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A Sinhá não quer preto na faculdade. Por Dante Lucchesi

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Dante_Lucchesi

A oligarquia escravocrata, por meio de um golpe parlamentar está restaurando a plutocracia no Brasil, sem meias palavras. Os Organizações Globo à frente, como não poderia deixar de ser.

A Globo é a grande porta-voz do atraso no país. Foi contra o salário mínimo e o 13º salário, apoiou o Golpe de 64 e a Ditadura Militar, foi contra as Diretas Já e armou a eleição de Collor de Mello. Agora dita o programa do governo golpista.

A pauta é clara: acabar com os programas sociais e os direitos trabalhistas e previdenciários. Concentrar renda e carrear os recursos públicos para garantir o fausto da elite rentista e parasitária, com uma política criminosa e absurda de juros estratosféricos que abocanha 43% da renda nacional.

Seu próximo alvo: acabar com ensino superior público e gratuito. Não é pra menos! Uma das razões do ódio da elite e classe média racistas e e escravocratas a Lula e ao PT é exatamente por estes terem possibilitado o ingresso nas universidades públicas de uma grande parcela de jovens negros e pobres.

O editorial da Globo não é apenas cruel, é falacioso. Manipulando dados, como é do seu feitio, o editorial retoma a cantilena de que os alunos ricos são maiora nas universidades públicas, portanto a cobrança de mensalidades seria um ato de justiça social. Tudo isso é falso, com a política de cotas, pelo menos a metade das vagas das universidades públicas é ocupada por alunos negros e pobres. Na verdade, a cobrança de mensalidade é a brecha para a privatização e elitização das universidades públicas, que ainda são as melhores do país e um meio privilegiado de democratização do saber e ascensão social. O que há de mais nefasto no ensino superior brasileiro é que a maioria das suas matrículas é oferecida por empresas que só viam o lucro, cometendo todo o tipo de barbaridade, como verdadeiras fábricas de diploma.

O Brasil é a única grande economia do mundo em que o ensino superior é hegemonizado por empresas lucrativas. Nem nos EUA é assim. Lá predominam as fundações sem fins lucrativos, como Harvard e Yale. Na Europa, é claro, predominam as universidades públicas.
É preciso também acabar com o mito de que “o Brasil tem uma carga tributária europeia e serviços públicos africanos”.

Nossos serviços públicos deixam a desejar e deveriam ser mais bem geridos, mas não é a privatização que vai nos aproximar da Europa. O que vai nos aproximar do mundo mais desenvolvido e civilizado é uma política tributária mais justa, com imposto de renda progressivo e imposto efetivo sobre a herança, que mesmo nos EUA chega a 50%, enquanto aqui não passa de 3%.

O que nos aproxima dos países mais atrasados não são os serviços públicos, mas fato de o Brasil ser também o paraíso de ricos e milionários que não pagam imposto.

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