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Aldeia Nagô
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Oxe é Axé, Brother! Por Zuggi Almeida

3 minutos de leituraModo Leitura

A axé music chegou ao estágio de uma senhora balzaquiana turbinada pelo uso do silicone e botóx; consumidora de whey protein e creatinina, além de malhar na academia da moda.

Quando comemora-se os 40 anos desse estilo musical, os artistas representantes em sua maioria atingiu ou beira a terceira idade dando provas que não aconteceu uma renovação nos ídolos, nem uma evolução no ritmo.

Uma denominação de cunho pejorativa – segundo algumas fontes – criada pelo roqueiro Marcelo Nova ( Camisa de Vênus ), o termo axé music possui uma conotação superior nas religiões de matriz africana significando ” a força sagrada de cada orixá”. A apropriação mercadológica, logo transformou o ritmo num produto de consumo artístico e sucesso nacional.

Axé music é uma combinação de música e dança que apresenta elementos do ijexá, do samba de roda, e dos ritmos afrocaribenhos. Essse mix encontrou nas batidas dos blocos afros de Salvador, o ambiente necessário para sintetizar o dna de um estilo representativo do povo negro. O axé music é o batuque dos terreiros de candomblé, dos timbaus nas festas de largo temperada com o som da guitarra baiana.

Não há como negar a importância dos estúdios WR e o idealismo de Wesley Rangel e Roberto Sant’Ana, produtores baianos que formataram nas mesas de gravações a revolução musical que marcou a década de 80 dando mais uma vez a régua e o compasso para os artistas baianos.

O lançamento da obra “Magia”, do músico Luís Caldas, em 1985 é tomado como referência para o lançamento da axé music. Mesmo trazendo em seu primeiro sucesso – Fricote, a conotação discriminatória com a ‘nega do cabelo duro/que não gosta de pentear’, Luís Caldas encontrou na criação artística, motivos suficientes para superar esse escorregão racista e firmar-se como um dos precursores da axé music.

A música dos ensaios nas quadras dos blocos afros, transformada em discos encontrou nas vozes da Banda Reflexu’s, Banda Mel, Rei Zulu, Virgílio, Jota Morbeck, Banda Terceiro Mundo, porta-vozes dos sucessos que invadiram e animaram os carnavais dos anos 80. Não há como negar a importância das rádios FMs direcionadas para as camadas populares e a divulgação feita por seus comunicadores.

O crescimento dos blocos de carnaval com trios-elétricos deu a guinada radical que redirecionou o estilo e seus artistas determinando uma nova estética capaz de agradar um público de classe média alta, em especial: os turistas. Quando a axé music começou render os dividendos mais altos, os criadores oriundos das camadas populares foram ‘limados’ dos processos de criação e financeiro.

A expansão dos carnavais fora de época para as fronteiras além da Bahia gerou um mercado milionário controlado por produtoras representantes de artistas do naipe de Ivete Sangalo, Daniela Mercury, Bell Marques, Durval Lelys, hoje, as referências para as celebrações dos 40 anos da axé music.

O ocaso da axé music está prestes a acontecer, por conta da escassez na criatividade, renovação musical e repetitividade. Enquanto isso, versos como:

“ Já pintou o verão/Calor no coração/A festa vai começar/Carnaval na Bahia/Oitava maravilha/Nunca irei te deixar”.

São substituídos por:

“Chicleteiro eu/Chicleteira ela/Chicleteiro eu/Chicleteira ela/Libera,Libera.

(repete 26 vezes)

Ai, se eu escutasse o que mamãe dizia.

– Zuggi Almeida é baiano, escritor e roteirista.

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