Uma narrativa performática autobiográfica em que a atriz-performer Dani de Iracema, nascida e criada no sertão da Bahia, mergulha no seu processo de migrar do interior para a capital, mas também acessa, por meio da imaginação, memórias de como sua ancestralidade africana chegou no sertão baiano. Depois de cruzar o Atlântico, quantas terras meus ancestrais percorreram? Fugiram? Foram trazidos? Como esses deslocamentos reverberam no meu corpo-memória e na noção de (des)pertencimento a um território?

Fazendo um convite à revistar origens, deixar-se guiar pelas raízes, evocando a ancestralidade para saber para onde ir e para quê se anda. Sankofa. Andança.

Imaginar memórias é um feitiço para curar os apagamentos forjados na colonização.

Memórias Imaginadas das Terras por Onde Andei oferenda imagens em movimento de um corpo que se ancora na imaginação, trabalha na fabulação de memórias, para conseguir curar a estranheza de um pertencimento que se firma no chão instável, ou dinâmico, da diáspora.

Esse trabalho é o começo de uma pesquisa sobre a presença africana no sertão e suas contribuições e amálgamas com os povos originários, sobretudo na necessidade desses povos se deslocarem de terra em terra, seja por fatores políticos, seja por condições climáticas. A essas transmigrações, termo cunhado por Beatriz Nascimento, surgiu nessa pesquisa um outro conceito: diásporas afrosertanejas.

Ainda em fase de investigação, Memórias imaginadas se debruça nos sentimentos do banzo, da fuga, sobrevivência e na reinvenção como caminho de um retorno simbólico para terras arrancadas.