Aldeia Nagô
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Sebastian Notini fala sobre Monique Nascimento, novo nome da MPB e que acaba de lançar “Tempo”, seu primeiro álbum

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A cantora Monique Nascimento lançou recentemente “Tempo”, seu álbum de estreia, marcado por diálogos musicais transatlânticos. A artista é parte integrante da nova geração da Música Popular Brasileira (MPB), que se destaca pela capacidade de unir a tradição musical brasileira a novas tendências e estilos contemporâneos.

O projeto tem como conceito tratar dos atravessamentos e novos lugares provocados pela miscigenação”. Com nove faixas, a maioria das músicas foram compostas pela cantora e pelo diretor musical do projeto Sebastian Notini, responsável pela produção do primeiro EP de Luedji Luna e três álbuns do Tiganá. Notini é um percussionista, multi-instrumentista, arranjador e produtor musical nascido na Suécia. Morando no Brasil há mais de 20 anos, sua linguagem musical é marcada pela mistura de várias vertentes da música brasileira e de outros sons.

Esse disco representa um caminho novo para a música popular brasileira. Monique Nascimento traz tanto a ancestralidade do recôncavo baiano quanto às influências do mundo exterior e interior dela. Essa mistura é única e nesse primeiro disco mostra que sua voz e composições são de uma beleza que o Brasil e o mundo precisa ouvir”, destaca Notini.

A fala do produtor evidencia uma característica marcante do projeto: o álbum tem influências de ritmos cubanos, devido às vivências da cantora no país caribenho.  Em Cuba, a cantora encontrou uma proximidade notável com a musicalidade baiana. Desse modo, essa combinação de escolas musicais adiciona uma riqueza musical ao projeto, casando com as temáticas trabalhadas em seu conceito.

Tempo” também tem a colaboração do premiado produtor, compositor e multi-instrumentista Munir Hossn, que assina a faixa “Morro do Bem Me Quer”, uma leitura de samba reggae de uma Salvador com força vinda da negritude contemporânea. Com carreira longeva, o músico tem participação em álbuns indicados ao Grammy e colaborações com grandes nomes da música brasileira e internacional.

Para apresentar o álbum, Monique realizou o show “Tempo” no Teatro SESI, Rio Vermelho, no último dia 18. A cantora mostrou ao público as canções que compõem o projeto, mantendo como conceito-chave os encontros e atravessamentos que perpassam sua música. A apresentação teve todos os ingressos esgotados e contou com direção artística de Anne Rodrigues e direção musical de Jordi Amorim.

Monique Nascimento

Nascida na Bahia, mas radicada em São Paulo, a cantora teve seu primeiro contato com as múltiplas linguagens da arte ainda na infância, quando sua mãe ensinava as técnicas de pintura ao som de Djavan, Emílio Santiago e outros mestres da música popular brasileira. “A minha linguagem artística sempre foi a música e as artes visuais. A minha mãe foi minha força motriz para ter esse contato com a arte. Foi ela quem moldou minha paixão e contribuiu para minha formação musical”, comenta.

Ela foi criada por sua avó e pela mãe, ambas mulheres negras retintas do recôncavo baiano. O álbum, assim, é uma maneira de buscar entender os atravessamentos desse não-lugar que sua pele mais clara lhe colocava, de mãos dadas com a negritude vivida dentro de casa. 

Monique já se apresentou em países como Alemanha, França e Inglaterra, experiências importantes para moldá-la enquanto artista. No entanto, foi em outra viagem que a artista desenvolveu uma musicalidade multicultural: Cuba. No país, ela encontrou uma sonoridade que passou a fazer parte de sua música.

Monique Nascimento lançou ainda em 2024 dois singles de seu álbum, com ótimo resultado nas plataformas de música. A artista já tem mais de 50 mil streamings com suas músicas. Entre seus maiores sucessos estão ‘Pele Fresca’, ‘Correnteza’ e ‘Navegar’.

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