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Em vez de “Por que?”, experimente perguntar “Pra que?”… Por Rosana Braga

3 - 4 minutos de leituraModo Leitura

Em princípio, as duas perguntas parecem muito semelhantes. Porém, se observadas com sensibilidade e sutileza, encontramos entre elas uma diferença essencial: a intenção com que as fazemos!


Perguntamos
"por que?" quando estamos vivendo uma fase de conflitos, perdas e frustrações
principalmente pelo fato de nos considerarmos injustiçados. Queremos compreender
por que a vida ou até mesmo Deus (quanta petulância!) nos colocou numa situação
tão dolorosa… 

Julgamos,
em geral, que existem pessoas bem mais "malvadas" que nós (ou alguém que amamos
muito) e, portanto, elas sim mereciam tal "castigo". Não nós, que tantas boas
ações temos praticado! Não nós, que tanto temos pedido por ajuda e
proteção…

E
assim, perdemos a preciosidade contida dor! Perdemos a oportunidade valiosa de
expandir nossa capacidade de viver bem e feliz. Jogamos pela janela a chance
sagrada de evoluir e aprender mais uma lição nesta dimensão, que é a mais
verdadeira e eficiente universidade que podemos
cursar. 

Para
mudar essa dinâmica, bastaria mudar a pergunta. Ou melhor, bastaria mudar a
intenção ao fazê-la. Em vez de insistir na lamentação e se estagnar no papel de
vítima, poderíamos aceitar o convite para um novo
aprendizado. 

Em vez
de resistir e repetir indefinidamente "por que comigo?", "por que justo agora?",
"por que com essa pessoa, que é tão boa?", "por que de novo?", experimente
perguntar "pra que?". Ou seja, qual é a lição contida nesta perda, nesta dor,
nesta frustração? 

Definitivamente,
a vida é um imenso quebra-cabeça, com mais de 6,5 bilhões de peças. Somos, cada
um de nós, uma dessas peças. Será mesmo possível compreendermos por que algo
acontece aqui e agora, justamente com essa e não com aquela
pessoa? 

Será
mesmo possível nos dar o direito e a competência de julgar um evento isolado,
sendo que não temos a visão do todo? Sendo que estamos muito longe de conseguir
avaliar o quanto esse acontecimento vai interferir no cenário final desta imensa
figura desenhada pela espécie humana? 

A mim,
parece prepotência demais! Então, prefiro me ater ao que posso e ao que me
parece que a grande maioria de nós pode: cuidar de si e daquilo que interfere à
sua volta. E se considerarmos que a atitude de uma única pessoa pode influenciar
outras cinco ao seu redor, talvez comecemos a compreender qual é a matemática,
ou melhor, qual é a resposta que vale a pena buscar! 

Pra
que ter um pouquinho mais de paciência com esse momento difícil? Pra que dar um
pouco mais de si na harmonização de um conflito? Pra que ser um pouco mais
colaborativo num momento de reajustes e mudanças? Pra que ter um pouco mais de
fé numa situação de perdas? Pra que, enfim, ser um pouquinho – só um pouquinho
que seja – mais gentil que antes? 

E daí,
sim, poderemos descobrir, de fato e na prática, que cada dia é uma página de
exercícios no grande livro que é a história de cada um… E esta é a sua parte:
fazer uma página. Apenas uma. A de hoje, a de agora, pra que fique bem claro que
existe uma única resposta a todos os "porquês": porque tudo é exatamente como
tem de ser! Tá tudo certo quando fazemos a nossa parte da melhor forma que
podemos!

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