Aldeia Nagô
Facebook Facebook Instagram WhatsApp

Designers criam quebra-cabeças com personagens do folclore brasileiro

3 - 4 minutos de leituraModo Leitura
Designers

Iara, Boitatá, Curupira e Uirapuru são personagens do rico universo folclórico brasileiro, lembrados, muitas vezes, apenas nas aulas do ensino fundamental.

Essas lendas contadas pelos nativos que habitavam o Brasil antes mesmo da chegada dos portugueses, em 1500, vão ganhar uma nova roupagem no formato de quebra-cabeças para serem trabalhados de forma lúdica dentro de escolas, bibliotecas e espaços de contação de histórias.

A ideia está sendo desenvolvida pelos designers Neymar Leonardo dos Santos e Sandro Limaverde, que já concluíram a primeira fase do projeto, que conta com o apoio do Fundo de Cultura da Bahia, através do Edital Setorial de Economia Criativa 2016. “A proposta é estimular a coordenação motora das crianças e também oferecer um jogo em 2D para que a interação com a história possa ser mais ampla”, conta Santos.

O jogo, que ganhou sua primeira versão com protótipos em MDF (o produto final, com duas mil unidades, será produzido em pinus com madeira de reflorestamento, reforçando a preocupação ecológica do projeto), virá acompanhado de um livreto com as histórias dos personagens e que também pode se transformar em um cenário para a Iara, o Boitatá, o Curupira e o Uirapuru. O detalhe é que os cenários se integram formando um grande painel ressaltando o universo folclórico nacional.

Segundo Neymar Santos, o apoio do Fundo de Cultura permitiu que a ideia saísse do papel, ganhando inclusive novas dimensões, como a criação de um site, também para contar as histórias, abrindo um leque de possibilidades para a divulgação do nosso folclore com brinquedos criativos. “Existe a possibilidade de negócio que ainda não foi explorado. Tanto se cria com personagens de outras culturas, porque não investir nas nossas próprias lendas?”. Em paralelo, afirma, podem ser trabalhados também temas como musicalidade, etnia, costumes, além da importância dos quebra-cabeças no desenvolvimento físico, neurológico, psicomotor, capacidade de concentração, noção espacial, percepção visual e aumento de conhecimento sobre diversos assuntos.

O superintendente de Promoção Cultural da Secretaria da Cultura da Bahia, Alexandre Simões, ressalta a importância do fomento à cultura para que projetos criativos possam ser desenvolvidos. “A economia criativa é um campo vasto de possibilidades. A Bahia é criativa, do artesanato às mais variadas atividades, e o que precisa é essa oportunidade para que as ideias sejam transformadas em realidade”. Segundo ele, esse projeto traduz muito bem a proposta do Fundo de Cultura, além de ser um trabalho voltado para o resgate das raízes brasileiras, de grande valor sócio-histórico-cultural.

O projeto consiste no desenvolvimento de quatro quebra-cabeças, um para cada personagem, acompanhado do livreto que apresentarão de forma lúdica e prazerosa a riqueza do folclore brasileiro. O formato permite, segundo os autores, desenvolver a capacidade psicomotora, de concentração, observação e noção de espaço para as crianças, principalmente, além de trabalhar também as noções de meio ambiente, conservação da natureza e reflorestamento.

Segundo Neymar Santos, o quebra-cabeças permite que a criança compreenda as crenças e valores instituídos em determinado grupo social. “A criança ao entrar em contato com esse brinquedo voltado especificamente para lendas, músicas e histórias folclóricas, estará conhecendo o presente e o passado de nosso povo e como isso preservando a sua memória cultural de maneira lúdica, estimulando o imaginário”.

Fundo de Cultura do Estado da Bahia (FCBA) – Criado em 2005 para incentivar e estimular as produções artístico-culturais baianas, o Fundo de Cultura é gerido pelas Secretarias da Cultura e da Fazenda. O mecanismo custeia, total ou parcialmente, projetos estritamente culturais de iniciativa de pessoas físicas ou jurídicas de direito público ou privado. Os projetos financiados pelo Fundo de Cultura são, preferencialmente, aqueles que apesar da importância do seu significado, sejam de baixo apelo mercadológico, o que dificulta a obtenção de patrocínio junto à iniciativa privada. O FCBA está estruturado em 4 (quatro) linhas de apoio, modelo de referência para outros estados da federação: Ações Continuadas de Instituições Culturais sem fins lucrativos; Eventos Culturais Calendarizados; Mobilidade Artística e Cultural e Editais Setoriais. Para mais informações, acesse: www.cultura.ba.gov.br

Compartilhar:

Mais lidas