Aldeia Nagô
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Domingueiras XXXV. Por Sergio Guerra

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A “semana histórica”, primeira de “agosto, mês do desgosto” de ano de 2017, terminou, como já estava escrito nas estrelas desde o inicio dos tempos legislativos do Brasil, com a vitória da bolsa do executivo comprando os votos da âmara, (é assim com minúsculas

mesmo), por meio de liberação de bilhões de reais, em “emendas dos deputados federias”, “parcelamento de dívidas com o INPS”, da “bancada do boi”, aumentando o seu déficit, além de outras “bondades” que nós, os contribuintes, “pagaremos o pato”.

Tudo como era facilmente previsível para todos, menos para aqueles que, como eu, ainda sonham com o dia em que o congresso nacional, tome um pouco de vergonha e assumindo o seu papel de “representante do povo”, enfim, vote de acordo com o desejo manifesto da quase totalidade da população brasileira e autorize o inicio do processo de investigação contra o presidente da República, acusado pelo Ministério Público de “corrupção passiva” por ser o declarado, e descarado, destinatário da “mala”, recebida pelo seu “assessor especial”, conforme pré-gravado, filmado e denunciado inúmeras vezes.

Quando falei “sonham” é acreditando que um dia a maioria de 2/3 do congresso nacional tenha um pouco de vergonha e vote livre das seduções da “caneta presidencial” e suas benesses, o que, infelizmente, só será alcançado quando o eleitorado brasileiro deixar de votar pela “amizade, identificação pessoal e/ou vantagens imediatas” e passe a endossar os “partidos programáticos, candidatos com histórico de coerência e honestidade comprovada”, além de os acompanhar na sua atuação parlamentar e uma constante avaliação de seus mandatos, o que deve valer sua reeleição ou não.

Por outro lado, vale lembrar que o resultado da votação final que valeu o “arquivamento provisório”, até fim do mandato do presidente em 2018, quando ele deverá prestar “contas a justiça comum” por estas (e outras?) acusações, ficou muito abaixo dos “300 picaretas”, 100 a menos dos que votaram o impeachment de Dilma, que, normalmente, se dizia que compõe a “base de qualquer governo”, o que indica um provável esvaziamento do apoio de Temer, o que pode comprometer as chamadas “medidas reformadoras do estado brasileiro”, especialmente, com a queda acelerada dos índices de popularidade de Temer e a proximidade das eleições do próximo ano.

Assim, a instabilidade política do Brasil continua, afetando inclusive a recuperação econômica, por mais que o governo tenha usado o discurso do “retorno do crescimento e da estabilidade econômica” que, de alguma maneira, qualificou melhor o discurso dos votantes do “sim”, apesar das costumeiras baixarias, que foram muito menores do que aconteceu no momento do impeachment da Presidenta Dilma, onde “marido/mulher”, “sogra”, “filh@s”, “cachorr@s” e “amantes”, formaram os grandes motivos dos votos.

Enfim, apesar dos “desesperos e desesperanças” que nos assaltam nestes momentos de desilusões, resta-nos acreditar, como Galileu, que mesmo quando tudo parece perdido, a terra ainda se move, e o futuro nos reserva ainda muitas derrotas, antes de nossas e novas grandes, e quiçá definitivas, vitórias. Quem viver e tiver olhos para ver, verá!

Sérgio Guerra
Licenciado, Mestre e Doutor em História
Professor Adjunto da UNEB,.DCH1 Salvador.
Conselheiro Estadual de Educação – BA.
Colunista Político Semanal do Portal Mais Bahia.

Presidente do Instituto Ze Olivio  IZO
Cronista do site “Memorias do Bar Quintal do Raso da Catarina”.
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