a morte, sempre em sua singular linguagem.
Estas imagens trazem à tona o não reconhecimento com que têm sido tratados os brasileiros que viveram e vivem nas brenhas, nos matos, no território rural. Protagonista do maior fenômeno sócio-cultural-econômico de fixação e unidade em toda a região Nordeste e em outras regiões do país, o vaqueiro foi o bandeirante que pontuou o território baiano com locais de pouso e currais que se transformariam nas primeiras cidades do interior da Bahia e do Nordeste. Para tanto, a partir do século XVI, a “civilização do couro” ou civilização vaqueira criou, recriou e cria saberes, procedimentos.
SERVIÇO: 170 Anos de Aniversário de Nascimento do Poeta Castro Alves
Quando: 11 e 14 de março de 2017
Visitação: terça a sexta, das 9h às 12h e 14h às 17h. Fins de semana e feriados, das 9h às 14h.
Onde: Parque Histórico Castro Alves (PHCA)
Endereço: Praça Castro Alves, nº 106, Centro, Cabaceiras do Paraguaçu/ BA
Tel.: (75) 3681-1102
Realização: PHCA/DIMUS/IPAC/ SECULT-BA
Gratuito
Sobre o PHCA: Localizado a 170 km da cidade de Salvador, o Parque Histórico Castro Alves é um museu que funciona em um espaço com 52 mil metros quadrados. Situado na Fazenda Cabaceiras, onde nasceu e morou Castro Alves (14.03.1847 – 06.07.1871), o museu foi inaugurado em março de 1971, por ocasião do primeiro centenário da morte do poeta baiano. É o lugar ideal para o público conhecer, pesquisar e mergulhar no universo do porta-voz literário da Abolição da Escravatura no Brasil.
Além de acervo de mais de 400 objetos que pertenceram a Castro Alves , seus familiares e fazem referência à sua vida e obra, formado por fotografias, cartões-postais, manuscritos, livros, indumentárias, adornos pessoais, utensílios domésticos e artes visuais. O Parque Histórico dispõe de auditório aberto com capacidade para 100 pessoas, biblioteca, laboratório de informática, anfiteatro, além de outras áreas onde seus visitantes podem desfrutar de um ambiente onde se difunde os ideais do Poeta.
O público pode ainda usufruir dos projetos socioeducativos Conhecendo as Nascentes; Sarau no Parque; Brincando no Parque como no Tempo de Nossos Avôs; Oficina de Teatro; Baú de Memórias e Sopa de Letras. O Parque Histórico Castro Alves integra a Diretoria de Museus do Instituto do Patrimônio Artístico e Cultural (DIMUS/IPAC), unidade vinculada à Secretaria de Cultura do Estado da Bahia (SecultBA).
O Poeta: Antônio de Castro Alves, mais conhecido como Castro Alves, o Poeta dos escravos, nasceu na Bahia, dia 14 de março de 1847, na Fazenda Cabaceiras, comarca de Muritiba, hoje município de Cabaceiras do Paraguaçu. Famoso pelas fortes críticas à escravidão fez parte da Terceira Geração da Poesia Romântica (Social ou Condoreira), caracterizada pelos ideais abolicionistas e republicanos, sendo considerada a maior expressão da época. Suas obras são: Espumas Flutuantes, Gonzaga ou A Revolução de Minas, Cachoeira de Paulo Afonso, Vozes D’África, O Navio Negreiro, entre outras. Em 1862 ingressou na Faculdade de Direito de Recife, após ter feito o curso primário no Ginásio Baiano. É dessa época a composição dos primeiros poemas abolicionistas: Os Escravos e A Cachoeira de Paulo Afonso. Em 1867, retorna para a Bahia e segue, no mesmo ano, para o Rio de Janeiro, com incentivos promissores de José de Alencar, Francisco Otaviano e Machado de Assis. Depois, em São Paulo, encontrou a mais brilhante das gerações, a exemplo de Rui Barbosa, Joaquim Nabuco, Rodrigues Alves, Afonso Pena, Bias Fortes, para citar alguns dos notáveis. Neste período, viveu seus dias de maior glória. Em 11 de novembro de 1868, caçando nos arredores de São Paulo, feriu o calcanhar esquerdo com um tiro de espingarda, resultando-lhe na amputação do pé. Em seguida, contraiu tuberculose, obrigando-o a voltar à Bahia, onde morreu, em 1871.