Espaço Xisto Bahia recebe Solos Baianos Ano II
Sucesso de público e crítica em 2016, o projeto Solos Baianos do Balé Jovem de Salvador (BJS) ganha nova edição com estreia no dia 28 de setembro, no Espaço Xisto Bahia, onde permanece em cartaz até dia 1º de outubro, às 20 horas (quinta a sábado) e 19 horas (domingo), com ingressos a R$ 20,00 (inteira) e R$ 10,00 (meia). Neste segundo ano, a iniciativa traz como coreógrafos convidados os bailarinos Danillo Queiroz, Eron Pimenta, Inah Irenam, Melissa Figueiredo, Neemias Santana e Ramon Moura frutos do processo de formação da companhia.
O projeto Solos Baianos é uma iniciativa do diretor da companhia Matias Santiago e traz como proposta de impulsionar a formação em dança, promovendo o diálogo entre bailarinos e coreógrafos já experientes com jovens bailarinos em ascensão. Esta edição do projeto conta com o apoio institucional do Governo do Estado, através do Ocupe Seu Espaço da Secretaria de Cultura do Estado da Bahia.
Em 2016, o projeto Solos Baianos teve como coreógrafos convidados Lia Robato, Mestre King, Cristina Castro, João Perene, Jorge Alencar e Jorge Silva. Foram realizadas apresentações no Teatro Gregório de Matos, Centro Cultural Plataforma e Espaço Cultural Alagados.
Solos Baianos Ano II – Assim como na primeira edição do projeto (2016), foram realizados workshops de criação em dança, ministrados por cada coreógrafo convidado, envolvendo o elenco completo do BJS. Na etapa seguinte, com base nos resultados obtidos nos workshops, os bailarinos e os coreógrafos sinalizaram com quem gostariam de trabalhar e, a partir da intersecção dos interesses, foram compostas as duplas de solistas para cada montagem.
Espaços Culturais da SecultBA – A Secretaria de Cultura do Estado da Bahia mantém 17 espaços culturais em diversos territórios de identidade baianos, geridos pela Diretoria de Espaços Culturais (DEC), setor vinculado à Superintendência de Desenvolvimento Territorial da Cultura (Sudecult). Destes, cinco encontram-se em Salvador – Cine Teatro Solar Boa Vista, Espaço Xisto Bahia, Casa da Música de Itapuã, Centro Cultural Plataforma e Espaço Cultural Alagados – e 12 nos municípios de Alagoinhas, Feira de Santana, Guanambi, Itabuna, Jequié, Juazeiro, Lauro de Freitas, Mutuípe, Porto Seguro, Santo Amaro, Valença e Vitória da Conquista. Para mais informações, acesse: www.espacosculturais.wordpress.com
.
Programa
Flôr de Ouro
Em Flôr de Ouro, Danillo Queiroz apresenta o resultado de seus estudos sobre comportamentos psíquicos alterados e questionamentos sobre o significado de normalidade e o que atribui a loucura ao ser humano. Segundo o coreógrafo, a montagem segue “a investigação das sensações e impressões das intérpretes que guiam a movimentação e criam formas para o desenhar da ‘flor de ouro’”. O solo tem como intérpretes as bailarinas Marina Barcelos e Clara Boa Sorte.
Tudo que move não tem fim
A coreografia do jovem bailarino Eron Pimenta traz o conceito de infinidade e continuidade do movimento, ou como ele melhor explica: “Pensamos e pesquisamos imagens de coisas que são infinitas ou aparentemente não têm fim. Paralelo à pesquisa corporal, procuramos referências externas que nos guiassem a entender o(s) movimento(s) contínuo(s) que nos atravessa(m), buscando em outras áreas como ‘O pêndulo de Newton’, dispositivo que demonstra de maneira empírica a conservação do momento e da energia, leis físicas estudadas pelo físico Isaac Newton”. “Tudo que move não tem fim” tem trilha original criada por Flávio Bueno e traz à cena os bailarinos Igor Vogada e Wendel Alcântara.
Passe
“Passe”, de Inah Irenam, apresenta a presença constante da cultura ancestral negra e indígena, desde o samba até o caruru, das folhas usadas para tratamentos à relação com entidades das matas e do sertão. A composição é também fruto da rememoração de vivências pessoais dos bailarinos Luana Fulô e Robson Ribeiro. Segundo a coreógrafa, “Passe” fala de presente, passado e futuro. A trilha sonora original leva a assinatura de Bruno de Jesus e o figurino é criação do também coreógrafo desta edição do projeto, Ramon Moura.
Égide
“Quais sentimentos afloram e são necessários para se fortalecer diante de algumas situações?” A inquietação foi apresentada pelas bailarinas Flávia Rodrigues e Carolina Miranda para a coreógrafa Melissa Figueiredo o que levou à composição “Égide”. Com trilha sonora criada por Clara Boa Sorte, também integrante do elenco do Balé Jovem de Salvador, a coreografia traz um processo criativo colaborativo, tendo Melissa como diretora.
Percurso Nebulosa e Ensaio para Musa
Em seu processo de criação, Neemias Santana trouxe ao Solos Baianos Ano II duas concepções, onde resgata sua pesquisa criativa iniciada em “nii – nada de novo sob o sol” (2015). Em “Percurso Nebulosa”, ele traz um trabalho de composição colaborativa com o bailarino Thor Galileo, que leva à cena “um personagem vivendo uma situação da qual não sabemos o início ou seu final. O trabalho é pensado como uma fenda no espaçotempo, como uma fissura espetacular”, explica Santana.
Em “Ensaio para Musa”, Neemias Santana retoma mais uma vez sua pesquisa de 2015 e trabalha o traçado circular, o movimento sinuoso e narrativas de ficção científica como base de sua criação. “Neste solo desenvolvido com a bailarina Letícia Pereira, sobrepomos imagens de mulheres negras ícones da cultura pop e as borramos com as memórias e aspirações da própria dançarina, no esforço de construir ou evidenciar uma musa híbrida futurista”.
BLUR e Esboço trajeto en curvas
Esboço, ensaio, construção, transformação constante. A definição de BLUR, expressa-se na concepção do coreógrafo Ramon Moura, elaborada em conjunto com a bailarina Natália Matos. “Em BLUR, usamos o borrão como fio condutor, a imagem difusa, o descompromisso e o movimento a partir dos impulsos gerados pelos caminhos que o próprio corpo ia traçando”, explica Moura.
A outra concepção para o projeto, interpretada pela bailarina Alejandra Moreno, também traz a imprecisão em seu DNA. “Em ‘Esboço trajeto em curvas’, a aleatoriedade, alienação são pontos que trouxeram interferências para esse caminho, com uma intenção alterada do seu próprio estado”.
Segundo Ramon Moura, o processo para os solos baianos teve início já com os nomes dos solos e alguns tópicos que iam (des)nortear a criação. “São dois solos diferentes que têm base nos mesmos princípios e que trabalham com fluxo, fluência, peso, inicialmente. Foi uma tentativa de criar duas obras com proposições diferentes, mas com o mesmo esquema de construção”.
Serviço
Solos Baianos Ano II
Onde: Espaço Xisto Bahia
Quando: 28 de setembro a 1º de Outubro
Horário: 5a-feira a sábado – 20h, domingo – 19h
Ingressos: R$ 20,00 (inteira) e R$ 10,00 (meia)
Informações: 71 3015-5045