Os vivaldinos … o banqueiro & o tucano!. Por Cláudio Guedes
Acusado de ter recebido cerca de R$ 15 milhões (3,8 milhões de euros) na Suiça, em conta corrente do ex-banqueiro e ex-deputado tucano Ronaldo Cézar Coelho, depositados pela empreiteira Odebrecht, o senador José Serra negou que os recursos fossem provenientes de propina.
Combinado com o advogado do senador tucano, a defesa de Ronaldo Cézar Coelho disse que “os valores recebidos pelo seu cliente eram ressarcimentos pelo empréstimo de avião para uso na campanha presidencial de Serra” (Folha, 02/10).
Ora, ora, ora.
Se o avião foi emprestado por que o ressarcimento? O ressarcimento foi então, na verdade, pagamento por serviços e em euros e no exterior. Logo, não houve empréstimo algum, mas venda de um serviço – transporte aéreo.
Acontece que o avião do descolado tucano carioca, ex-banqueiro dos grandes (Multiplic/Lloyds Bank), é um avião privado, não um táxi-aéreo. Avião executivo privado não pode vender serviço. Quando o faz é chamado de TACA: transporte aéreo clandestino.
Se Ronaldo Cézar Coelho, o bacana, recebeu pelo empréstimo (sic) do avião ao presidenciável tucano, na campanha de 2010, ele cometeu um ato ilegal gravíssimo, tendo utilizado sua aeronave privada em TACA.
Mais grave ainda. Além de violar as regras da aviação e cometer ato ilegal, crime previsto no Código Penal, ele recebeu, por um serviço vendido no Brasil, pagamento no exterior.
E tem mais. Recebeu, lá fora, dinheiro, não da campanha do tucano candidato a presidente, mas de empreiteiros, recursos por fora, provavelmente de propinas pagas ao candidato José Serra por ter facilitado a vida da empreiteira quando governador de São Paulo.
Tudo isso significa o quê?
Nada.
São tucanos. Fazem o que querem no país. São os manda-chuvas!
Cláudio Guedes, físico, é professor e empresário.