O Ano em que sonhamos perigosamente | | | | Sexta-feira 25 Novembro 2016, 19:30 |
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O trabalho é uma soma dos onze anos de trajetória do coletivo com o momento atual em que vivemos e faz um apanhado de manifestações, movimentos de ocupação e guerrilha e a respeito da natureza das coisas. A obra utiliza como disparadores a obra cinematográfica do grego Yorgos Lanthimos e os pensamentos de Slavoj Zizek e Gilles Deleuze.
A encenação, com direção de Pedro Wagner, que assina a dramaturgia com Giordano Castro, é corporal, explora movimentos violentos, bruscos e repetitivos, com marcações pulsantes e dançantes.
O Ano em que sonhamos perigosamente é uma obra aberta a múltiplas interpretações, um ensaio de resistência ético-estético-político, são linhas, não formas pré-estabelecidas. Pode-se fugir, esconder, confundir, sabotar, cortar caminho. Não que existam caminhos certos. Existem caminhos certos? Não sabemos. Há, porém, a subjetividade e todas as suas nervuras e ramificações. Não há um modelo fechado. Não há ligação definitiva. São linhas de intensidade, apenas linhas de intensidade. Os movimentos emancipatórios que desabrocharam mundialmente, a exemplo do Occupy Wall Street, a Primavera Árabe e da Revolução Laranja na Ucránia, ainda que distintos em suas expressões e questionamentos, de alguma maneira reverberaram no Brasil em Junho de 2013. Outro rizoma desses “sonhos emancipatórios” é o Movimento Ocupe Estelita que se torna latente e pulsante nos nossos corpos e discurso.
Uma percepção racional do mundo? Um zeitgeist talvez. Colocaram uma lupa na crise do capitalismo e por consequência, na crise dos modelos de poder dos estados. Assim como Lanthimos enfoca conflitos familiares para falar sobre o colapso nacional grego, O Ano em que sonhamos perigosamente utiliza o próprio “fazer teatral” para questionar o momento político atual.
Quatro homens treinam. Buscam novas formas e composições de/para construir algo belo, algo que ainda não se sabe o nome. A ação, por si mesma e em si mesma, não muda. As pessoas, sim. As pessoas dançam.
A direção de arte é assinada por Flávia Pinheiro e a luz desenhada por Pedro Vilela. Já a trilha é de Leandro Oliván. O Ano em que sonhamos perigosamente foi contemplado com o Prêmio Funarte de Teatro Myriam Muniz 2014 de montagem.
FICHA TÉCNICA Direção: Pedro Wagner Dramaturgia: Giordano Castro e Pedro Wagner Atores: Erivaldo Oliveira, Giordano Castro, Mário Sergio Cabral, Pedro Wagner Stand in: Lucas Torres e Bruno Parmera Preparação Corporal: Flávia Pinheiro Desenho de Som: Leandro Oliván Desenho de Luz: Pedro Vilela Direção de Arte: Flávia Pinheiro Design Gráfico: Bruno Parmera Fotografia: Renata Pires Caixas de Som: Emanuel Rangel, Jeffeson Mandu e Leandro Oliván Técnico: Lucas Torres e Bruno Parmera Realização: Grupo Magiluth Produção: A Outra Companhia de Teatro | | Valor R$ 20 (inteira) e R$ 10 (meia) A dramaturgia é fruto do projeto Jogo Magiluth: Manuntenção de Pesquisa, pelo Funcultura 2013/2014, e recebe apoio do Centro de Formação e Pesquisa Apolo-Hermilo peloedital de pesquisa 2015.1. | Localização Teatro SESC-SENAC Pelourinho R. Ruy Barbosa, 19 - Centro Brasil/Bahia/Salvador 40020-070 (71) 3324-4502 |
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