Aldeia Nagô
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Sejamos todos Buñuel & Chaplin. Por Franciel Cruz

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Franciel-Cruz

Óbvio que minha combalida memória vai me trair, porém a preguiça (mentira, é mais ressaca mesmo) não me permite agora a releitura da obra escrita por Jean-Claude Carrière. Então, a história vai assim mesmo, com imprecisões. 
Seguinte foi este.

Na gloriosa noite de natal do ano da desgraça de 1930, o desavisado Antonio Lara de Gavilán, humorista, cartunista, escritor, autor teatral e o caralho aquático, inventou de convidar uma série de personalidades para um jantar confraternizativo em sua residência.

Até aí, tudo bem, sopraria o filósofo Domingão, se entre os convidados não estivessem as seguintes e inconciliáveis criaturas: um ator patriota e Buñuel.

Pois bem. Nível de canjebrina já alto, apesar ou talvez exatamente por causa da Lei Seca em vigor, o cidadão cai na besteira de recitar um poema grandiloquente na frente do irascível cineasta.

Foi o que bastou para o panavueiro. Possuído por uma fúria dos 600 DEMÔNHOS, o autor de Um Cão Andaluz partiu pra cima da árvore de Natal com o mesmo fervor que um pedreiro bate um prato de feijão depois de um dia de labuta. E, como ira pouco é bobagem, ele começou a pisar nos presentes que estavam pendurados na árvore.

A esposa do anfitrião, uma mulata que se chamava Leonor ou Dagmar, tenta admoestar o destruidor.

“Luís, isto é uma tremenda grosseria” .

E ele, de bate-pronto. “De jeito nenhum. É tudo, menos grosseria. É um ato de vandalismo e subversão”.

Pois muito bem.

Pouco dias depois, Charlie Chaplin, que também estava no recinto e parecia não ter medo de perigo, convida Buñuel para a festa de ano novo em sua casa, onde também havia uma árvore de natal. Porém, precavido, larga a seguinte na chegada do cineasta ao recinto.

“Já que gostas de destruir árvores, Buñuel, faça-o agora para não precisarmos mais nos preocupar com isso”.

Ô, grória. Então, é nesta base. No Natal, e não só nele, mirem-se no exemplo da ira santa de Buñuel e no humor de Chaplin.

Boas festas e não se esqueçam de dançar com a bunda na parede

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Buñuel

Franciel Cruz é Jornalista

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