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Aldeia Nagô
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Psicologia de massas e bolsonarismo. Por Emir Sader

3 minutos de leituraModo Leitura
Emir_Sader

Artigo publicado originalmente no Brasil 247

Com esse título, foi publicado este ano o livro que eu considero o que melhor explica o fenômeno do bolsonarismo. (Editora Galáctico, São Paulo) Grande quantidade de literatura circulou tentando apreender o significado desse  fenômeno que afetou e ainda afeta o Brasil, considerando que o personagem está impedido de se candidatar, mas o bolsonarismo sobrevive a essa circunstância.

A autora, Rita Almeida, se considera psicóloga/psicanalista, e doutora em educação. O livro é resultado da sua pesquisa de pós-doutorado.

Por sua própria formação, ela se vale amplamente da psicanálise, aplicada à política, para enfocar o bolsonarismo. Parte do texto de Freud: “Psicologia de massas e eu”, que já completou 100 anos este ano, mas que ela considera que não perdeu sua atualidade. Freud encarava o novo fenômeno que surgia naquele momento: a ascensão de líderes poderosos, capazes de dominar a psicologia de massas. 

Uma de suas maiores questões: por que desejamos submissão e não autonomia? Ela se filiava às correntes que consideram as massas entidades irracionais, regressivas, medíocres, sugestionáveis, reacionárias, acríticas, intolerantes, autoritárias, submissas, propensas a aceitar mentiras e crenças infundadas e dispostas a se tornarem um rebanho dócil sob o comando de um senhor. 

A autora trabalha com a percepção de que a formação de grupos e massas é capaz dos mais nobres e fascinantes movimentos emancipatórios, até os mais obscenos, regressivos e mortificantes movimentos fascistas.

Se coloca então a questão: o que leva os movimentos a penderem para um lado ou para o outro? Com seu enfoque psicanalítico, a autora considera que o vínculo que se dá nas massas é de natureza libidinal. Ao se submeterem a líderes tirânicos e proposições fascistas, as massas não o fazem por engano ou ignorância: elas o fazem, sobretudo, porque assim desejam fazer.

O bolsonarismo foi capaz de construir uma ideologia, uma estética e uma simbologia próprias, capazes de aglutinar e veicular discursos conservadores, reacionários e nacionalistas, com tintas nazifascistas e fundamentalistas.

Se Bolsonaro está derrotado, o bolsonarismo se mantém. Ele conclama a guerras culturais, que seriam muito eficientes em mobilizar as paixões das pessoas, fazendo com que suas percepções e opiniões possam ser motivadas por elementos descolados da racionalidade política.

O bolsonarismo trabalha pelo fim da fronteira entre a moral privada e a moral pública, universalizando um padrão capaz de produzir o que ele considera o ente moral pleno: o cidadão de bem. O uso do pânico moral tem método: extrapolar a moral privativa de certos grupos para a moral pública, tomando-a como universal.

Compreender o poder das guerras culturais bolsonaristas é fundamental para combatê-la. É tarefa do campo progressista e democrática oferecer saídas, esvaziando os afetos como ódio e medo, combatendo as insanidades e mentiras com racionalidade e realidade, mas, sobretudo, resgatando o desejo dos brasileiros com a política, conclui Rita Almeida. A leitura do seu livro é condição essencial para esse resgate.    

Emir Sader é um dos principais sociólogos e cientistas políticos brasileiros

* Este é um artigo de opinião, de responsabilidade do autor, e não reflete a opinião da Aldeianago

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