As mentiras que os golpistas contaram para derrubar Dilma. Por Paulo Nogueira |
Comportamento | |||
Seg, 21 de Novembro de 2016 06:27 | |||
A matéria mais lida esta semana no DCM dizia respeito a um empresário, Flávio Rocha, dono da Rede Riachuelo. Rocha desprezava os programas sociais, ele que já foi acusado de promover trabalho semiescravo. O título de nosso texto: “Estado Robin Hood acabou”, diz dono da Riachuelo, condenada a pagar pensão mensal a costureira que colocava elástico em 500 calças por hora.. Os leitores se indignaram, e a nota viralizou. Rocha, isto não estava em nosso texto, teve um papel expressivo no golpe. Ele foi um dos primeiros empresários a defender a queda de Dilma publicamente. E usou uma tática que hoje, passados seis meses, sabe-se que foi uma infame mentira destinada a ludibriar brasileiros desinformados. Numa entrevista à BBC, ele afirmou que a economia se recuperaria “instantaneamente” com o impeachment. Repito: instantaneamente. Ele foi adiante: O impeachment vai significar o fim desse ciclo que eu acabei de mencionar. Temer tem grande habilidade política e seria capaz de dar um propósito (ao governo) e criar homogeneidade de ação no Congresso. O PMDB tem um plano de governo que acredito ser a síntese das medidas mais urgentes para o Brasil hoje – o Ponte para o Futuro. Tenho a impressão de que, com o compromisso de não ser candidato a reeleição, Temer vai fazer do seu grande projeto de vida colocar em prática essas medidas e garantir a transição. Seria um legado excepcional para o próximo presidente. Legado excepcional. Pausa para rir. A dura realidade mostrou o real legado de Temer, e a brutalidade das mentiras que foram contadas para embelezar a narrativa do golpe. Quem paga por isso? Como demonstra o Tijolaço hoje, a “recuperação econômica” só existiu nas colunas de jornal, alimentadas por palavras como as de Rocha, destinadas a desestabilizar a democracia e destruir 54 milhões de votos. As fábricas brasileiras trabalham hoje com o menor índice de ocupação em 16 anos. No mundo real, a economia não apenas piorou como a crise política deu um salto formidável. Onde o PMDB com seu plano perfeito para o Brasil, como disse Rocha? Os historiadores da posteridade haverão de registrar as manobras sujas com que foi tramada a destruição da democracia: mentiras, mentiras e ainda mentiras. O dicionário Oxford acaba de eleger a palavra do ano, inspirada na campanha cheia de lorotas de Trump: “pós-verdade”. Pois é. A “pós-verdade” é o retrato perfeito do golpe sofrido pelo Brasil. Artigo publicado originalmente em http://www.diariodocentrodomundo.com.br/as-mentiras-que-os-golpistas-contaram-para-derrubar-dilma-por-paulo-nogueira/
|
Agenda |
Aldeia Nagô |
Capa |