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Aldeia Nagô
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Sem catracas. Por Carlos Pronzato

2 - 3 minutos de leituraModo Leitura

Em primeiro lugar, salientar o fato de que nunca vi alguém que, cumprindo funções de parlamentar, deputado ou vereador, utilize o transporte público. Políticos que com o tempo chegam nas Prefeituras, decidem, como é o caso de Salvador (e mais seis capitais do país), aumentar o valor das passagens sem discussão alguma, em tempos praticamente ainda festivos no início das tarefas legislativas, apenas em conluio com o permanente lucro do empresariado e o prejuízo do trabalhador.

A ampla lista de mordomias derivadas das suas funções públicas, oferecem, entre outras tantas, a facilidade dos deslocamentos em carro e um motorista. Portanto, quem faz as leis não tem conhecimento algum da penúria diária que o trabalhador enfrenta dentro desses caminhões adaptados para funcionar como ônibus urbanos, para obter o direito de deliberar sobre este assunto do qual perdeu qualquer relação prática ao se instalar na Casa Legislativa. Sim, paradoxalmente, através do voto popular.

O artigo 6to da Constituição Federal determina, desde 2015, que o transporte público, assim como a saúde, educação e moradia é um direito social e deve ser garantido pelo poder público. Acrescento que deve ser, além de garantido, discutido e proposto pela população em instâncias que superem as determinações emanadas dos gabinetes, isto é, através de amplas mobilizações populares, como as que aconteceram em 2003 em Salvador, durante a chamada Revolta do Buzu, após um aumento de 20 centavos e que obrigaram os poderes públicos a dialogar com as massas (sobre tudo estudantes) que durante uma semana pararam a cidade. Na época gravamos um documentário com esse nome que se tornou um clássico da mobilidade urbana, inspirando outros movimentos similares Brasil afora, concluindo no surgimento dos grupos da Tarifa Zero e ainda proporcionando elementos teóricos e práticos de organização, para as mobilizações nacionais de 2013, iniciadas em São Paulo, também deflagradas por causa de um aumento de 20 centavos no transporte público.

O modelo de transporte público vigente é caro, ineficiente, excludente, frotas que não atendem as necessidades de proximidade das moradias, principalmente nos bairros periféricos, além da constante sujeira e despreparo profissional de motoristas e cobradores, que também sofrem similar exploração no sistema de opressão imposto pelo capitalismo.

As justificativas dos aumentos, e, portanto, da eterna manutenção dos lucros empresariais amparados pela classe política, são sempre os mesmos: desgaste das carrocerias, preço do diesel, inflação, etc. E quais as justificativas do desinteresse da classe estudantil e a população em geral para não lutar pelo direito básico da mobilidade urbana?

Carlos Pronzato

Cineasta, diretor teatral, poeta e escritor
Sócio do Instituto Geográfico e Histórico da Bahia (IGHB)

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