A próxima atração do projeto Domingo no TCA é a nova montagem do espetáculo teatral “BISPO”, com direção, dramaturgia, e interpretação do premiado ator baiano João Miguel, reconhecido nacionalmente pelo talento e versatilidade em produções de cinema, televisão e teatro. A apresentação será no dia 18 setembro (domingo), às 11h, na Sala Principal do Teatro Castro Alves. Com texto de Edgard Navarro, a peça é livremente inspirada na vida de Arthur Bispo do Rosário (1911-1989), artista sergipano que viveu como interno da Colônia Juliano Moreira, no Rio de Janeiro, diagnosticado como esquizofrênico-paranoico. Ao longo de quase 50 anos, Bispo criou um mundo próprio e visionário, produzindo mais de 800 miniaturas, mantos, estandartes e peças que, após a sua morte, foram catalogadas como obras de arte.

Os ingressos para conferir “Bispo” custam R$ 1,00 (inteira) e R$ 0,50 (meia) e serão vendidos somente no dia do espetáculo, a partir das 9h, com acesso imediato do público. O Domingo no TCA é uma iniciativa do Teatro Castro Alves, através da Fundação Cultural do Estado da Bahia (Funceb) e da Secretaria de Cultura do Estado da Bahia (SecultBA).

O espetáculo - Trancafiado num quarto da Colônia Juliano Moreira, no Rio, Arthur Bispo do Rosário desfiava os uniformes do hospício para fazer seus bordados, atendendo a uma urgência compulsiva de criar grafismos de extrema originalidade. Certo de que se tratava de um desígnio da fé, suas obras seriam apresentadas ao Todo Poderoso no dia do Juízo Final. A montagem teatral mergulha no universo místico de Bispo: a visão da Virgem Maria, a paixão pela psicóloga e os delírios são abordados com ritmo, humor e profundidade. A intenção é dividir com o público esta “loucura lúcida” e abrir novas janelas sobre a potência genuína do homem brasileiro. O espetáculo busca transcender as catalogações de “regionalismo”, “loucura”, “artes plásticas”, sem deixar de incluí-las, propondo um diálogo sobre identidade e cidadania.

“Bispo” tem o patrocínio do Grupo Energisa e da Faculdade Baiana de Direito, através da Lei Federal de Incentivo à Cultura. Realização: Coletivo Bispo, Máquina Cultural, Ministério da Cultura – Governo Federal – Brasil – Ordem e Progresso.

João Miguel – Natural de Salvador, e com mais de 30 anos de carreira, João Miguel tem trabalhado em filmes, espetáculos teatrais, minisséries e novelas, como Cordel Encantado, O Canto da Sereia e Gonzaga, de Pai para Filho. No teatro ele atuou em diversas montagens, entre elas, Bispo (2001), com direção de Edgard Navarro; Novíssima Poesia Baiana (1997), com grupo Los Catedráticos, e direção de Paulo Dourado; A Ver Estrelas (1997), com direção de João Falcão; Carne Fraca (1997), com direção de Fernando Guerreiro, e Barrela (1989), com direção de Francisco Milani.

Prêmios - A primeira montagem de “Bispo” (2001), em Salvador, ganhou prêmios de melhor ator (João Miguel) diretor (Edgard Navarro), cenário, espetáculo e ator revelação, e a indicação ao Prêmio Shell de melhor ator em 2003. Ao longo de sua carreira, João Miguel já foi contemplado com mais de 20 prêmios nacionais e internacionais, dentre eles o prêmio da Associação Paulista de Críticos de Arte (APCA) de Melhor Ator em Cinema (2015), com A hora e a vez de Augusto Matraga; Prêmio da Educação Nacional do Festival de Cannes e de melhor ator na Mostra Internacional de Cinema de 2005, com Cinema, Aspirina e Urubus. Prêmio de melhor ator no Festival de Valladolid, Espanha, em 2008, com o filme Estômago. E os prêmios de melhor ator no Festival de Cinema Brasileiro em Paris, e melhor ator no Festival Internacional de Cinema Brasileiro em Miami, em 2009, com Se nada mais der certo, entre outros.

Nordeste - Retomar “Bispo” no Nordeste tem um significado muito grande para João Miguel; para o Coletivo Bispo e para o próprio espetáculo, cuja primeira montagem aconteceu 15 anos atrás. Depois de Salvador, o espetáculo segue para Aracajú e Japaratuba (terra de Bispo), em Sergipe, e João Pessoa. “A relação com o Nordeste nesta temporada está calcada nas minhas origens como artista e nordestino, dialogando com as de Bispo. O Nordeste é o espaço de resistência de grande produção criativa na história do país, de onde saíram grandes movimentos marcantes para a cultura brasileira, como o tropicalismo, o Cinema Novo e movimento do teatro baiano nos anos 60”, afirma João Miguel.