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Samba de Roda e folia: Bloco Raízes do Quilombo agita 1° dia da Micareta de Feira 

5 - 7 minutos de leituraModo Leitura

Pela primeira vez no Circuito Maneca Ferreira, bloco formado por seis grupos de samba leva o tradicional samba de roda para a Avenida nesta quinta (01).

Nesta quinta-feira (01/05), o samba de roda pede passagem e abre alas para a Micareta de Feira 2025. Pela primeira vez na festa, o Bloco do Coletivo de Sambas de Roda Raízes do Quilombo movimenta o Circuito Maneca Ferreira e leva para a Avenida Presidente Dutra uma das mais importantes manifestações culturais baianas. Com saída prevista às 18h15, as camisas podem ser adquiridas presencialmente na Academia Oásis (Rua Castro Alves, n° 567, Serraria Brasil) e na plataforma Sympla. O valor do abadá individual é R$ 35 e a casadinha, que dá direito a dois abadás, é R$ 60.

O Coletivo reúne seis grupos de samba de Feira de Santana e distritos: desde os tradicionais Sambadores do Nordeste, Samba do Rosário, Samba de Quilombo, Raízes do Campo e Filhos de Bonfim de Feira, ao recém-criado Coletivo Clementinas. No repertório, estão presentes cantigas tradicionais do Samba de Roda da Bahia de origem popular e que caíram no domínio público, além de canções autorais de mestras e mestres do Samba de Roda local.

A noite começa com abertura da cantora Karol Freitas, do Coletivo Clementinas, acompanhada da banda base do Bloco, que reúne músicos de todos os grupos. Em seguida, cada banda se apresenta levando o melhor do Samba de Roda da Bahia para a Avenida, apresentando cantigas de domínio público, autorais e de outros mestres e mestras que se destacaram no Recôncavo Baiano, e no Portal do Sertão, dando visibilidade, principalmente, ao samba feito na Zona Rural.

Segundo Luciene Fagundes, produtora da atração micaretesca, o Bloco foi criado para fortalecer o samba de roda local: “Produzir esse bloco, com vários toques e estilos diferentes de samba de roda, é reconhecer a importância dos sambadores locais que ajudam a manter viva a cultura regional e feirense e, principalmente, fortalecer os sambas de roda da Zona Rural, que muitas vezes são deixados de lado. É resistir”, afirma Fagundes.

A concentração do Bloco ocorre a partir das 17h nas imediações do Centro de Cultura Amélio Amorim e a saída está prevista para as 18h15. Os abadás  podem ser garantidos na plataforma Sympla ou presencialmente na Academia Oásis (Rua Castro Alves, n° 567, Serraria Brasil) – onde também deverão ser retirados por quem fez a compra online. Mais informações: (75) 99233-7779.

Confira as atrações:

Samba Raízes do Campo

Mais antigo dentre os grupos presentes no Bloco, o Samba Raízes do Campo foi registrado em 2005. Baseado na Villa Santa Inês, no distrito de Tiquaruçu, é liderado pelo mestre Antônio Dias, que se inspirou em seus avós e pais, que já tocavam viola caipira, violão, cavaquinho e outros instrumentos, principalmente em festas como o Caruru de São Cosme e Damião. Desde seus 10 anos de idade, Seu Antônio Dias já acompanhava a cultura local e dá até hoje continuidade à tradição, sempre presente em eventos como Encontros de Samba de Roda na Matinha e relacionados ao Dia Municipal do Samba  de Roda em Feira de Santana (25 de novembro).

Sambadores do Nordeste

Quem também marca presença no Bloco são os Sambadores do Nordeste. O grupo, formado há cerca de 20 anos, teve origem na banda Unidos de Candeal, liderada por Dona Lene de Jesus, no povoado de Candeal II, localizado no distrito da Matinha. Com o nome Sambadores do Nordeste, se apresentam pela Bahia desde 2009, levando o samba de raiz a eventos como a Expofeira, São João do Distrito de Maria Quitéria e São Pedro de Humildes, além de outros municípios como Amélia Rodrigues, Saubara e Lamarão.

Samba do Rosário

A tradição do samba local ganha espaço, ainda, com as cantigas originais do Samba do Rosário, liderado pelo sambador Marcos Mult. O grupo foi criado em 2015, a partir do encontro de capoeiristas da Associação Cultural de Capoeira São Francisco – maior e mais antiga da cidade, da qual os músicos do grupo são integrantes. A associação fica no bairro Alto do Rosário e inspira o nome da banda, que se apresenta frequentemente em espaços como o Mercado de Arte Popular de Feira, além de levar o samba a inúmeros bairros da cidade e municípios como Coração de Maria. O grupo já esteve presente em eventos importantes como a Mostra da Diversidade Cultural e o Arraiá do Comércio, além de ter aprovado, junto à Câmara Municipal, o Dia do Samba de Roda São Francisco do Rosário, comemorado em 28 de janeiro, data de criação da banda.

Samba de Quilombo

Criado em 2019 no Quilombo Povoado de Tanquinho, em Feira de Santana, o grupo Samba de Quilombo tinha como objetivo inicial resgatar a cultura do Samba de Roda que estava desaparecendo na comunidade. Hoje, com a finalidade de preservar suas raízes afrodescendentes, promove ações culturais de natureza educacional, cívica e profissionalizante através do Samba. Com músicas de autoria de Dona Maria de Fátima, também vocalista do grupo, o Samba de Quilombo leva à Avenida cantigas de melodia e ritmos marcantes, com refrões no melhor estilo “pergunta-e-resposta”, facilmente aprendidos e acompanhados pela multidão.

Filhos de Bonfim de Feira

Também iniciado em 2019, o Samba Filhos de Bonfim de Feira foi registrado oficialmente em 2020 e é liderado pelo Babalorixá Josué Barbosa. O grupo teve sua origem no samba de roda realizado dentro do “Centro de Umbanda Ogum-Iara: Deus, as águas e a luz”, no povoado de Malhador, distrito de Bonfim de Feira e extrapolou os muros do terreiro. Como banda, já participou de diversos eventos e foi contemplado no projeto o “Balaio de Feira” na edição especial da “Mostra da Diversidade Cultural: Imagens da Cultura Popular”, em 2023, realizada no município pela ONG Favela é Isso Aí e pela Habitus Consultoria e Pesquisa. Os Filhos de Bonfim chamam atenção, ainda, pela parte coreográfica, além da intensa musicalidade.

Coletivo Clementinas

O Bloco também conta com o talento da cantora e compositora Karol Freitas, do Coletivo Clementinas, recém-criado com o objetivo fortalecer o samba feito por mulheres em Feira e região. Também fazem parte da apresentação “as Clementinas” Letícia Alexandra e Lindabrisa Branco na voz e a percussionista Amanda Braga, que integra a banda base do Bloco. Idealizado no final de 2024 pela própria Karol Freitas, ao lado das cantoras Jô Chagas e Denise Fersan, o Coletivo busca a retomada no protagonismo feminino no samba, ao mesmo tempo em que reverencia outras mulheres, sambistas e sambadeiras, que, no decorrer dos anos, foram e ainda são tão importantes para escrever a história do samba. O grupo também reúne integrantes de outras localidades como Santo Antônio de Jesus, Ipirá, Queimadas e Vale do Jiquiriçá.

SERVIÇO

Bloco Raízes do Quilombo na Micareta de Feira

Atrações: Coletivo Clementinas, Filhos de Bonfim de Feira, Samba do Rosário, Sambadores do Nordeste, Raízes do Campo e Samba de Quilombo

Quando: 1° de maio (quinta-feira), às 18h15

Onde: Circuito Maneca Ferreira – Avenida Presidente Dutra

Quanto: R$ 35 (abadá único) e R$ 60 (casadinha)

Vendas: Academia Oásis (Rua Castro Alves, n° 567, Serraria Brasil) e plataforma Sympla

Acompanhe em:

Instagram: @blocoraizesdoquilombo

Foto: Representantes dos grupos durante Ensaio Aberto do Bloco no Casarão Olhos D’Água, no último sábado (26/04) / Créditos: Luciene Fagundes 

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