Domingueiras XLVIII por Sérgio Guerra
A reunião de 3 ex-governadores do Rio de Janeiro, além de ex-presidentes de sua Assembléia Legislativa e deputados estaduais, bem como o de grandes empresários, especialmente, do setor do transportes coletivos, nas suas penitenciárias dá bem uma idéia
de como anda a política nacional, não que seja alguma novidade em termos de corrupção da política brasileira, mas apenas do resultado do momento que vive o estado nacional, que atravessa um intenso processo de passagem à limpo, o que podemos dizer “como nunca antes na história desse país”, nas sábias palavras do ex-presidente Lula.
Aliás, para o bem ou mesmo para o mal, não lembro de ter visto em nossa história, um número tão grande de altas personalidades, das diversas áreas, desde a empresarial quanto a política, engaioladas e prestando contas de suas atividades pouco lícitas e republicanas, como se observa neste momento, ainda que tenhamos algumas grandes ressalvas quanto aos procedimentos investigatórios, especialmente, quanto a aplicação quase absoluta da “delação premiada”, além do “vazamento seletivo” do qual não escapou nem a presidenta da República, nem o ex-presidente Lula, gravados e divulgados em rede nacional, por um irresponsável juiz que não recebeu nenhuma admoestação ou punição por tal heresia judicial.
Entrementes é forçoso reconhecer que a sanha investigatória ora em andamento, deverá, prestar um excelente serviço ao processo de moralização de nossa vida política e pública, caso não seja completamente desmoralizada pelos excessos cometidos que pode permitir um amplo agrupamento de suas vítimas e perseguidos, que via o Executivo, especialmente o presidente da república, pelo Chefe da Polícia Federal e a Procuradoria Geral da República, onde já se encontram sinais claros nas suas primeiras e recentes declarações de intenções, logo em seguida as suas investiduras, após as nomeações pelo acusado presidente.
Deste modo, se este processo de apuração de irregularidades e até mesmos crimes que permeiam a vida política nacional, em que pontificaram o “caixa dois” e outros mecanismos pouco ortodoxos que passam longe da moralidade pública e da transparência, elementos básicos do exercício ético e moral da política, não investir em vieses de perseguição seletiva e localizadas, além de não se submeter aos interesses corporativos de grupos de parlamentares em seus diversos níveis, do federal ao municipal, como está a apontar o Supremo Tribunal Federal, poderá ajudar a aflorar um novo país com que sempre sonharam os homens de bens e cidadãos honestos.
Enfim, acredita-se que sanadas os exageros e deformações, este processo poderá limpar a política brasileira e apontar para um novo modo de se administrar este nosso país, colocando em defesa os criminosos de nossas atividades públicas em seus diversos aspectos, instituindo novos padrões de comportamentos éticos, que forcem os nossos gestores a temerem as garras longas da justiça, ao tempo em que garantam aos cidadãos de bem o acesso e a confiança nos instrumentos de controle social. Ao tempo em que elevará o Brasil ao nível dos grandes países, em que a corrupção mesmo que nunca seja extinta, seja controlada. Quem viver, verá!
26/11/2017.
Sérgio Guerra
Licenciado, Mestre e Doutor em História
Professor Adjunto da UNEB,.DCH1 Salvador.
Conselheiro Estadual de Educação – BA.
Colunista Político Semanal do Portal Mais Bahia.
Presidente do Instituto Ze Olivio IZO
Cronista do site “Memorias do Bar Quintal do Raso da Catarina”.