Aldeia Nagô
Facebook Facebook Instagram WhatsApp

22° PercPan terá duas noites de shows abertos ao público no Rio Vermelho

4 - 6 minutos de leituraModo Leitura
OmaraPortuondo_Divulgao

O tradicional Largo da Mariquita, no bairro do Rio Vermelho, será o cenário em 2017 para o maior festival brasileiro de música percussiva, o Panorama Percussivo Mundial (PercPan), que este ano entra na sua 22ª edição. Criado pela socióloga baiana Elisabeth Cayres – com edições já realizadas também no Rio de Janeiro, São Paulo, Recife e Paris – o 22º PercPan acontece de 1º a 4 de novembro, convidando o público a reverenciar, entre outras atrações, uma das vozes mais representativas da música cubana, a cantora Omara Portuondo (Buena Vista Social Club). 

O evento tem curadoria e direção musical do produtor paulista Alê Siqueira, que atua como colaborador de influentes nomes da MPB, e consultoria artística do jornalista e crítico musical baiano Hagamenon Brito. Já o renomado cantor, compositor, arranjador e produtor musical pernambucano Lenine participa como mestre de cerimônia e faz um dos shows mais esperados do festival ao lado de Letieres Leitte & Orkestra Rumpilezz. 

Com patrocínio da Petrobras e Prefeitura de Salvador, o 22º PercPan realiza sua programação sócio-educativa no dia 1º de novembro (quarta-feira), quando será realizada a mesa redonda “Ética e Integração Cultural na Música”, às 11h, no auditório da Faculdade de Comunicação da UFBA, e o Workshop de Produção Musical com as crianças da Rumpilezzinho, com Alê Siqueira, a partir das 16h, na sede da Orkestra Rumpilezz, no Pelourinho. 

A Banda de Gaitas Brazilian Piper abre a primeira noite de música do festival, dia 3/11 (sexta-feira), às 19h30, mostrando o talento de seus gaiteiros, que se uniram como resultado de um projeto social sem fins lucrativos, fundado pelo Maestro Piper Major Fuzileiro Naval José Paulo, em 1999. Com 30 integrantes ativos, a Brazilian Piper é uma das maiores bandas de gaitas de fole do Brasil. Através da música, seu objetivo é educar jovens carentes da periferia, utilizando a cultura escocesa e as gaitas de fole como instrumento não apenas musical, mas de inclusão social. 

Em seguida, sobe ao palco o rapper soteropolitano Baco Exu do Blues, nome artístico de Diogo Moncorvo, 21 anos, que acaba de lançar Esú, seu álbum de estreia, muito esperado desde que ele teve seu nome projetado na cena do rap nacional. Dono de uma escrita contundente, com letras que falam das suas vivências, Baco traz na sua sonoridade os batuques do maracatu, solos de guitarra baiana, cânticos em iorubá e os atabaques do candomblé. 

A primeira noite será encerrada ao som de uma parceria musical das mais aplaudidas nos últimos anos, Letieres Leitte & Orkestra Rumpilezz e Lenine. O concerto apresentará um repertório misto de composições de Lenine, arranjadas pelo maestro e executadas pela Orkestra Rumpilezz (como “Leão do Norte”, “Relampeando”, “Do It” e “Paciência”) e repertório autoral da Orkestra, incluindo composições do disco recém lançado e premiado, A saga da Travessia.

O som forte dos tambores afro-baianos do respeitado bloco Ilê Aiyê abre a segunda noite do 22º PercPan, dia 4/11 (sábado), às 19h. Com músicas que viraram hinos da Bahia e do Brasil, a apresentação promete deixar a marca emblemática da percussão desta entidade cultural que representa a afirmação da cultura negra na Bahia e no mundo há 44 anos. 

Já a atração seguinte, Dão e a Caravana Black, irá mostrar o resultado de um irresistível e dançante garimpo da black music contemporânea. Com uma mistura de ritmos brasileiros e africanos que contagia a todos, Dão revela porque vem despertando o interesse de amantes da música no mundo todo. Hoje considerado um pesquisador do balanço, Dão é um artista literalmente comprometido com ritmos pulsantes, que se apropria de diversas referências para compor um universo musical próprio. 

A terceira atração vai ser um presente de Pernambuco para o público baiano. O grupo Bongar apresenta cantos tradicionais do cancioneiro através de seis percussionistas e cantores que fazem parte da Nação Xambá, localizada em Olinda (PE). Ao se revezar entre instrumentos como a alfaia, ganzá, agbê, caixa, congas, ilus e tabicas, os músicos realizam um trabalho de resgate e divulgação da sua cultura e religião. Na apresentação do PercPan 2017, o grupo recebe no palco os músicos da Santería, uma religião afro-cubana, cuja música é tocada com os tambores batas, que têm muitas semelhanças estéticas com as cerimônias religiosas da Nação Xambá.

Às 22h, todas as atenções voltam-se para este que promete ser o mais esperado show. Aos 93 anos, fará apresentação de encerramento do festival a cantora de bolero e dançarina cubana, cuja carreira se estende por meio século, Omara Portuondo. Vozes das mais representativas da música cubana, Portuondo foi a única mulher a integrar o grupo original do projeto Buena Vista Social Club (1997), dando voz à canção “Veinte Aos” do álbum que vendeu mais de 1,5 milhão de cópias. A cantora, no entanto, já tinha nesse momento uma carreira próspera com o grupo Cuarteto Las d’Aida. Comparada à Billie Holliday e Edith Piaf, ela é hoje uma lenda viva.

ATIVIDADES SÓCIO-EDUCATIVAS

1º de novembro (quarta-feira)

11h – MESA REDONDA: “Ética e Integração Cultural na Música”

Local: Auditório da Faculdade de Comunicação da UFBA – Ondina

 

16h às 17h – Workshop de Produção Musical com as crianças da Rumpilezzinho

Com: Alê Siqueira

Local:  Rua Frei Vicente – Casa XVI ( antiga Ladeira de São Miguel) – Pelourinho

PROGRAMAÇÃO MUSICAL

3 de novembro (sexta-feira)

LOCAL: Largo da Mariquita – Rio Vermelho

Mestre de Cerimônia: Lenine

19h30 – Brazilian Piper

20h30 – Baco Exu do Blues

21h30 – Letieres Leitte & Orkestra Rumpilezz e Lenine

Aberto ao público

4 de novembro (sábado)

LOCAL: Largo da Mariquita – Rio Vermelho

Mestre de Cerimônia: Lenine

19h – Ilê Aiyê

20h – Dão e a Caravana Black

21h – Bongar e Santeria Cubana

22h – Omara Portuondo

Aberto ao público

Compartilhar:

Mais lidas