Começa IX Jornada de Dança da Bahia
Entre os dias 10 e 15 de novembro, a Jornada de Dança da Bahia comemora a nona edição de sua história, explorando o tema “Todo artista é um revolucionário”. O evento, realizado pela Escola Contemporânea de Dança, sob a direção da dançarina Fátima Suarez, acontecerá no Teatro Gregório de Mattos, Teatro Castro Alves, Goethe-Institut Salvador-Bahia, Palacete das Artes e outros espaços da cidade. Convidados da Bahia, de outros estados e também de outros países compõem uma programação, quase toda gratuita, de espetáculos, atividades formativas e interação para artistas, professores, estudantes, crianças e todos os públicos da dança da Bahia.
Grandes nomes do campo estão confirmados, como os norte-americanos Clyde Morgan, especialista em danças africanas, e Lori Belilove, dançarina e diretora artística da Isadora Duncan Dance Foundation. Outra presença ilustre é de uma dama da dança brasileira, Angel Vianna, uma das pioneiras da dança contemporânea no país, que, aos 89 anos de vida, 70 deles dedicado à arte e à educação, ainda demonstra a vitalidade de seu talento, em cena e na formação de bailarinos.
No total, 14 espetáculos de dança moderna e contemporânea – 12 deles com entrada franca – compõem a mostra artística do evento, que se completa com a ação Infância e Movimento, com duas oficinas gratuitas voltadas para crianças, e o V Fórum de Educadores de Dança, com o objetivo específico de promover o aprimoramento do ensino da dança. Nesta edição, há ainda uma novidade: duas residências artísticas, para contribuir para a qualificação de bailarinos selecionados e criar coreografias que serão apresentadas na própria programação.
Tudo isto se desenrola ao redor dos ideais e da filosofia de dança de Isadora Duncan (1877-1927), considerada a mãe da dança moderna. Este traço, uma das marcas mais importantes da história da Jornada, se revela em diversos aspectos técnicos e conceituais, permeando toda a programação. Neste ano, as potências transformadoras e a força do feminino são exaltadas pelo tema escolhido.
“Em 1922, ao chegar aos Estados Unidos para uma turnê, Isadora Duncan foi proibida de saltar do seu navio. Ela havia decidido morar na Rússia, onde o governo Bolchevique havia prometido financiar sua escola, e lá se casou com o poeta Serguei Iessienin. Quando suas malas foram revistadas para verificar se havia alguma propaganda da revolução, ela disse: ‘Não venho fazer propaganda da revolução, eu sou a revolução. Todo artista é um revolucionário’”, explica Fátima Suarez sobre a inspiração para o tema. “Acredito que a Jornada de Dança da Bahia se firma como um evento fundamental em um momento em que precisamos estar cada vez mais atentos e comprometidos para que a censura e a falsa moralidade não impeçam o nosso desenvolvimento artístico”, completa ela.
A IX Jornada de Dança da Bahia tem patrocínio da Termonorte, por meio da Lei Federal de Incentivo à Cultura, com realização do Ministério da Cultura (MinC).
Informações e programação completa:
www.jornadadedanca.com.br