Domingueiras XLIV. Por Sérgio Guerra
Neste mês de outubro se prolonga os nossos dilemas cujos resultados já são conhecidos, para quem tem um mínimo de acuidade política e mesmo uma pequena capacidade de leitura destes momentos da nossa história nacional.
Por exemplo, que tem alguma dúvida de que a Câmara negará o pedido do Supremo Tribunal Federal para julgar o presidente Temer por crimes de “corrupção e organização criminosa? Da mesma forma que o Senado negará autorização para o mesmo julgue o “coleguinha” Aécio pelas mesmas acusações?
Para tanto, será necessário apenas que o ameaçado presidente golpista acione a “caneta das bondades” para seus “aliados”, da base atual ou em expansão/gestação, posto que já anunciou sua intenção de preservar os muitos cargos mantidos pelo, cada vez mais, infiel PSDB, dividido de forma cada vez mais radical entre os “cabeças pretas”, extremamente preocupados com seu futuro político, e os “cabeças brancas”, cada vez mais satisfeitos com sua herança passada e futuro bem garantido. Além, é claro, do apoio ao companheiro Aécio na sua disputa no Senado.
Por outro lado, as “Reformas” vão seguindo seus complicados caminhos, ainda que perdendo conteúdo e força, na justa medida em que precisam ser negociadas para conseguir sua aprovação por uma “base aliada”, cada vez mais clientelista, fisiológica e instável, posto que as sucessivas quedas de popularidade do presidente, já abaixo do “limite de sustentabilidade de 7%” e continua em queda rumo ao traço, com que sacramentou o abandono e queda de sua titular, a malfadada ex-presidente Dilma Rousseff.
Enquanto isto, o ex-presidente Lula segue a sua dinâmica de “massa de bolo”, que quanto mais apanha mais cresce e a cada nova denúncia/condenação, ou novo pedido de aumento da pena avança nas pesquisas, causando maior desespero aos “golpistas”, sejam eles dos agrupamentos industrial, jurídico, midiático ou político-parlamentar, a tal ponto que pouco a pouco começam a pipocar “sugestões” da necessidade de um novo golpe, inclusive militar, ou mesmo a “ameaça de matá-lo”, únicas maneiras possíveis e viáveis de vencê-lo, visto que eleitoralmente parece cada dia mais impossível.
Deste modo, como aconteceu durante a “ditadura de 1964”, especialmente nos seus estertores, novos “casuísmos” podem vir a se efetivar, posto que na impossibilidade de uma vitória eleitoral, se tornava necessário uma nova medida oportunística, criada para que o “regime” assegurasse, ainda que temporariamente, a manutenção de uma maioria provisória para que o governo ilegítimo continuasse sua trajetória, mesmo que cada vez mais fragilizado, posto que sua viabilidade se dissolvia a medida que sua popularidade ia se reduzindo cada vez mais.
Assim, só nos resta esperar as eleições de 2018, quando o julgamento popular, pelo voto, nos mostrará, mais uma vez, se a vontade dos brasileiros se imporá sobre os golpistas do complexo antipopular, formado como já foi dito acima pelos segmentos que compuseram o golpe contra a presidenta Dilma. Assim, 2018 deverá, mais uma vez, que nada como a força das urnas para renovar a força da Democracia.
Licenciado, Mestre e Doutor em História
Professor Adjunto da UNEB,.DCH1 Salvador.
Conselheiro Estadual de Educação – BA.
Colunista Político Semanal do Portal Mais Bahia.