Aldeia Nagô
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Por que insistem em ser genéricos ? Por Zuggi Almeida

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Zuggi_Almeida

A burguesia nacional nunca admitiu a brasilidade ou pior, sempre tentou manter distância dos vínculos de identidade que caracterizam o povo que habita esse vasto pedaço de terra banhado pelo Atlântico, no Cone Sul.

A base da formação da elite brasieira está nos representantes da coroa portuguêsa que aqui chegaram para colonizar mais uma posse estabelecida além-mar pelo rei europeu e endossada pela Igreja Católica.
Uma característica primava o cortejo real, o analfabetismo. A falta de habilidades nos cálculos e na interpretação de textos era geral, o que fazia a glória e riqueza dos poucos que dominavam os números.

 

– Agora, pense na facilidade em omitir valores para determinados senhores de caráter duvidoso ?

A realeza demorou em assimilar os hábitos alimentares da Terra Nova e de importados era feito o intercâmbio marítimo, as levas de pau- brasil e a carga do retorno com vinhos, queijos, frutas cristalizadas, tecidos ( desconfortáveis para o calor dos trópicos ). Era necessário manter o aspecto de corte européia no lado debaixo do Equador.
O crescimento populacional exigiu as intervenções urbanas e centros como Rio de Janeiro, Bahia e São Paulo foram planejados obedecendo aos padrões arquitetônicos franceses – Paris era o supra sumo da elegância e da cultura na época.
Aí, já dá – se o expurgo das classes menos favorecidas empurradas para as periferias ou encostas dos morros dessas cidades.
Com o objetivo de manter- se europeizadas, as famílias brasileiras mais abastadas embarcavam para a França, onde levavam seus rebentos para receber o sacramento do batismo em templos católicos . Nada mais chic e evoluído!

Em 1903, o prefeito do Rio de Janeiro, o Sr. Pereira Passos autorizou a importação e soltura de uma ave exótica européia denominada pardal nos jardins cariocas. Era preciso exibir o clima de metropóle do Velho Mundo, o pardal era apenas um detalhe.

E assim, a elite nacional vem ao longo dos tempos tratando com asco o sentimento de ser brasileiro, de pertencer a um país latino, com diferenças étnicas e com hábitos distintos. A elite brasileira odeia misturas. Ele se vê representante diplomática dos Estados Unidos da América, mesmo que não domine muito bem o inglês. Mas, o dicionário da burguesia está recheado com sales, deliverys, drive-thrus, offs, drugstores, bigs macs, all inclusives e combos.

De cópias e semelhanças é composta a nata nacional e eis que surge um novo elemento no estrato nacional: o genérico do rico brasileiro.

O genérico do rico brasileiro não possui uma ínfima ação investida na Bolsa , mas, defende com veemência o mercado financeiro. O genérico do rico brasileiro é a favor do controle dos gastos nos investimentos sociais, mesmo sendo assalariado, com prestações a pagar, na eminência de perder o plano de saúde, desesperado com os aumentos constantes da água, luz, gás e impostos.

Esse genérico não perde a empáfia e posa de rico exibindo o carro bacana alienado à financeira. Sente-se engradecido ao ser tratado como doutor pelo porteiro do prédio, pelo flanelinha ou garçom do restaurante mediano onde parcela as contas no cartão de crédito.

Tal e qual o rico brasileiro verdadeiro, esse genérico odeia os símbolos nacionais e na última vêz que aventurou-se a usar as cores verde e amarelo cometeu um dos maiores enganos desse país.

Os genéricos trocaram uma líder verdadeira por uma cópia sem a minima semelhança com o original.

O rico verdadeiro agradece.

Zuggi Almeida é publicitário

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