Inspirada em um dos mais célebres romances da literatura mundial, "Os Sofrimentos do Jovem Werther", de Goethe, a nova montagem do núcleo Supernova Teatro já tem nome e data de estreia. "Efeito Werther" chega aos palcos de Salvador no dia 05 de novembro, no Teatro Gregório de Mattos, e marca a primeira parceria do grupo com Camila Gama e Sandro Pamponet, nomes atuantes na cena teatral carioca, à frente da direção do espetáculo. Após algumas adaptações da história de Goethe, sobre o jovem que se apaixona perdidamente por uma moça comprometida, muito ainda há de ser contado – e é isso que faz o texto inédito de Marcos Barbosa, criado especialmente para o projeto, ao abordar temas como a dificuldade humana de viver o momento presente e as relações afetivas e as formas como construímos nossa imagem em tempos de superexposição.

"Efeito Werther" convida a plateia a refletir sobre como estamos vivendo nossas vidas, através da interferência de um artista – Werther – no lar de um "casal comum", e lança um novo olhar sobre as relações afetivas, a partir do triângulo formado pelos personagens principais, cada um com suas paixões, encontros e desilusões. "Ao mesmo tempo em que estamos tão conectados o tempo inteiro, rodeados de pessoas e de informação e transpondo facilmente fusos horários e limites geográficos, nunca vivemos uma época de solidão tão grande. E é importante levar para o palco, quase como um protesto, essa provocação, para que as pessoas reflitam sobre como utilizam seu tempo e sobre a qualidade das relações afetivas que estão cultivando", comenta o diretor Sandro Pamponet.

Após a realização de três grandes espetáculos, "Os Enamorados" (2010), "Alugo Minha Língua" (2011) e "Drácula" (2012), o Supernova Teatro volta-se a seu núcleo de criação para refletir, em "Efeito Werther", sobre a reconfiguração das relações afetivas, e faz isso sob uma nova perspectiva, a da necessidade de nos fazermos presentes no tempo presente, um tema muito pertinente, especialmente sob o ponto de vista afetivo.

A honestidade dos sentimentos de Werther alude à inundação de emoções que sua presença traz à casa que visita e aos seus moradores: ele é como um cometa que passa e faz reverberar em seu rastro efeitos aos quais ninguém está imune, numa contaminação do belo a tudo que toca. Werther é o forasteiro viajante, um homem cosmopolita que chega ao subúrbio de uma cidade que não é a dele e passa a ser subjugado por indivíduos que lá residem e que o percebem como "o outro". Ao mesmo tempo, ele também constrói julgamentos sobre essas pessoas, que viram objetos de estudo para o seu trabalho artístico. "Werther está em busca de entender a razão e o efeito de sua passagem pelo mundo", comenta Ciro Sales, que dá vida ao personagem. "Em seu processo de troca e contaminação, quando se funde à relação idealizada do casal que visita e se permite (ou constrói para si) uma paixão arrebatadora, ele evidencia que as pessoas passam pelas mesmas necessidades e tem as mesmas questões, fazendo-nos perceber que muitas vezes não nos conectamos com nosso lado mais humano e mais afetivo", conclui.

"Efeito Werther" põe em pauta também as conseqüências instantâneas que os teares das redes virtuais exercem sobre nossos cotidianos. "Hoje ficamos no celular, respondemos e-mails, gravamos áudios enquanto almoçamos ou conversamos com alguém. É tudo ao mesmo tempo e, com essa dispersão, muitas vezes não vivenciamos com qualidade o presente. Em "Efeito Werther", o modo como contamos esta história já conhecida do público redimensiona o olhar sobre o teatro, o convívio amoroso, a traição, ressignificando esses temas para a realidade de 2015", explica a também diretora Camila Gama. Na montagem, privacidade e construção da imagem pessoal, num momento em que estamos sempre conectados, são postas em xeque, testando limites entre segurança, vaidade e seleção da exposição. "Marina Lima diz que hoje viajamos tanto que 'não temos raízes, temos antenas'. O espetáculo trata dessa conexão sem profundidade, quando não há troca e vamos apenas absorvendo influências e informações", completa Sandro Pamponet.

"Efeito Werther" – que em 2013 foi premiado com recursos financeiros da Fundação Nacional das Artes | FUNARTE – terá sessões concentradas em três fins semana consecutivos, no Teatro Gregório de Mattos. O espetáculo fica em cartaz de quinta a domingo, às 19h, entre 05 e 22 de novembro. Após as apresentações em Salvador, será a vez de a montagem aportar no Rio de Janeiro, onde fará nova temporada.

SOBRE O SUPERNOVA TEATRO

O Supernova Teatro é um núcleo de criação e produção artística criado em 2010 pelos jovens artistas empreendedores Ciro Sales, Luisa Proserpio e Will Brandão. Pautados na reunião de diferentes profissionais para a execução de projetos próprios, seus trabalhos são marcados pela experimentação, curiosidade e ousadia. O Supernova é um grupo em residência no Teatro Vila Velha e, além de "Efeito Werther", novo trabalho dirigido por Sandro Pamponet e Camila Gama, realizou os seguintes espetáculos teatrais: "Drácula", com direção de Márcio Meirelles, "Os Enamorados", assinado por Antonio Fábio, e "Alugo Minha Lingua", dirigido por Fernando Guerreiro.

EFEITO WERTHER - ELENCO

Ciro Sales - ator, produtor e gestor cultural, iniciou sua formação em teatro em 2002, no curso profissionalizante da Faculdade Social da Bahia (FSBA), e desde então passou por cursos de formação em interpretação, técnica corporal e preparação vocal, tendo sido aluno de importantes profissionais no Brasil, a exemplo de Ana Kfouri, Cristina Moura, César Augusto, Christiane Jatahy, Anderson Aníbal, Andrea Elia, Celso Jr., Gideon Rosa, Sérgio Siviero e Antônio Amâncio, e de renomadas instituições no exterior, como a Universidad de Salamanca, a Escuela de Cine y Audiovisual de Madrid, a Broadway Dance Center em Nova York e o Théâtre du Soleil, em Paris. Entre seus trabalhos de maior destaque estão "Apartamento 1201" (Cristina Moura e Ana Paula Bouzas/2015), "Nunca Nade Sozinho" (Nadja Turenkko/2013) – montagem que o levou a mudar-se para o Rio de Janeiro – e o musical "Amor Barato" (Fábio Espírito Santo/2012), que protagoniza, além das peças de seu grupo, o Supernova Teatro: "Drácula" (Márcio Meirelles/2012), "Alugo Minha Língua" (Fernando Guerreiro/2011) e "Os Enamorados" (Antônio Fábio/2010) – três montagens sucesso de público em Salvador. Ciro participou dos longa-metragens "A Coleção Invisível" (Bernard Attal/2011) e "Bem casados" (Aluízio Abranches/2015). Como gestor cultural, compôs a equipe da Secretaria Estadual de Cultura da Bahia entre 2007 (Assessor) e 2011 (Diretor de Fomento à Cultura). Atualmente possui um escritório de consultoria em planejamento e gestão cultural, o Otimistas Artes e Projetos.

Luisa Proserpio - nascida em Salvador, iniciou a carreira de atriz em "O Beijo no Asfalto", montagem do Curso Livre em 2002. Trabalhou em cerca de 20 espetáculos teatrais, dentre eles: "Três Versões da Vida", dir. Ewald Hackler; "Drácula", dir. Marcio Meirelles; "O Urso", dir. Pino Di Buduo (Teatro Potlach); "A Paixão de Cristo", dir. Paulo Dourado; o musical "Alugo Minha Língua", dir. Fernando Guerreiro. Na leitura dramática "Stopem, Stopem", foi dirigida por Lázaro Ramos. Em cinema, seus trabalhos de destaque foram os longas "Quincas Berro D'Água" de Sérgio Machado e "Coleção Invisível" de Bernard Attal. Foi indicada duas vezes ao Prêmio Braskem de Teatro na categoria de Melhor Atriz: em 2013 ao atuar em "Três Versões da Vida" e em 2008 ao protagonizar o espetáculo "Salomé", com o qual recebeu a mesma indicação no Festival Ipitanga de Teatro 2009. Em 2010, foi premiada na categoria de Melhor Atriz no Festival de Jericoacoara Cinema Digital ao atuar no curta "300 dias" de Felipe Wenceslau. Recebeu ainda, na categoria de Melhor Atriz, o Prêmio Melhores do Ano Cena GLS Salvador 2011, ao atuar no musical "Alugo Minha Língua". Foi aluna da Escola de Teatro da UFBA, do Piccolo Teatro de Milão e do Gitis Moscou.

Will Brandão - Com formação em teatro no Curso Livre da UFBA, graduação em comunicação social e produção cultural na mesma instituição, além de MBA em gestão cultural e economia criativa pela FGV, hoje define-se como bolinador cultural e artista das cenas transversais. No teatro é co-fundador do Núcleo Supernova Teatro. Atuou em espetáculos como "Salomé, de Oscar Wilde, dirigido por Amanda Maia e "O Avesso de Eva", da mesma diretora. Participou também da leitura dramática "Stopem-Stopem", dirigida por Lázaro Ramos em uma homenagem ao Teatro Vila Velha. No cinema fez uma participação no longa-metragem "Estranhos" (2009) e no curta "A Morte da Bezerra" (2002). Pelo Supernova Teatro atuou nos espetáculos "Os Enamorados"(2010), dirigido por Antônio Fábio, "Alugo Minha Língua" (2011), de Fernando Guerreiro, e Drácula (2012), de Márcio Meirelles. Em 2013 estreou o espetáculo "Amores Insensatos" (Dir. Bernard Attal) pela Companhia do Pilar. Como empreendedor cultural foi produtor executivo por três anos do Festival PercPan nas cidades de Salvador, Rio de Janeiro e São Paulo. Também foi co-criador e diretor do Festival Internacional Vivadança por 06 anos nas cidades de Salvador, Brasília e Belo Horizonte, e, criou o Festival Cidade da Dança. Atualmente trabalha com o programa sobre mobilidade urbana e vida ao ar livre "Como Vai?", como apresentador, diretor e câmera.

EFEITO WERTHER - DIREÇÃO

Camila Gama - há oito anos idealiza os projetos da Cia Físico de Teatro, eleita por dois anos consecutivos (2011/2012) pelo "O Globo" e pela "Folha de São Paulo" como uma das companhias teatrais jovens mais relevantes do circuito cultural RJ/SP. Em 2010 ganhou o Prêmio Shell de Dramaturgia com o espetáculo "Savana Glacial", realizado em parceria com o autor Jô Bilac. Graduada em Artes Dramáticas pela Faculdade da Cidade no Rio de Janeiro, já trabalhou com importantes diretores de Teatro: Ana Kfouri (Cia do Movimento), Alexandre Mello (Ateliê Usina), André Paes Leme, Christiane Jatahy, Helena Varvaki, João Fonseca, entre outros, e atuou em premiados longas e curtas metragens como "Meu nome não é Jhonny", "Zuzu Angel" e "A Casa". Em 2007 fundou a Cia Fisico de Teatro, assumindo a direção do espetáculo "Felizes para Sempre", com texto do Mário Bortolotto; em 2008 idealizou e atuou em "Savana Glacial", que visitou mais de 70 cidades; e em 2010 dirigiu "Fã-Clube", percorrendo 24 cidades. Antes de "Efeito Werther", dirigiu o musical "Rock in Rio" dentro da Cidade do Rock.

Sandro Pamponet - diretor e dramaturgo baiano radicado no Rio de Janeiro, tem como referencial de formação a Escola de Teatro Martins Penna. Realizou os seguintes trabalhos, como diretor e autor: "Temporada de Verão", direção Renato Livera, texto: Sandro Pamponet, Jô Bilac e Maria Paula Leão, no Sesc Arena Copacabana (2014); dirigiu e escreveu "O Pequeno Menino Sereia", Teatro Maria Clara Machado (2014); dirigiu "Petit Monstre", de Jô Bilac, no OI FUTURO Flamengo (2013); "Caixa de Areia", de Jô Bilac, com Tais Araujo (2013); "Popcorn", de Jô Bilac, com Xuxa Lopes e Maria Maya (2012); "9dias!", texto e direção, no Solar de Botafogo (2012); "Admirável Bossa Nova", de Franco Fanti, no Teatro Maria Clara Machado (2012); "VERMELHOvalentino", texto e direção, no Planetário da Gávea(2011); e "Hi-Fi", no teatro Gláucio Gill, (2009).

EFEITO WERTHER - EQUIPE TÉCNICA

Camila Gama e Sandro Pamponet Direção

Marcos Barbosa Dramaturgia

André Sanches Cenografia

Irma Vidal Iluminação

Rino Carvalho Figurino

Tauã Direção musical e composição

Ciro Sales Ator (Werther)

Luisa Proserpio Atriz (Carlota)

Will Brandão Ator (Alberto)

Camilo Fróes Design gráfico

Camilo Lobo Fotografia

Mazurca Produções Coordenação de produção

Fernanda Borges Produção executiva

Alana Camara Assessoria de comunicação

Supernova Teatro Realização