Vitória contra a censura à Internet por Zé Dirceu
Justiça britânica libertará fundador e diretor do Wikileaks…
Excelente a notícia: a justiça britânica concedeu liberdade sob
fiança a Julian Assange, o fundador e diretor do Wikileaks, o site que
tem divulgado documentos secretos da diplomacia norte-americana trocados
com suas embaixadas em todos os países do mundo.
A libertação poderia
ter ocorrido hoje, mas a Suécia, onde Assange responde a processo,
recorreu e ela poderá ser retardada por mais 48 h.
Assange,
preso sob a acusação de conduta sexual indevida contra duas voluntárias
do WikiLeaks durante uma passagem pela Suécia – ele nega as acusações –
na opinião da maioria dos analistas no mundo, está na prisão britânica,
na verdade, por pressão dos Estados Unidos numa atitude que terminou se
configurando no 1º ato de censura de grandes dimensões à Internet.
Não
pela censura, já que a maior parte da mídia ocidental conservadora
faz vista grossa e sequer noticia a restrição imposta à Internet no
caso Wikileaks, mas pelo que revelou, o site de Assange está no centro
de uma polêmica mundial desde que começou a vazar uma série de mais de
250 mil documentos diplomáticos norte-americanos.
O vazamento da
correspondência tem provocado protestos de Washington e de seus aliados
em todo o mundo. Hoje, pouco antes da libertação sob fiança ser
anunciada, Assange criticou asperamente as operadoras de cartões de
crédito Visa e Mastercard e a empresa de pagamentos na Internet PayPal,
que bloquearam as doações ao seu portal desde que ele foi detido em
Londres. As companhias negaram motivações políticas.
Empresas instrumentos de política externa dos EUA
"Agora
sabemos que Visa, Mastercard e PayPal são instrumentos da política
externa dos Estados Unidos. É algo que ignorávamos", afirmou o
prisioneiro à sua mãe, Christine Assange, que repassou o comunicado à
emissora Channel 7 e ao jornal "The Age".
Mesmo com a
possível libertação, Assange diz-se comprometido com a continuidade da
divulgação de documentos secretos dos EUA a despeito da condenação deste
e de outros países."Minhas convicções são firmes. Continuo fiel aos
ideais que expressei. As circunstâncias não irão abalá-los", disse,
segundo sua mãe.
"Esse processo aumentou minha determinação de
que as informações são verdadeiras e corretas. Faço um chamado a todo o
mundo para que proteja meu trabalho e a minha gente destes ataques
ilegais e imorais", completou. O fundador do WikiLeaks e seus advogados
afirmam, ainda, temer que promotores dos EUA estejam tentando indiciá-lo
por espionagem depois da publicação dos documentos diplomáticos
norte-americanos.