Cultura. Por Sérgio Siqueira
Como dizia Jorge Amado, cultura é o povo, cultura somos todos nós.Cultura é a soma de todas as experiências humanas. Nesta cidade da Bahia, a cultura nasce de toda essa junção do índio, do europeu e do africano, uma mistura que a fez única, especial, competitiva, em relação a outros estados e países.
A cultura dessa terra foi e sempre será rica, com épocas melhores e épocas piores, isso faz parte. O que tem que ser feito é criar condições para que ela aconteça, focando nas matrizes que são as raízes e ficar atento ao novo, que é a vanguarda e que precisa de incentivo, porque o mercado não absorve de primeira, porque o novo sempre assusta, que o diga a Tropicália, que está fazendo 50 anos.Uma política cultural tem que privilegiar essas 2 pontas, as raízes e a vanguarda, o miolo é o mercado e pode andar sozinho.
Para esta cidade da Bahia, que já não tem banco, rede de supermercado, telefônica e grandes empresas, a cultura é essencial como geradora de divisas, principalmente via turismo, Entre os anos 60 e 80, Salvador era imaginário do mundo e vanguarda cultural do Brasil, é preciso retomar isso para o bem da cidade.Dentro de uma política cultural, os editais e o Fundo de Cultura são o mais justo, o Faz Cultura e a Lei Rouanet são burocráticas demais e privilegia as pessoas que já estão consolidadas no mercado, os novos e e as raízes, tem pouca chance, pois são tantas as coisas pedidas e são tantos os obstáculos que é quase impossível chegar a reta final.
Além disso ficam todos a mercê do marketing das empresas, que privilegiam o que já é sucesso, dificilmente colocam sua marca em algo que não conhecem ou que não soe familiar.