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Protagonismo Preto: Pedagoga e psicóloga baiana escreve história que fortalece autoestima de crianças negras

2 - 3 minutos de leituraModo Leitura

Natural de Feira de Santana, Fabiana Cardeal estreia no universo literário infantil

“Com muita ousadia”. É assim que a baiana Fabiana Cardeal define sua estreia como escritora. Nascida em Feira de Santana, a mãe de João Pedro, de 3 anos, é psicóloga, pedagoga e especialista quando o assunto é protagonismo negro. Através da literatura, a educadora resgatou sua criança interior e escreveu seu primeiro livro: Era uma vez uma menina preta. Aos 41 anos, a autora colocou no papel sua essência ao trazer Bia, uma menina sonhadora que tinha muitas ambições desde pequena.

Ressaltando o protagonismo negro em sua primeira obra, Fabiana anseia seguir escrevendo novas histórias com representatividade para os pequenos. “Adoro ver o brilho no olhar das crianças ao se identificarem com Bia. Depois que escrevi o livro, percebi que me tornei uma inspiração para meus alunos e isso me alegra constantemente. Fazer com que o público infantil negro se identifique através da minha escrita virou uma grande realização de vida”, celebra a autora.

Egressa de escola pública, Fabiana Cardeal fez duas graduações simultaneamente, uma no período da manhã e outra no turno da tarde. Formada em Psicologia pela FTC e Pedagogia na Universidade Estadual da Bahia (UNEB), trabalha atualmente unindo as duas formações – psicologia e pedagogia – para atender crianças com necessidades especiais na Escola Municipal Ana Maria Alves dos Santos, localizada em Feira de Santana, na Bahia. “Sempre soube que uma profissão andava de mão dada com a outra. Meu maior desafio trabalhando no âmbito escolar e psicopedagógico é poder acolher não só as crianças, mas também as famílias”, pontua.

A literatura é mais um caminho de fortalecimento desta mensagem. “A vida tem muitas batalhas, mas também abre um portal para infinitas possibilidades”, sinaliza a escritora, lembrando que a menina Bia sabe que o caminho não é fácil, mas segue costurando sonhos e, nesse caminhar, percebe que podia ser o que desejasse e ir aonde o sonho a levasse.

A importância da representatividade

As imagens de personagens negras no cenário cultural brasileiro e mundial sempre foram tratadas em segundo plano. Desde princesas da Disney até livros e contos clássicos, a supremacia dos brancos era quase unanimidade. Mas, poupo a pouco, essa história vem mudando. “E as crianças pretas estão amando se ver em livros, contações de história, em bonecas”, comemora a escritora.

Quando pequena, Fabiana Cardeal já entendia o significado da luta que enfrentaria só por ter nascido com pele retinta. “A principal mensagem que quero passar com este meu primeiro livro é a de que os nossos sonhos podem ser alcançados. Não estou dizendo que a trajetória para nós negros será fácil, mas quero enfatizar que podemos inspirar uns aos outros. Se eu consegui, certamente outras crianças negras também conseguirão”, reflete a autora.

Serviço:

O que? Lançamento do livro Era uma vez uma menina preta (Editora Usina de Textos)Quanto? R$ 40,00 (preço de capa do livro) que também pode ser adquirido no  Instagram da autora ou no Mercado Livre.

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