Aldeia Nagô
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TV Globo confessa ter ajudado Collor a se eleger por Marco Antonio Araujo

3 - 4 minutos de leituraModo Leitura

Ah, o tempo é senhor da razão. Se ainda havia alguma dúvida, acabou: A
TV Globo conspirou contra a democracia, atentou contra os ideais
republicanos, traiu sua audiência, manipulou imagens e ajudou a eleger o
pior presidente da história deste País, Fernando Collor de Mello.


Fossemos uma nação honrada, com leis a serem respeitadas, tivéssemos
uma Justiça para todos, a emissora da família Marinho deveria perder a
concessão pública que a autoriza a manter uma emissora de TV.

E a confissão de culpa foi veiculada na Globo News. Com desfaçatez
que beira o insulto, o então todo poderoso José Bonifácio de Oliveira
Sobrinho, o famigerado Boni, admitiu, em entrevista a Geneton Moraes
Neto, que, sim, a Globo ajudou a praticar a maior fraude eleitoral da
história do Brasil.

Boni, sempre na primeira pessoa do plural, confessa que, durante o
escabroso debate eleitoral com Lula, em 1989, agiu como assessor
político de Collor, compondo seu visual e tendo a brilhante ideia de
colocar as famosas pastas empilhadas que fizeram a todos crer que ali
havia volumosas denúncias contra o candidato do PT. Detalhe sórdido: as
pastas estavam vazias.

Boni não tocou no assunto da criminosa edição do debate que iria ao ar no dia seguinte, no Jornal Nacional.
Nem precisava. Chegamos a essa conclusão por mero raciocínio lógico.
Todos sabem como aquelas imagens distorcidas foram determinantes para a
vitória do presidente que viria a sofrer o primeiro processo de
impeachment das democracias ocidentais. Agiram como sabotadores,
terroristas das comunicações, para colocar no Palácio do Planalto o
homem corrupto de que de lá seria expulso pelo povo, a pontapés.

Também não precisava falar mais do que isso, o bonachão cínico.
Talvez no futuro seja obrigado a dizer, nas barras de algum improvável
tribunal. Sugiro que lhe deem o privilégio da delação premiada, para que
a verdade também atinja os poucos homens que estavam acima de Boni,
entre eles Roberto Marinho.

Collor nega que recebeu ajuda. Também, pudera. Só faltava ele ser
sincero uma vez na vida. Mas percebam o ato falho, em entrevista à Folha
de S. Paulo: "Nunca pedi a ninguém para falar com o Boni, meu contato
era direto com o doutor Roberto". Ah, tá. Foi o chefão mesmo que o
ajudou?

Já o atual diretor da Central Globo de Jornalismo, Ali Kamel, diz que
toda essa sujeria "foi uma iniciativa do Boni, como cidadão, mesmo que
com o consentimento de Roberto Marinho". Hum? Se houve consentimento,
como separar pessoa física de pessoa jurídica? Esse Kamel, é só apertar
que entrega tudo…

Se alguém não julga sérias e estarrecedoras as declarações do ex-capo
da rede Globo, merecia perder a cidadania brasileira e ser deportado
para algum país árabe que ainda viva sob o jugo de uma ditadura
moribunda. Ignorar a gravidade dessas confissões é abdicar da própria
cidadania.

Com a palavra, o Ministério Público, o Congresso Nacional, o
Ministério das Comunicações, o Supremo Tribunal Federal e todos os
brasileiros que foram vítimas desse crime que quase destruiu nossa
República.

Artigo publicado oroginalmente em http://noticias.r7.com/blogs/o-provocador/

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