London, London. Por Luis Antonio Cajazeira Ramos
No final dos anos 1960, otimizando essa década visceral para a arte e a cultura do mundo todo, a música popular da Inglaterra deu uma guinada e mudou de patamar. Nos anos 1970, o rock inglês galgou vários degraus da escala de excelência. O salto de qualidade musical partiu de suas bases no folk anglo-europeu e no rock americano, indo expandir-se para o jazz, a música erudita, a world music, influenciando a música popular do mundo inteiro — embora imposições mercadológicas de concessões ao gosto popular tenham provocado nas décadas seguintes, aqui, lá e acolá, a queda visível (ou audível) da qualidade geral.
Em 1971, apenas como exemplo, a sequência de ótimos lançamentos de álbuns foi estonteante. Para eu escolher 10 álbuns de minha predileção lançados em Londres em 1971, deixarei fora da lista alguns dos preferidos de muita gente, como “Stick fingers” (The Rolling Stones), “Ram” (Paul & Linda McCartney), “Teaser and the firecat” (Cat Stevens), “Imagine” (John Lennon), “Every picture tells a story” (Rod Stewart), “Madman across the water” (Elton John), “Hunky Dory” (David Bowie), “Fireball” (Deep Purple), “Master of reality” (Black Sabbath) e “Indelibly stamped” (Supertramp).
Vale registrar o lançamento, em 1971, de alguns álbuns de outros palcos musicais mundo afora, como os americanos “What’s going on” (Marvin Gaye), “A tribute to Jack Johnson” (Miles Davis), “Pearl” (Janis Joplin), “Tapestry” (Carole King) e “L. A. woman” (The Doors); o holandês “Moving waves” (Focus); e os brasileiros “Fa-Tal — Gal a todo vapor” (Gal Costa), “Tim Maia” (Tim Maia), “Construção” (Chico Buarque), “Ela” (Elis Regina), “Caetano Veloso” (Caetano Veloso) e “Gilberto Gil” (Gilberto Gil), esses dois últimos gravados no exílio londrino dos dois artistas.
Voltemos à minha lista de 1971 (ano que escolhi aleatoriamente, porque daquela década especial eu poderia indicar listas de álbuns de 1972, 1973, 1974 etc.). Pois bem, meus 10 álbuns prediletos de 1971 são todos de bandas inglesas (somente o álbum de Miles Davis ou o de Caetano Veloso, que talvez seja o melhor de toda sua carreira, eu deixaria fungar nessa lista). Meus favoritos são os seguintes, listados aí pela ordem cronológica dos lançamentos:
19/02: “The Yes album” (Yes)
19/03: “Aqualung” (Jethro Tull)
04/06: “Tarkus” (Emerson, Lake & Palmer)
16/07: “Acquiring the taste” (Gentle Giant)
14/08: “Who’s next” (The Who)
31/10: “Meddle” (Pink Floyd)
08/11: “Led Zeppelin IV” (Led Zeppelin)
12/11: “Fragile” (Yes)
12/11: “Nursery cryme” (Genesis)
03/12: “Island” (King Crimson)
Luis Antonio Cajazeira Ramos é Poeta e Baiano