Aldeia Nagô
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Decoração com o tema Revolta dos Búzios é destaque no Carnaval do Pelô 2018

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Todos os anos a decoração do Pelô se torna um dos principais atrativos do carnaval, despertando o interesse dos nativos, que já sabem que nesta época do ano as ruas do Centro Histórico se enfeitam para receber a folia, e surpreendendo e encantando aos turistas das mais diversas localidades. A decoração deste ano, assinada por Telma Calheira, inspirada no tema 220 anos da Revolta dos Búzios – Igualdade e Liberdade, já pode ser visitada.

Autodidata de Ibirataia, cidade pequena e tranquila do sul da Bahia, a artista plástica Telma Calheira trabalha com decoração há vinte anos, e suas obras trouxeram alegria a quase todos os Carnavais durante este período. Em 2018, o grande desafio para a artista é transformar a Revolta dos Búzios em matéria festiva. Um evento histórico recheado de acontecimentos trágicos foi desconstruído em fortes elementos decorativos para despertar a curiosidade do folião pela história.

“Desenvolver a Revolta dos Búzios foi bem difícil, pesquisei, não dava para errar. Mostrar 220 anos da revolta através de uma festa, eu precisava de elementos fortes para contar essa história”, revelou Calheira. Apostando nos ideais que motivaram a revolta mais significativa do Brasil, Igualdade e Liberdade, a artista utilizou peças grandes com os símbolos do acontecimento. Através de pórticos, postes com mandalas, com caricaturas dos revolucionários abolicionistas, e dos requisitados bonecos gigantes, a decoração revive com arte os ideais centenários do povo brasileiro.

A qualidade do material é fator importante na decoração exposta a céu aberto. Selecionados com afinco, os belíssimos tecidos africanos utilizados na ambientação festiva foram garimpados em São Paulo pela artista. “Além das inúmeras figas, das mandalas com quase 3 metros, e para atender as cobranças pelos bonecos, confeccionamos diversas peças grandes num tempo bastante apertado”, revelou Telma que também é responsável pela ornamentação pública em diferentes cidades espalhadas pelo país, em diferentes épocas. A artista baiana coleciona trabalhos em ambientação sobre as temáticas natalina, carnavalesca e junina.

Repercussão – Pelas ruas, os visitantes já aproveitam para fazer selfies e fotos em grupo junto aos elementos decorativos, os bonecões, localizados no Largo do Cruzeiro de São Francisco, costumam ser as peças mais disputadas para um clique.

O casal de soteropolitanos César Portela e Salima Freitas, cientes de que nessa época do ano o Pelourinho já está enfeitado, levou uma prima que mora nos Estados Unidos para visitar o local. “A decoração está bem bacana, gostamos bastante e estamos tirando fotos para deixar tudo registrado. E o tema é super bem vindo, oferece uma oportunidade de se falar sobre isso”, opina Salina. Para César, “é enriquecedor tanto para as pessoas de fora, que vão conhecer essa história pela primeira vez, quanto para muitos de nós que somos da terra de relembrar algo que estudamos há muito tempo atrás. Falar sobre cultura e história é sempre importante e a Bahia tem buscado isso”, reflete o representante comercial.

A decoração agradou não só aos visitantes. O comerciante Rosalvo dos Anjos, conhecido como o Castanha do Pelourinho, em referência à iguaria que vende no bairro há mais de 20 anos, também aprovou. “O pessoal vem se divertir, pra ver coisas bonitas e levar uma lembrança do Pelourinho. Enquanto eles param pra tirar fotos, eu já aproveito pra oferecer a minha castanha”, conta Castanha, que já comemora o bom movimento no Pelô.

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